Os Brutos também Amam (Shane)
Sete Homens e um Destino (1960)
Esta
semana Altamir Pinheiro escreveu um texto delicioso para o blog sobre a
importância dos filmes de faroeste para os adolescentes brasileiros nos anos 60
e 70.
Foi uma
verdadeira viagem no tempo e desta vez pude me deleitar não como jornalista que
sente a necessidade de escrever todos os dias, mas como simples leitor, capaz
de apreciar um texto bem escrito abordando um tema que tem tudo a ver comigo e
com milhões de pessoas que admiram a chamada sétima arte.
Como Altamir,
quando garoto em Capoeiras e adolescente em Garanhuns, também vibrei muito com
os westerns americanos e um pouco com os italianos, que vieram depois.
Antes de
conhecer o Super Man ou o Batman, meus heróis eram Durango Kid, Django, Ringo,
Shane ou os próprios atores, como Charles Bronson, Yul Brynner, John Wayne,
Gregory Peck, Randolph Scott Franco Nero e Giulianno Gemma.
Havia
também o Tarzan, é claro, mas os faroestes dominavam as telas num tempo em que
a televisão ainda “engatinhava” no Brasil, com imagem ruim e em preto e branco.
A partir dos anos 70 é que a telinha começou a tomar conta de tudo e os cinemas
começaram a fechar e virar supermercados e igrejas evangélicas.
Cinema,
na minha infância e juventude era mesmo a maior diversão. Não havia ainda a
concepção de arte, até porque não conhecíamos este conceito – a literatura, o
teatro e a pintura não entrara nas nossas vidas e música era quase uma mera
distração ou um “encantamento”, embora as canções de Vicente Celestino, Luiz
Gonzaga e depois Roberto Carlos tocassem o nosso coração de maneira que não
sabíamos explicar.
Cinema
não era arte para meninos que estavam só descobrindo o mundo, porém com certeza
era magia, representava um mundo novo e amplo que se abria para quem vivia
vidas tão pequenas.
Só fui
perceber a importância do cinema anos mais tarde, morando no Recife,
principalmente quando assisti pela primeira vez a obra prima que é Cinema Paradiso (1988), do italiano
Giuseppe Tornatore.
É um
filme sobre filmes, uma homenagem sensível à sétima arte, que emocionou milhões
de pessoas em todo o mundo.
E que nos
revelou que não era somente numa cidade pequena como Capoeiras que as pessoas
levavam cadeiras de casa para assistir um filme.
Em muitas
cidades pequenas ou mesmo de porte médio do Brasil, da Itália, da Argentina, do
Uruguai, de Portugal e de muitos outros países o fenômeno deve ter se repetido.
Quem sabe até nos Estados Unidos que transformou o cinema em indústria cultural?
Nós,
crianças, principalmente os meninos, levávamos com alegria as cadeiras de casa
para assistir um filme, quase sempre de bang bang, como também eram chamados os
westerns.
Quando
saí de Capoeiras e vim morar em Garanhuns, com 9/10 anos, é que pude conhecer
os cinemas de verdade e aí pude assistir muitos faroestes em salas mais amplas
que ofereciam um mínimo de conforto, apesar das cadeiras duras.
E na tela, para nós enorme, eu vibrei com “Sol Vermelho”, “Três Homens em Conflito”, “Django”,
“Sartana”, “Ringo Não Perdoa”, “Homem Orgulho e Vingança” e muitas outras obras
que me fogem à memória.
Os
faroestes ficaram pra sempre em minha cabeça e ainda hoje revejo clássicos dos
meus tempos de juventude, porque graças à internet hoje está tudo arquivado e
você encontra (ou reencontra) quase tudo que quer.
Os Imperdoáveis
Apesar do
western ter entrado em declínio, vez por outra algum bom diretor resolve fazer
um resgate do gênero. Como aconteceu em 1992, quando Clint Eastwood (outro
grande nome dos faroestes antigos) dirigiu e foi o ator principal de “Os
Imperdoáveis”, que tem no elenco ainda o excelente ator negro Morgan Freeman.
O filme
de Eastwood é tão bom, agradou tanto a crítica e o público, que ganhou uma
porrada de óscares da Academia.
Em 2016 o
americano Antoine Fuqua realizou um remake
de “Sete Homens e um Destino”, outro clássico do faroeste. E fez um filmaço,
tão bom quanto o dos anos 60. Verdade que na versão antiga tínhamos um elenco
estelar, que incluía dentre outros Yul Brynner, Charles Bronson e Steve
McQueen, mas no western recente o visual (graças as novas tecnologias) é mais
exuberante, o roteiro é excelente e o ator Denzel Washington está tão perfeito
em seu papel de “pistoleiro do bem”, que simplesmente faz parecer que todo
resto do elenco é formado por coadjuvantes.
Imagine
que até o genial cineasta Quentin Tarantino em 2012 se rendeu de vez ao velho
oeste americano e resolveu fazer uma homenagem ao esquecido “Django”.
