Um grupo
com mais de 50 anos de história na música nacional, com repertório que inclui
canções dos maiores compositores do país, o MPB 4 fez um bom show, ontem à
noite, no palco principal do FIG para uma praça praticamente vazia.
Alguns, como
vêm fazendo todos os dias, aproveitaram para bater duro na Fundarpe e
no Governo do Estado, culpando os dois pela “falta de planejamento” e pela
contratação de “atrações impopulares”.
Outros, no
entanto, que apreciam "música de qualidade", se pronunciaram de outra maneira.
“Garanhuns,
sinceramente, não sei se estou triste ou envergonhado”, desabafou Sandro José,
ao postar a foto acima numa rede social.
“Sinceramente!
Fosse umas bandas de forró estilizado que ao abrir a boca só sai palavrões a
praça estaria lotada. Estamos indo de mal a pior até nesse quesito”, comentou
Soares França, ao avaliar o fiasco do show do MPB 4 em termos de público.
“Meu Deus,
que vexame!”, lamentou a garanhuense Socorro Fula.
Luciana
Vasconcelos, que trabalha como programadora musical da FM Sete Colinas, opinou:
“MPB 4 é papa fina. A nata da música boa, mas o povão só quer ouvir a música
dos "50 reais", fazer o quê?”.
“Tô aqui!
Uma maravilha! Quem não veio, perdeu uma boa oportunidade de curtir a boa
música”, completou Maria Eugênia, funcionária de uma instituição de ensino
superior, aqui em Garanhuns.
Muito bom
foi o depoimento da radialista Aninha Marques, publicado em seu perfil do
Facebook.
Vale a
pena ler o texto da profissional de comunicação, que atua na Marano FM:
É verdade sim o que estão falando sobre o público abaixo do
esperado nesse FIG "especificamente na Praça Mestre Dominguinhos".
Eu quero falar algo pra vocês do
fundo do coração. Falando sobre esta segunda feira, realmente o público da
Praça Dominguinhos estava bem pequeno. Porém, sou bem sincera em dizer que
todos os shows foram impecáveis e que MPB4 fez um dos melhores shows que já vi
em tantos FIG's.
Eu
chorei! Emocionada ao extremo!
Tanta
gente chorou!
Foi coisa pra se lembrar a vida
inteira, o que também me dá todo direito em dizer que a boa música precisa ser
descoberta, entendida e apreciada por todos. Em grandes festivais como o FIG
sempre se espera grande público sim, mas também se sabe que quantidade não
exemplifica qualidade. Dai a César o que é de César.
Dizer que o público desta noite
foi vergonha, fracasso ou algo assim é desrespeitar aquelas pessoas que estavam
ali em frente ao palco na chuva e no frio intenso. Esse seleto público não se
fez intenso em quantidade, mas foi perfeito e intenso a cada canção, a cada
momento que sentiu as emoções do que a boa música faz. Um público que aplaudiu,
cantou e se emocionou com tudo que viu e ouviu.
Eu sei que esse FIG está
causando muitas discussões, mas não deixemos congelar nosso bom senso. Meu
desejo é que "O QUE FALTOU NÃO SEJA DESCULPA PRA NÃO PRESTIGIAR O QUE NOS
CHEGOU".
Só peço que não desmereçam os
artistas, não os ponham pra baixo por causa de divergências políticas, eles não
merecem mesmo passar por isso.
Viva o FIG!
Ele está acima de todas as
nossas opiniões.
Eu não duvido da qualidade musical do MPB4. Mas não se pode cair nos reducionismos. É óbvio que o fracasso de público não se deu ao fato do público querer sertanejo ou alguma outra atração "da moda'': o público do FIG é em maior parte de fora, gente mais alternativa que aprecia sim a boa música, mas que vê pouco atrativo nas atrações do tipo de ontem. Faltou uma Marisa Monte, uma Tiê, Marcelo Camelo, Nando Reis, Jeneci, Clarice Falcão, nomes mais atuais, mais chamativos. Afinal, se o principal pólo da festa fica desolado é sinal de que o evento inteiro está mal-feito. Se não buscarem alternativas, o FIG vai minguar ano após ano até alguma cidade com mais peito oferecer algo melhor.
ResponderExcluirO mais engraçado que a mesma gente que condena a burrice, a estupidez, o analfabetismo do povo, são aqueles que mais emburrecem, estupidificam e tornam os jovens e a população em geral, cada dia mais bestializada. Sem falar que também são os mesmos que batem palmas para o MONUMENTO AO ANALFABETISMO CHAMADO LUIZ INÁCIO DA SILVA. Vá entender?
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