Há um
movimento nacional para desconstruir a imagem do professor Paulo Freire, que
dedicou uma vida inteira à educação e desenvolveu um método de alfabetização de
adultos considerado revolucionário, além de publicar livros traduzidos em mais
de 40 países, como “Pedagogia do Oprimido” e “Educação como Prática da
Liberdade”.
A onda contra
o educador chegou ao Congresso Nacional e um grupo de deputados conservadores
pretende “cassar” o título de Patrono da
Educação Brasileira, concedido a ele post-mortem em 2012.
Diante
desse movimento, o deputado federal Danilo Cabral, do PSB pernambucano, assinou uma moção de repúdio contra a
iniciativa.
Na opinião
do parlamentar, atribuir o descaso que o processo histórico do Brasil deu à
causa da educação ao educador Paulo Freire é um absurdo. “Se o Brasil vive essa
situação hoje, é porque nunca se deu à educação o seu devido valor, o de ser um
instrumento para a transformação da vida das pessoas”, comentou.
Deputado Danilo Cabral |
A moção de
repúdio foi apresentada pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) na Comissão de
Educação da Câmara dos Deputados, por causa de uma proposta que tramita no site
do Senado, através do e-cidadania, para revogar a lei 12.612 que confere o
título a Paulo Freire.
São
necessárias 20 mil assinaturas para que o tema seja debatido no Senado – e ao
terminar a semana mais de 21 mil pessoas já tinham assinado a petição.
“Estamos
indignados com o movimento de destituição de Paulo Freire como Patrono da
Educação. Há um consenso em torno dele. Paulo Freire usou a capacidade de
formular das pessoas, não simplesmente alfabetizou, mas construiu uma
consciência crítica e cidadã e, a partir disso, cada um poderia ser protagonista
da sua vida. E isso é um direito das pessoas, ter a educação como Um
instrumento de libertação das pessoas”, afirmou Danilo Cabral.
Para o
deputado, a Comissão de Educação não pode permitir o avanço desse “movimento
conservador”.
FREIRE –
Paulo Freire nasceu no Recife e começou a se destacar como educador na década
de 60, quando desenvolveu em Angicos, no Rio Grande do Norte, um programa que conseguia alfabetizar adultos em
apenas 40 horas.
O método do
professor levava em conta a realidade dos educandos, que eram ensinados a ler e
escrever a partir de “palavras geradoras” ligadas à sua realidade.
Assim, os
alunos em vez de trabalhar com a tradicional cartilha com frases imbecilitantes tipo “vovó viu
a uva”, homens e mulheres da cidade e do campo começavam a aprender a ler a
partir de palavras como tijolo, enxada, família, povo, etc.
Com a
metodologia adotada pelo recifense, as pessoas aprendiam a ler, escrever e ao
mesmo tempo eram estimulados a pensar, a desenvolver uma consciência a respeito
da inserção no mundo em que viviam.
O
professor e escritor trabalhou no primeiro Governo Arraes, participando do
Movimento de Cultura Popular e desenvolveu experiências consideradas
enriquecedoras em diversas regiões do Estado.
Quando
veio o golpe militar de 1964, Paulo Freire (que era cristão) foi acusado de
comunista, ficou preso durante dois meses e depois teve de ir para o exílio,
morando primeiro no Chile e depois em outros países.
Seus
trabalhos com educação foram aplicados no Chile, na Argentina, em Portugal, na Suécia, nos Estados Unidos (Freire lecionou na consagrada Universidade Harvard) e em dezenas de
países africanos.
Paulo
Freire ganhou fama internacional e é o brasileiro que mais recebeu títulos de
doutor mundo afora.
Os que
estão querendo retirar o título dado ao professor, desconstruir sua imagem e
desacreditar seu trabalho, às vezes o fazem sem nunca ter lido um livro dele e
sem conhecer sua história. Alguns participam dos ataques a ele por motivação puramente
ideológica, pela visão humanitária e de esquerda do professor.
Quando
retornou do exílio, com a redemocratização do Brasil, Freire ensinou em
universidades paulistas e foi Secretário de Educação da cidade de São Paulo, na
gestão de Luíza Erundina.
Por suas
ligações com políticos como Arraes e Erundina, por ter desenvolvido um método de
trabalho que valoriza o povo e o faz pensar, o educador é considerado perigoso
por uns ou um "mero farsante" por outros. E querem apagá-lo da história.
Paulo
Freire morreu em São Paulo em 1997 e permanece vivo através de suas ideias, dos seus
seguidores e dos livros que escreveu.
Somente “Pedagogia do Oprimido”, seu livro mais conhecido, foi traduzido em 41 países.
Somente “Pedagogia do Oprimido”, seu livro mais conhecido, foi traduzido em 41 países.
0 livro PEDAGOGIA DO OPRIMIDO de Paulo Freire é uma relíquia e que precisa ser lido por todos os estudantes deste país.
ResponderExcluirA pedagogia de Paulo Freire, não faz nada além de transformar camponeses analfabetos pacíficos em militantes de esquerda violentos, NADA ALÉM DISSO!!
ResponderExcluirCaro Professor Zeca Barbosa: - Recomende a leitura de Pedagogia do Oprimido ao atual ministro da Educação! - Isto é, se esse ministro Mendonça Boca de Tabaco souber ler um livro. – Quem tem um ministro da Educação do porte desse Mendonça, nem precisa "passar perfume em merda"! Porque já passamos! E, a partir de agora, sou obrigado a chamar "my lord" o cachorro de Mendonça Boca de Tabaco. - (Peguei por empréstimo as frases do articulista Marcelo Rates Quaresma, na postagem anterior a esta.) – Como diz a freirinha aqui da paróquia: é froide mesmo. – Ter de engolir essas sacanagens, é tão deprimente quanto chamar de excelência um ministrinho do STF, com aquelas caras de quem está soltando pum para o povo. /.
ResponderExcluirA Pedagogia de Paulo freire não só não ensina ninguém como deixa as pessoas mais burras ainda. Para constatar isso basta ler os textos escritos por quem defende Paulo Freire.
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