O DESEMPENHO DE CADA UM NO DEBATE DA TV GLOBO

No debate da TV Globo o mais beneficiado pode ter sido Jair Bolsonaro (PSL), por não ter ido ao programa, que assim evitou ser confrontado e evitou riscos, algum deslize que o fizesse perder votos.

Ciro Gomes (PDT), que se saiu muito bem, demonstrando o preparo e a inteligência já conhecidos, foi o único que teve coragem de criticar o líder das pesquisas.

Disse que ele fugiu ao debate na Globo, por motivo de saúde, mas deu uma entrevista na Record,  combinada com o bispo Edir Macedo, que apoia a sua candidatura. Nota 8 para o pedetista.

Dois dos candidatos foram péssimos durante as duas horas e meia de embate, coordenado pelo jornalista William Bonner: Henrique Meirelles (MDB) foi prolixo, desconectado com a realidade do Brasil e parecia falar com uma bolacha na boca. Nota 1.

Outro desastre foi Álvaro Dias (Podemos). Demagogo, falso, com a cara mais esticada do que da atriz Glória Menezes. Desrespeitou os adversários, não cumpriu as regras do debate, se preocupou mais em falar mal do PT do que em qualquer outra coisa e terminou levando um “puxão de orelha” de outro candidato que deve ter envergonhado até seus próprios eleitores. Alguns dizem que estava bêbado.  Nota 0.

Marina Silva se saiu melhor do que de outras vezes, mas dá para perceber que é fraquinha. Não convence. Atacou mais o Partido dos Trabalhadores, ao qual foi filiada 30 anos,  de que Jair Bolsonaro que tem em torno de 30% nas pesquisas, enquanto ela patina nos 4%. Merece a nota 5.

Geraldo Alckmin (PSDB) não recebeu o apelido de “Picolé de Chuchu” à toa. Não tem açúcar, nem sal,  nem ideias a não ser falar em privatização e cansou de falar de tanto que fez por São Paulo. Se fosse tão bom assim não tinha só 10% nas pesquisas, perdendo para Bolsonaro e Haddad no próprio estado que governou quatro vezes.

Aliado de Temer de primeira hora tentou esconder isso o tempo todo. Ele e seu partido ajudaram a colocar o atual presidente no poder, mas ele disse que a responsabilidade é do PT, que foi traído e está na oposição há dois anos e meio.

Alguém lembrou a ele que o PSDB teve quatro ministros no Governo Temer, enquanto o PT não teve nenhum.

Alckmin é uma fantasia, um conto de fadas, como a história da Cinderela. Mesmo assim Nota 6 pra ele.

Guilherme Boulos (PSOL) teve um desempenho muito bom. Tranquilo, inteligente, tirou a máscara de Alckmin e denunciou os crimes que estão sendo praticados pelo Governo Temer contra os trabalhadores e os mais pobres.

É um ótimo candidato, que merecia estar mais bem situado nas pesquisas. Um grande quadro, ainda jovem, que futuramente ainda poderá desempenhar um papel importante neste país. A nota dele é 8.

Fernando Haddad começou um pouco nervoso, mas logo depois se acertou. Defendeu os 12 anos dos governos do PT, enumerando tudo que foi feito de positivo por Lula e Dilma, beneficiando os jovens, os mais pobres, os agricultores, os universitários e a população de modo geral com programas como O Mais Médico e o Minha Casa, Minha Vida.

Até quando jogaram o tema “corrução” na sua cara ele se saiu bem e lembrou que os governos do PT foram os que mais fortaleceram a Polícia Federal e o Ministério Público para combater as maracutaias dos poderosos.

Teve coragem de defender o presidente Lula e afirmar que o mesmo é vítima de uma injustiça, como reconhece até a Comissão de Direitos Humanos da ONU.

O Judiciário e o Ministério público, segundo ele, precisam ser prestigiados, mas não podem atuar como partido político. Ele, Ciro e Guilherme estiveram no mesmo patamar, portanto nota 8.

*Foto: Veja Online.