*Por Paulo Camelo.
A bela imagem da Barragem Gurjão, cujo manancial de água abastece as
cidades do Capoeiras/PE e Caetés/PE, acumulava cerca de 38% de água, ou seja, 1.450.000 metros cúbicos
de água, após as chuvas de junho a julho de 2017.
Por sua vez e na mesma época a
Barragem Cajueiro acumulava 14.500.000 metros cúbicos de água, ou seja,
atingindo 100% da sua capacidade. O Sistema Cajueiro abastece as cidades de
Garanhuns, Angelim, São João e o
Distrito São Pedro em Garanhuns.
Lembrando que o manancial de água da
Barragem Cajueiro se localiza nas terras dos municípios de Garanhuns e Brejão.
Apesar do conglomerado de açudes
existentes em Garanhuns/PE, ou seja, Cajueiro, Inhumas e Mundaú, atingirem,
em julho de 2017, sua capacidade máxima, a COMPESA ao suspender
o racionamento de água, previu que o abastecimento de água estava garantido
até maio de 2018. Considerando a baixa precipitação pluviométrica ocorrida em
2018, estamos caminhando para o próximo racionamento.
Há um ditado popular, brasileiro, que diz: “não se deve
cobrir um santo para descobrir o outro”.
Mas, há um ditado popular, chinês, o
qual afirma: “se tua previsão é para 1
ano planta arroz; se tua previsão é para 10 anos planta árvore; se tua previsão
é para um século, educa o homem”.
Atualizando: se tua previsão é
para abastecer as populações de Caetés e Capoeiras, planta
árvores, recuperas o meio ambiente que
terás mais chuva na bacia hidrográfica da Barragem Gurjão.
O QUE FALTA É POLÍTICA PÚBLICA
QUE ATENDA A POPULAÇÃO DE CADA MUNICÍPIO.
Na ânsia de serem reeleitos os
governos Estadual e Federal, executam obras hídricas de cunho
publicitário e de efeito duvidoso, com custos elevados e de execução
a longo prazo. Senão vejamos:
1 – A Adutora da Barragem Cajueiro,
em execução, de Garanhuns para as cidades de Caetés e Capoeiras, têm um custo altíssimo, correndo o risco de
comprometer o abastecimento de água de
Garanhuns/Angelim/São João/Distrito São Pedro. O que o próximo Governador de Pernambuco deve fazer consiste em reflorestamento e construção de novas barragens, inclusive em Garanhuns/PE para
abastecer outras cidades, já que o nosso município, apesar do desmatamento, ainda
chove. Portanto, Garanhuns é “abençoado por Deus” e não pelos “Demônios”
(rsrsrs), como disse a cantora Daniela Mercury no 28ª FIG em julho de 2018;
2 – Por outro lado, a Transposição do Rio São Francisco, é muita cara e
não será capaz de atender a necessidade
da população nordestina, uma vez que a questão não seria o déficit hídrico que
não existe, pois a pendência reside na má administração dos recursos hídricos
existentes tendo em vista as diversas obras inacabadas. Para se ter uma idéia,
o Nordeste Brasileiro é a região com grande potencial hídrico a nível mundial,
com cerca de 70 mil açudes nos quais são armazenados 37 bilhões de metros
cúbicos de água. Portanto, o problema da seca poderia ser resolvido com o
reflorestamento, com a recuperação dos nutrientes do solo, com a redução da
erosão do solo, com a execução de cisternas e com a conclusão das mais de 23 Obras de
distribuição de água, as quais estão paradas nos municípios contemplados pela
obra de Transposição do Rio São Francisco, a um custo muito mais barato e
viável do que a transposição do maior rio inteiramente nacional. Além do mais,
devido ao desmatamento, “o velho chico”
já está dando sinais de cansaço, comprometendo o Sistema de Distribuição de
Energia Elétrica, via CHESF;
3 – Lembrando que a capacidade de
abastecimento de um manancial de água é calculado para atender um crescimento
populacional, digamos, nos próximos 20 anos. Donde, concluímos que
daqui há 10 anos, no máximo, estaremos à beira do colapso caso a
política governamental não seja revista,
visando atender a demanda por recursos hídricos de cada
município e a preservação ambiental;
4 – Convém lembrar que a exemplo dos EUA, os mananciais
de água são tidos como equipamentos de segurança nacional e são monitorados 24 horas pelo exército. Aqui, no Brasil, é uma alegria
geral.
Paulo Camelo de Holanda Cavalcanti, Garanhuense, Engenheiro Civil e ativista político independente.
*Foto:
Blog Capoeiras
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