“Estamos
vendo o Brasil em uma desordem total”. A frase do deputado estadual Romário
Dias (PSD) dita esta semana, na tribuna na Assembleia Legislativa,
define a situação política, econômica e social do País nos últimos dois anos.
Para o parlamentar, a paralisação nacional que os caminhoneiros realizam há
quatro dias é apenas “uma filigrana” do que está ocorrendo. “Os ônibus também
deveriam ter parado e as pessoas deveriam ter ficado em casa em uma
demonstração que o Brasil parou porque ninguém aguenta mais ver, por exemplo,
70% do noticiário mostrando quem roubou mais e quem roubou menos; quem pegou 20
anos de prisão ou quem pegou 10”, afirmou.
Ainda de
acordo com Dias, o Poder Legislativo “deve chamar o feito à ordem, pois não
pode aceitar que esta situação continue”. “Não podemos, enquanto Legislativo,
permitir que uma desordem deste tamanho possa estar acontecendo. Às vezes, acho
que estamos numa grande disputa com a Venezuela para saber qual país é mais
desorganizado e maltrata mais a sua população”, sentenciou.
A falta de
uma liderança no plano nacional, como foram Ulysses Guimarães e Tancredo Neves,
também foi mencionada por Dias durante seu pronunciamento. “Estamos vendo uma
desorganização total, com o Brasil de cabeça para baixo. Não queremos discutir
quem é de direita ou esquerda, quem é a favor ou contra o golpe; queremos, sim,
é discutir o Brasil de hoje. Mas, lamentavelmente, haverá uma eleição e não
enxergamos uma liderança”.
Sobe o
protesto dos caminhoneiros e o preço dos combustíveis, a sugestão do deputado
foi taxar outros produtos, como armas e pólvora. “Já que no Brasil só se
resolve problemas financeiros e econômicos aumentando impostos e mandando a
conta para a população pagar - e ai daquele que não pagar -, que aumente o
imposto do cigarro, da pólvora, das armas, das bebidas alcoólica (com exceção
da cachaça aqui no Nordeste) e repassasse esse percentual para subsidiar o óleo
diesel e a gasolina”, exemplificou.
Dias
também lembrou que a situação do desabastecimento é ainda mais grave porque o
Brasil abandonou suas ferrovias e lamentou que a Transnordestina esteja “se
acabando, parada há 15, 20 anos, e ninguém faça nada”. Segundo o deputado,
o transporte ferroviário “é a mola mestra do desenvolvimento”.
Ainda
sobre a desordem pela qual passa o País, o parlamentar falou sobre a segurança,
citando a situação do Rio de Janeiro. “Eu quero que as pessoas da área de
segurança me digam o que é que melhorou no Rio de Janeiro após a intervenção
militar. Quase 50 PMs foram assassinados nas barbas do Exército. Eu, que servi
ao Exército e tenho por ele uma paixão muito grande pela disciplina, pela ordem
e pela coerência, fico realmente indignado”.
“É por
tudo isso que sou contra termos eleições de dois em dois anos. Acho isso um
absurdo, pois é uma forma de se apoderar do capital brasileiro, é uma forma de
se buscar dinheiro nas empresas. A Petrobrás está falida, a Eletrobrás está
falida e sendo vendida, agora, a preço de banana para cobrir as despesas
daqueles que saquearam os cofres públicos”, asseverou.
Por fim,
após apartes dos deputados José Humberto (PTB), Joel da Harpa (PP) e Alberto
Feitosa (SD), Dias sentenciou: “Não vamos nos agachar ou nos abaixar. O Brasil
é de todos nós. Pernambuco é de todos nós. E não são essas pessoas que não têm
amor pelo Brasil que vão fazer com que o País se destrua. E aí quero usar uma
frase do nosso querido e saudoso Eduardo Campos: ‘Não vamos desistir do
Brasil’. Vamos continuar essa luta”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário