“Ah! Já sei. Você gostaria que eu
fizesse expor grandes pintores como Giotto Di Bondone, Miguel Ângelo, Rafael,
Ticiano, Da Vinci, Rubens... Não! Quem sou eu, amigo. ”
“Ninguém me acredita. Mas digo que
nunca o saquei da minha parede. E, para ele, olho e aprecio desde 1972. ”
“O único das dezenas de presentes que
recebemos que tem um lugar de desataque, e que é olhado e apreciado em nossos
dias a dia. ”
Na minha parede, faz anos, o presente
do primo. “Mas sempre ele, Givaldo?” Perguntou-me, outro dia, um amigo dileto.
Respondi: “Nessa parede que vejo todo dia, sim! Você não gosta do quadro?
Alguma queixa dele? Alguma crítica sobre a obra? Ah! Já sei. Você gostaria que
eu fizesse expor grandes pintores como Giotto Di Bondone, Miguel Ângelo,
Rafael, Ticiano, Da Vinci, Rubens... Não! Quem sou eu, amigo.”
Continuei: “Quero te dizer que se ele
está aí é porque gosto muito dele, e, para mim, ele tem um grande valor,
sobretudo sentimental. É que fora presente de um primo meu, Gilberto. Faz anos.
Muitos! Ninguém me acredita. Mas digo que nunca o saquei de minha parede. E,
para ele, olho e aprecio desde 1972.”
A mim tenho dito que ele me lembra, a
um só tempo, de meu casamento, e de meu primo, figura singular na amizade, na
gentileza e na disposição com todos que o cercam. Enfim, no trato com as
pessoas.
Contador das histórias da família,
conhece-as nos mínimos detalhes. E as conta e canta como um grande intérprete.
Fora ele que me presenteou quando do meu casamento com Emília, no distante
1972.
O único das dezenas de presentes que
recebemos que tem um lugar de desataque, e que é olhado e apreciado, por nós,
nos nossos dias a dia. Também podera. Uma obra de arte. Pena que não saibamos o
nome de seu autor. Sabemos apenas que é paulista. Sua assinatura na obra é
ininteligível e ilegível. Já fiz de tudo para traduzir, e nada. Mas, tudo bem!
O certo é que gosto do quadro. E muito! E pronto!
Tenho, em residência, outros quadros
de vários artistas. Todos, belíssimos. Mas esse meu amigo só implica com o
quadro do primo. Será porque de autor paulista, que retrata o homem a caminho
da pesca como se só o nordestino pudesse fazê-lo?
Quer saber, amigo, o quadro do primo
vai continuar na minha parede porque ele me presenteou com muito gosto e
carinho. E gosto dele. E estamos conversados. Não tenho viés regional. O
Brasil, para mim, é único. Indivisível.
*Acadêmico. Figura Pública.
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