Por Junior Almeida
No último sábado (20) mais um grave acidente aconteceu no
trecho da rodovia estadual PE 193,
que liga a Vila Araçá em Caetés e à cidade de Capoeiras. O percurso de apenas três
quilômetros é relativamente plano, não tem uma única curva e mesmo assim não
pára de acontecer acidentes com mortes nesse pedaço de estrada, como o desse
final de semana, que resultou na morte de um homem e uma mulher.
No funesto episódio de sábado, o casal
trafegava numa moto com destino à Capoeiras quando colidiu com um veículo em
sentido contrário tendo os dois falecido no local, tão violento foi o impacto
da batida. Resultado: além da dor das famílias dos mortos, DEZ FILHOS ficaram sem seus pais. Seis dele, o pedreiro Adaílton Bernardo,
e quatro da dona de casa Maria Sandreane.
Quem não conhece essa estrada deve
ficar se perguntando como em um retão
de certa forma pequeno acontecem tantos acidentes, mas, quem circula pelo local,
mesmo que não seja um engenheiro rodoviário, logo percebe que vários fatores
contribuem para que o trecho entre a Vila Araçá e Capoeiras, pode ser chamado
de os três quilômetros da morte. Vejamos:
A reforma da estrada iniciada em 2011 foi
anunciada com toda pompa pelo Governo do Estado e a Prefeitura de Capoeiras,
mas nunca ficou pronta. A pista foi alargada e o asfalto trocado, fazendo com
que se pudesse correr mais. Pista nova, mas as faixas sinalizadoras nunca foram
pintadas. A qualidade do serviço também é duvidosa, pois pouco tempo depois do
recapeamento da pista, o terreno cedeu e em alguns lugares o asfalto foi junto.
A pista está cheia de buracos, como no local do último acidente. Para se ter
uma ideia de como foi feito o serviço, no portal de entrada de Capoeiras, não
tem por onde a água da chuva escoar, sendo a caída d’água para o meio da pista.
Quando chove, por mínimo que seja o local fica alagado, semelhante o que
acontece quando se coloca água numa bacia. Um perigo para quem trafega no
local, que pode aquaplanar com seu carro ou moto.
Nesse trecho de estrada vários
fatores contribuem para os acidentes. A mistura álcool e direção, a pior e mais
letal mistura que é álcool com guidão, imprudência, falta de equipamentos de
segurança como o capacete, alta velocidade, inexperiência ao dirigir, pessoas
fazendo caminhadas onde só deveria passar veículos e também a falta total de
sinalização da via, bem como a sua precária conservação.
Será que se a pista tivesse as faixas
sinalizadoras e fosse bem conservada já teria morrido esse monte de gente? Uma
ou mais lombada eletrônica resolveria o problema? São questões que as autoridades
responsáveis pela PE 193 têm que responder, mas o fato é que do jeito que está
não pode ficar. Protestos já foram feitos, mas nada adiantou. Os filhos de
Capoeiras, Caetés e até de outros luares continuam morrendo na estrada.
Puxando pela memória e numa rápida
pesquisa na net, alguns nomes de mortos nesses três quilômetros da morte:
Genecí Pedro, Lucinaldo Bezerra, Luiz Jacinto,
Charles Bezerra, Wellington de Melo, Ademilson Gomes, José Valclécio, Micael
Alves, Marcos José, Antônio Rodrigues, Willian Tavares, João Paulo, Donizete
Marcolino, Inaldo Ferreira, Ronaldo Silvano, Jordânio Jordão, Junior de Tatá,
Gilvan dos Santos, Roberto Araújo, Maria Lúcia, Veldemar, Gracivaldo, Fábio
Eudes, Didi Gato, Adaílton, Sandreane, Jair Raimundo...
*Fotos: veículos envolvidos no acidente do sábado.
**Fonte: Blog Capoeiras.
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