Passado mais
de um ano da eleição municipal em Capoeiras, com a vitória de Neide Reino
(PSB), a disputa entre governistas e oposição prossegue na Justiça Eleitoral e
tudo indica que nem tão cedo vai acabar.
Depois de
proclamado o resultado da eleição de 2016, a oposição começou a denunciar que
houve compra de votos e abuso de poder econômico no processo eleitoral.
O recurso dos
oposicionistas chegou a ter uma acolhida favorável do promotor do município, Dr. Réus Alexandre, que recomendou a cassação da prefeita e do vice-prefeito eleitos.
A juíza da
comarca, porém, não considerou as provas apresentadas suficientes e a sentença
não seguiu a recomendação do representante do Ministério Público, ficando os mandatos
preservados.
Numa outra
sentença, referente não a eleição de 2016 e sim à gestão do ex-prefeito Neném e
de Neide Reino como Secretária de Saúde, a mesma juíza, Priscila Maria de Sá Torres
Brandão, condenou os dois políticos por improbidade administrativa e tornou
indisponível os seus bens.
A ação referente
ao pleito passado, contudo, foi parar no Tribunal Regional Eleitoral e no
último dia quatro o Promotor Regional Eleitoral, Wellington Cabral Saraiva, num
parecer de 11 páginas, defende que a sentença da Dra. Priscila seja reformada e com a consequente cassação do mandato da prefeita Neide Reino.
Dr. Wellington,
porém, preservou o mandato do vice-prefeito Juju, embora se o pleno do TRE
seguir a opinião do Procurador a eleição deverá ser anulada e marcado um novo
pleito.
O processo agora
segue para o juiz Vladimir Souza Carvalho, que será o relator da matéria, até
que o caso chegue ao pleno do Tribunal Regional Eleitoral.
Após a decisão
dos juízes do TRE, quem perder ainda poderá recorrer ao Tribunal Superior
Eleitoral.
A briga,
portanto, prossegue lá em cima e deve envolver deputados, senadores,
governador, ministros e outras autoridades, que podem tentar pressionar os
integrantes do Tribunal por uma das partes.
Os juízes e/ou desembargadores,
no entanto, têm autonomia e cabe a eles julgar de acordo com o Direito, embora
pareça inevitável o componente político.
A sentença do Dr.
Wellington é bastante contundente. Nas 11 páginas que ele usou para dar o parecer
cita o nome de diversas pessoas que testemunharam compra de votos chegando a
conclusão que as provas são suficientes para condenar.
“Os depoimentos demonstram que houve maciça compra de votos pela prefeita eleita Neide Reino, seja
pessoalmente, seja por meio de seus correligionários, irmã e cônjuge, o que é
suficiente para enquadrar os fatos como abuso de poder econômico. Há diversos
depoimentos e declarações convergentes, a fornecer convicção de que ocorreram
as condutas ilícitas no período eleitoral”, escreveu o procurador eleitoral, na
conclusão do seu parecer.
Resta esperar para saber se os juízes do TRE vão ter esse mesmo
entendimento, bastante claro, e com uma avaliação muito dura do procedimento da
então candidata, que agiu, conforme o promotor, com a colaboração de
correligionários e familiares.
Que a justiça seja feita é xou papai
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