Este mês, no próximo dia cinco,
completa 38 anos que barracas de fogos explodiram no centro de Garanhuns,
deixando um rastro de destruição no centro da cidade.
A tragédia só não foi maior porque o “pipoco”
foi logo cedo, quando não tinha ainda tanta gente na rua.
Republicamos, lembrando o “dia da
explosão”, artigo do professor José Rodrigues, de saudosa memória, publicado
também no blog do companheiro Anchieta Gueiros. É um fato que muitos jamais
irão esquecer.
Eis o texto de Zé Rodrigues:
Tudo começou às 8h30 de quinta-feira,
dia cinco de junho de 1980. A barraca de vender fogos
pertencente ao senhor Protásio Gomes Azevedo, conhecido por
Tarzinho, motivada por um curto circuito na instalação
elétrica, explodiu e em menos de dez segundos também
explodiu a outra barraca pertencente ao senhor José Alves
da Silva Filho, conhecido por José Barroso.
Ambas as barracas de vender fogos foram armadas sobre a marquise que serve de cobertura para o Bar "O Colunata". A explosão provocou um deslocamento de ar num raio de ação de mais ou menos quinhentos metros, cujo impacto arrancou o teto de várias casas comerciais localizadas na Avenida Santo Antônio, quebrando as vidraças e portas de várias delas.
A mais atingida foi a Veneza
Americana, pertencente ao senhor Silvio Apolinário que teve as portas
arrancadas e as mercadorias totalmente danificadas.
O setor bancário também sofreu
terríveis danos, sendo que o mais atingido foi o Banco do Brasil que teve o
forro de gesso dos dois andares totalmente danificados, dando a impressão de
que havia sido decorado para uma baile de São João.
O Cinema Jardim que ficava localizado
na praça do mesmo nome, teve o forro da marquise e do salão de espera também
destruído. A placa de cimento armado a ferro que cobre os boxes ficou
parcialmente destruídos.
Na catástrofe morreram quatro pessoas
e trinta e oito ficaram feridas. Esta foi a segunda maior catástrofe acontecida
em Garanhuns. A primeira foi a Hecatombe de 1917, por questões políticas, tendo
morrido na ocasião mais de dez pessoas. Nesta calcula-se uma prejuízo de
aproximadamente 50 milhões de cruzeiros. O Prefeito Ivo Amaral ao ter
conhecimento do lamentável acontecimento comunicou-se imediatamente com o
Governador do Estado e todas as Secretarias de Governo. Meia hora depois do
acidente a Avenida Santo Antônio ficou sob controle das autoridades que tomaram
todas as providências necessárias ao socorro às vítimas para evitar incêndio
nas casas comerciais e bancos.
É conveniente se ressaltar o trabalho
desempenhado pelo 71º B.I. e 4º Companhia de Polícia que imediatamente enviaram
seus soldados e num trabalho constante amenizaram o sofrimento de todas
população.
Também prestaram inestimáveis
socorros a Prefeitura desta cidade que por determinação de Ivo Amaral
foram colocados em ação todos os engenheiros, trabalhadores, secretários e os
veículos do município, a Câmara Municipal, a Rádio Difusora que num trabalho de
esforço e profícuo tranquilizou a população, a Celpe que imediatamente procurou
através de seus eletricistas, consertar a rede de energia, prefeitos da
região que vieram se solidarizar com o colega chefe do executivo local e o povo
em geral que num espírito de solidariedade não saiu da praça durante todo o
dia.
Garanhuns viveu naquela quinta-feira,
dia Corpus Christi, o mais terrível drama de sua história. A nossa população de
cento e vinte mil almas ficou totalmente traumatizada.
Por volta das 13:30h chegou a esta
cidade o Governador Marco Maciel, acompanhado dos Secretários José Tinoco, da
Secretaria de Trabalho e Ação Social, Djalma Oliveira, da Secretária da Saúde e
vários assessores do Governo.
Na ocasião e no local do sinistro o
Governador Marco Maciel prometeu toda ajuda necessária as vítimas e aos que
sofreram danos materiais.
*Foto: Jornal O Monitor
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