Por Altamir
Pinheiro
Por ser possuidor de um caráter íntegro, James Stewart
transformou-se num baita de um
ator inesquecível ou memorável que foi reconduzido na personificação do herói
nacional norte-americano em filmes como A Felicidade Não se Compra (1946) ou A
Águia Solitária (1957). Suas interpretações foram sempre marcadas pelo
personagem desajeitado e pelo modo de falar inseguro. As colaborações com o
diretor Alfred Hitchcock reforçaram a sua identificação com o modelo de
norte-americano médio, de perfil simples e de enorme caráter, especialmente em
Janela Indiscreta (1954) e Um Corpo que Cai (1958). STEWART NUNCA INTERPRETOU
PAPÉIS DE VILÃO, nem sequer nos muitos westerns que protagonizou como o
espetacular filme, O Homem
que Matou o Facínora (1961), ao lado do Papa dos filmes de faroestes, John Wayne.
Pois bem!!! O presidente americano Harry Truman costumava dizer
que, se um dia tivesse um filho, queria que ele fosse como o ator James Stewart
(1908-1997). O presidente
democrata sabia do alcance de sua afirmação: não havia em Hollywood, e não
houve até o aparecimento de Tom Hanks, nenhum ator com melhor imagem de pureza
e honestidade como James Stewart. Patriota ao extremo, como também mulherengo
que era, se tornou um convicto MONOGÂMICO após se casar com a socialite Gloria Stewart e nunca mais foi visto
na companhia de nenhuma outra mulher. Assim, diante desse anjo de candura e
exemplo de bom-mocismo, James Stewart era RACISTA e DELATOR, tendo colaborado
por livre e espontânea vontade com a caça às bruxas (entenda-se caça aos
comunistas). Stewart foi informante direto do FBI em sua época, que via em
Hollywood comunistas escondidos até em recheios de pasteis.
Pesquisando sobre a vida do ator percebe-se claramente que, o seu envolvimento com a
DEDURAGEM afirmando que teria delatado apenas os comunistas mais notórios, tudo
aquilo se valia do
ator e futuro presidente americano Ronald Reagan como garoto de recados para a
entrega de seus dossiês. A
queda de Stewart para a delação “NASCEU COM BONS PROPÓSITOS” (se é que há
propósito saudável num delator): o seu ideal era o de barrar a ascensão do
crime organizado em Hollywood, como também o comunismo desembestado. As atividades do ator como
informante do FBI, lhe
custaram, inclusive, a perda da amizade de Henry Fonda – eles eram inseparáveis
desde a juventude e chegaram a morar juntos numa fazenda em Hollywood. O FBI,
de fato, investigava tudo e todos, e não
poupou sequer o seu próprio informante: também a vida de James Stewart foi
vasculhada devido à boataria de seu suposto envolvimento homossexual com Henry
Fonda(pai de Jane Fonda).
Voltando-se a sua atividade cinematográfica, James Stewart foi um dos atores mais
queridos do cinema norte-americano e um dos favoritos dos fãs de faroestes.
Mas, conforme nos confidencia o crítico de cinema Darci Fonseca, Stewart poderia ter sido qualquer coisa na vida, menos
ator. Magro demais, desengonçado, parecendo tropeçar nas próprias pernas, porém
pior do que a presença física de James Stewart era sua voz meio fanhosa
parecendo ter um ovo quente na boca e gaguejando nervosamente. Pois foi com
todos esses “DEFEITOS” que James Stewart venceu em Hollywood e pode-se afirmar
que poucos atores participaram de um número tão grande de obras-primas e
clássicos do cinema quanto ele.
Quando jovem James Stewart aprendeu a tocar acordeão,
instrumento que fazia muito sucesso aqui no Brasil nos anos 50, época em que a
RCA Victor praticamente só prensava discos de Luiz Gonzaga, “O REI DO BAIÃO”.
Instrumento da moda, as moçoilas iam aos conservatórios musicais sonhando em
serem novas Adelaide Chiozzo, atriz e acordeonista brasileira, estrela da Atlântida Cinematográfica e
renomada cantora da Rádio Nacional. E que ninguém chamasse o
acordeão de “SANFONA”, pois saía até briga... James Stewart nas horas vagas
gostava de dedilhar seu acordeão e sonhava poder aparecer num filme tocando
esse instrumento. A oportunidade surgiu com “A Passagem da Noite”, em que além
de tocar, James Stewart se meteu a cantar também...
Em se tratando de filme faroeste, ninguém ganhou mais dinheiro
que James Stewart nos anos 50, nem mesmo John Wayne, Gary Cooper ou Marlon
Brando. A galinha dos ovos de ouro que apareceu
na vida de Stewart foi o filme WINCHESTER
73, o western que mudou
Hollywood. Em 1950 James Stewart
estava com 42 anos de idade e há 15 anos no cinema. Stewart deu um cheque-mate nos donos
dos estúdios, justamente com o western “Winchester 73”, mudando radicalmente o
sistema de se fazer cinema. Analisando a
película cinematográfica, o Winchester
73 é um filme norte-americano passado em tempos áureos do velho-oeste,
dirigido pelo consagrado diretor Anthony Mann que eu recomendo aos cinéfilos de
bang bang. O
RIFLE Winchester 1873, o qual dá título ao filme, é mostrado como a melhor
e mais desejada arma do faroeste. Um dos grandes westerns da história. A arma acaba se tornando um dos
personagens. Vale a pena assisti-lo!!!
Por fim, James
Stewart foi um aclamado ator americano de cinema, teatro e televisão. Atuou em inúmeros filmes considerados
clássicos, e foi indicado a cinco prêmios de Oscar de Melhor Ator, ganhando em
1941 por seu papel em Núpcias de Escândalo. Além disso, recebeu um Oscar
Honorário, em 1985, pela sua carreira. James
Stewart foi casado com Gloria Stewart por 45 anos, ou seja, até 16/02/1994,
quando ela veio a falecer. O casal teve duas filhas gêmeas, Kelly e Judy.
A morte da esposa fez com que sua vida deixasse de fazer sentido. Ele
começou, então, a sofrer uma série de problemas de saúde que culminaram com sua
morte em julho de 1997 de embolia pulmonar, aos 89 anos de idade. Logo abaixo,
assista ao vídeo de 2 minutos do filme original Winchester 73.
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