A
que ponto chegou o Brasil. Um presidente da República, eleito com 55 milhões de
votos, vai tomar posse e partidos políticos que representam significativa
parcela do eleitorado vão se ausentar de Brasília, no dia 1º de janeiro.
As
bancadas do PT, PSOL e PC do B estarão ausentes da posse do presidente, assim
como parte do PDT e PSB.
Ninguém
contesta que Bolsonaro foi eleito pela vontade da maioria do eleitorado, a legitimidade de sua vitória não está em julgamento.
Esse
protesto anunciado para a posse se deve a suas posições políticas radicais,
exibidas antes e depois da eleição de outubro.
O
presidente eleito, que antes de conquistar a presidência nas urnas nunca
escondeu suas posições machistas, homofóbicas e racistas, além da antipatia
pelos nordestinos, depois do 28 de outubro criou embaraços nacionais e
internacionais.
Além
disso, pouco tempo antes da posse, a grande imprensa - incluindo Globo,
Veja, Folha e Estado de São Paulo - noticiaram o suspeito caso da movimentação
financeira do motorista Fabrício Queiroz, que trabalhou com o deputado estadual
Flávio Bolsonaro, eleito este ano senador pelo Rio de Janeiro.
Queiroz
tinha mais de R$ 1 milhão e 200 mil na conta bancária e o COAF, um órgão federal,
descobriu que o motorista depositou dinheiro até na conta da futura primeira
dama do Brasil, Michelle Bolsonaro.
As
explicações para a movimentação de tanto dinheiro e do porquê de um motorista
depositar um cheque na conta da mulher do presidente eleito, até agora não foram
muito convincentes.
Piorou
quando Fabrício Queiroz, depois de faltar a duas convocações do Ministério
Público Federal, deu uma entrevista no SBT e disse que sabe “fazer dinheiro”.
E seu patrimônio seria resultado da compra e venda de carros.
A
versão tem sido questionada por jornalistas e políticos respeitados.
É
neste clima suspeito, com o pais dividido e nações fortes sem querer mandar
representação para o Brasil, no dia 1º, que Bolsonaro tomará posse, sem que
dezenas de deputados eleitos em outubro estejam presentes.
Como
em 2014, quando Dilma Rousseff foi reeleita, o país continua dividido.
Isso é
ruim. Porque a situação econômica não é favorável e somente com união é
possível superar as dificuldades, que são muitas.
O
Brasil precisa de conciliação, mas o que estamos vendo é um clima de confronto,
é a instalação de um governo que antes mesmo de começar a trabalhar já é
bombardeado por setores importantes da política, da imprensa, do Ministério
Público e de personagens independentes do Poder Judiciário.
Lamentável.
*Foto: Carta Capital
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