O diretor
de Pulf Fiction, Bastardos Inglórios, Kill Bill, Um Drink no Inferno, Sin Sity
e A Balada do Pistoleiro, deu um verdadeiro show em “Django Livre”, com sua
capacidade inovando e eu diria até subvertendo um pouco a linguagem do gênero.
Assim, o
faroeste está vivo, entre os americanos que no ano passado elegeram um
presidente com cara de bandido dos filmes de cowboy, e entre nós brasileiros,
que somos tão influenciados pela cultura dos EUA.
Para
terminar gostaria de citar o nome dos filmes que considero os melhores
faroestes que já assisti. Normalmente esses clássicos entram na lista dos
melhores também da crítica especializada. Embora eu seja um cinéfilo comum, um
apaixonado pelo cinema, me atrevo e enumerar algumas obras e fico feliz em ter
a mesma opinião de quem realmente entende do assunto, pelo menos em alguns dos
longas citados.
*Alguns
dos melhores westerns de todos os tempos:
1. Os Brutos também amam - Ano de lançamento: 1953. Direção: George Stevens.
Atores Principais: Alan Ladd, Jean Arthur e Jack Palance.
2. O Homem que Matou o Facínora – Lançado em 1962, com direção de John
Ford, é estrelado por John Wayne, James Stewart, Lee Marvin e Vera Miles.
3. Os Imperdoáveis – Lançado em 1992 tem direção de Clint Eastwood. No elenco
o próprio Eastwood, Gene Hackman, Morgan Freeman e Frances Fisher.
4. No Tempo das Diligências - O mais antigo da lista. É de 1939. Dirigido
por John Ford, com John Wayne, John Carradine e Claire Trevor.
5. Sete Homens e um Destino - A primeira versão, com direção de Elmer Bernstein,
é de 1960. O elenco já foi citado em parágrafo anterior. Tanto a versão antiga
quanto a atual são uma adaptação do filme japonês Os Sete Samurais, do cineasta Akira Kurosawa, um dos mais cultuados
da história da sétima arte.
6. Era uma Vez no Oeste – Um clássico de 1968 do italiano Sérgio Leone. Tem
entre os atores principais Charles Bronson, Henry Fonda e a bela Cláudia
Cardinale.
7. Bravura Indômita – A primeira versão é de 1969, tendo John Wayne como
ator principal. Mas o melhor é o filme de 2010, dos irmãos Coen. No elenco se
destacam Hailee Steinfeld, Jeff Bridges e Matt Damon.
8. Os Indomáveis - Remake do filme homônimo de 1957, dirigido por James
Mangold e lançado em 2007. Tem o ótimo ator Russell Crowe no papel principal.
9. Dança com Lobos – De 1990, com direção de Kevin Kostner, que interpreta
também o personagem principal. Foi um dos primeiros cineastas a resgatar o
western, com boa acolhida do público e da crítica, tendo sido inclusive
premiado com o Oscar de Melhor Filme do ano.
10. A Face Oculta – Este filme, de 1961, não é tão reconhecido e famoso como
os outros citados. Mas pessoalmente gostei muito. É um dos poucos longas
dirigidos por Marlon Brando, que também é o ator principal.
O Homem que Matou o Facínora
Era Uma Vez no Oeste
Interessante, o filme Sete Homens e um Destino, tem um elenco fabuloso. inclusive com CHARLES BRONSON com apenas 21 anos de idade(seu primeiro filme de cawboy) e Yul Brynner(ator Russo/Americano, o carequinha que se vestia todo de preto. É o tipo do filme que tem muita fama, mas não é esse balaio todo. Aliás os filmes faroestes que foram indicado para o oscar não são tão bons como outros que sequer foram citados, temos como exemplo o único oscar ganho por John Wayne em 1967 com o filme BRAVURA INDÔMITA, Um filme médio, agora com uma grande interpretação tanto de Wayne quanto de sua amiga, Maureen O'Hara.
ResponderExcluirALGUMAS FRASES OU DIÁLOGOS MARCARAM A HISTÓRIA DO CINEMA FAROESTE. SÃO AS PÉROLAS GENIAIS COLOCADAS PELOS ROTEIRISTAS E QUE FICAM PRESAS EM NOSSA MEMÓRIA, COMO ESTA DE JOHN WAYNE QUANDO RECEBEU O OSCAR DE MELHOR ATOR: “Coragem é estar morto de medo e encilhar o cavalo assim mesmo"...
Roberto Almeida era um garoto "LUXENTO" em capoeiras, levava ao cinema uma CADEIRA para se sentir bastante confortável. Eu nunca tive esse privilégio, mas mesmo assim me contentava, aos sábados, em levar de casa, um TAMBORETE, para assistir Ringo, Django e o malvado do Fernando Sancho...
ResponderExcluirCORRIGINDO: John Wayne recebeu o OSCAR como melhor ator em 1970.
ResponderExcluirA Cultura do HOMEM CARRANCUDOS, diferente da cultura dos anos 90 para cá, que chamo de cultura dos FRESCOS FILHOS DE MÃES SOLTEIRAS.
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