A
deputada estadual Priscila Krause (DEM) questionou, na tarde desta
segunda-feira (21), no plenário da Assembleia Legislativa, o consumo relativo à
água e ao esgoto da Arena de Pernambuco no mês de abril passado. De acordo com
informação da parlamentar, que acompanha os gastos públicos estaduais, a conta
da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) relativa ao equipamento
público somou R$ 1,24 milhão no período, reflexo de um consumo de 142 milhões
de litros na parte de esgoto. O alto consumo pode ser comparado ao de todos os
habitantes de uma cidade de aproximadamente 40 mil habitantes em um mês
inteiro, como é o caso de Toritama, no Agreste.
A
parlamentar também chamou atenção para a mudança significativa de padrão de
consumo de água da Arena, que em 2017, por exemplo, pagou de maio a dezembro
uma média de R$ 41,4 mil por mês. “No mês de março esse valor já pulou para
quatrocentos e cinquenta e nove mil, que já é um gasto comparado a três meses
do consumo de um hospital como o das Clínicas, que tipicamente é um serviço com
alto consumo de água todos os dias. Agora em abril a conta veio acima de um
milhão e é por isso que estamos solicitando urgentemente à Controladoria do
Estado para apurar o que está acontecendo, que reflete diretamente nas contas
estaduais e na questão do abastecimento, porque pode estar havendo um
desperdício de grave prejuízo em contraponto à escassez de água”, informou.
Além
de comparar o gasto com meses anteriores da própria Arena Pernambuco, a
deputada estadual procurou investigar consumos de outros espaços esportivos de
porte semelhante Brasil afora. Para tanto, conseguiu identificar, por exemplo,
que a Arena Corinthians, em São Paulo, pagará R$ 71,9 mil de conta de água
referente ao mesmo período (mês de abril). Na ocasião, a Arena paulistana teve
2,4 milhões de consumo de água e 2,4 milhões de esgoto.
Priscila
também relembrou que desde a época da sua construção, o governo anunciava que a
construção do estádio contaria com modernas instalações sustentáveis que
incluiria reutilização de água. Informações divulgadas à imprensa pela própria
Arena, após a Copa do Mundo de 2014, davam conta da reutilização de 2,2 milhões
de litros de água por mês, resquícios da chuva e da manutenção do gramado. A
irrigação do campo e a água utilizada em descargas e mictórios, por exemplo,
não seriam abastecidas pela Compesa. As pias dos banheiros e a parte de
preparação de alimentos, abastecidas pela Companhia, consumiriam 600 mil litros
de água por mês.
De
acordo com apuração da parlamentar, a Empresa Pernambucana de Turismo
(Empetur), responsável pela gestão do equipamento esportivo, deve as faturas de
água à Compesa desde outubro de 2017, totalizando R$ 847 mil. A conta de R$
1,24 milhão vence no próximo dia 28.
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