Amizade se constrói. E
independe de tempo. Oito dias? Oito anos? Independe de tempo - repito.
“Que importa o tempo?”
Pergunta Machado de Assis, em "Ressurreição". Ele mesmo responde.
“Há amigos de oito dias e
indiferentes de oito anos.”
Uma amizade pode brotar desde
o primeiro encontro entre duas pessoas. Sim! Desde aquela troca de “Oi!”,
“Satisfação!”, “Muito prazer!”, ou de olhares. Enfim, à primeira vista. De
chofre. Ou devagar, devagarinho, através do tempo - dias, anos. Mas sempre se
construindo. Num tecer que tem início, mas que não tem fim, porque este pode
ser o fim da própria amizade.
Sempre digo que a verdadeira
amizade se carrega de temperos que a ela são intrínsecos.
É muito difícil! Sem
respeito, lealdade, sinceridade. Enfim, solidariedade, fraternidade e
companheirismo. Exato! E tudo em mão
dupla, reciprocamente, não há como se falar em amizade.
Como pode alguém ser seu
amigo se você lhe confere todos esses mimos e, em torna, nada lhe vem? Nada -
respeito, lealdade, sinceridade, fraternidade, solidariedade e companheirismo.
Ou seja: reciprocidade.
Gosto muito do que dizia
Salústio. Caio Salústio Crispo, ele, um dos grandes escritores e poetas da
literatura latina, lá, no distante a.C.
“Querer a mesma coisa e não
querer a mesma coisa, eis, afinal, a verdadeira amizade.”
Penso que a sentença nos
remete àqueles mimos que, insisto, balizam essa palavra tão bonita: a m i z a d
e.
Voltaire, d.C. e quase em
nossos tempos, em tom de conselho dizia.
“A amizade de um grande homem
é um benefício dos deuses.”
Donde se conclui, de igual
maneira, que o mestre Voltaire apontava para esses temperos à uma boa amizade,
chegando a tê-la como
“... um benefício dos deuses.”
* Acadêmico. Figura Pública.
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