Em
visita ao governador Paulo Câmara, na noite desta quinta-feira, 14, para
discutir com ele a reforma da previdência, que deve ser encaminhada pelo
presidente Jair Bolsonaro na próxima semana, o presidente da Câmara Federal,
deputado Rodrigo Maia (DEM-R), ao ser
questionado se poderia ajudar a apagar o fogo da crise gerada pelo envolvimento
do ainda ministro da Previdência Social, Gustavo Bebianno, com verbas para
candidaturas laranja em Pernambuco, desconversou acrescentando que um poder não
pode se envolver, interferindo, nas decisões do outro.
Apesar
disso, ele aproveitou para dar uma alfinetada na família do presidente, que
parece não ter sido notada pelos repórteres que participaram da breve
entrevista coletiva, criticando a influência dos filhos de Bolsonaro na
ebulição da crise do momento. “Na minha opinião, eu tenho uma opinião, é a de
que a situação ficou um pouco confusa com a interferência de familiares
(leia-se os filhos de Bolsonaro), eu acho que isto gera uma certa insegurança,
mas eu não tenho que cumprir esse papel”, explicou num tom crítico.
Sobre
a reforma da previdência em si, Rodrigo Maia, apesar de dizer que a imprensa costuma
confundir suas palavras, voltou a afirmar que o povo brasileiro terá muito
tempo para aproveitar sua aposentadoria e que ele defende o projeto do governo
que deverá estipular a idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os
homens.
“Outro
dia, eu dei uma entrevista dizendo que as pessoas trabalhavam até os 80, alguns
entenderam que eu estaria dizendo que as pessoas iam se aposentar com um mínimo
de 80 anos. É claro que não, você vai começar uma transição com menos de 60
anos, por 12 anos, vai chegar aos 65, pelo que eu li na imprensa hoje, para os
homens, e 62 para as mulheres, quando poderão se aposentar”, declarou.
Rodrigo Maia justificou sua defesa dessas idades mínimas complementando que “hoje, a expectativa de vida é de 75 anos, podendo chegar a 79, 80, então você vai ter tempo de desfrutar de sua aposentadoria depois de 35 anos de trabalho”, reforçou o Presidente da Câmera Federal.
Ele
ainda acrescentou que “a reforma é fundamental com justiça social, para que o
setor privado possa voltar a fazer investimentos de longos prazos no Brasil com
segurança jurídica”. Quer dizer, pelas palavras de Rodrigo Maia, o brasileiro
pobre que se aposentar as 65 anos terá um bom tempo, até os 80, para desfrutar
da vida.
O
nobre deputado poderia ter lembrado de dizer que tem um parente muito próximo
que se aposentou com apenas 49 anos de idade. Vamos imaginar aqui no Nordeste,
em que a expectativa de vida é menor, o nordestino terá no máximo mais dez anos
de vida para curtir sua aposentadoria com um minguado benefício. Isto é, se a
pessoa não morrer antes de conseguir se aposentar.
*Fonte: Blog de Aldo Vilela. Foto: Leia Já.
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