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ARRAES HOMENAGEADO EM QUATRO LIVROS

Há 100 anos nascia Miguel Arraes de Alencar. No Recife, um dos pontos altos das comemorações do centenário do ex-governador de Pernambuco acontecerá às 19h desta quinta-feira (15), no Museu do Estado, quando a Companhia Editora de Pernambuco (Cepe) lançará quatro livros que formam um amplo e diversificado painel sobre a vida, a trajetória política e as realizações daquele nordestino que se transformou numa das maiores lideranças do Brasil.
Nove anos depois de ser lançado (Iluminuras), o livro Arraes, primeira biografia autorizada do ex-governador, de autoria da jornalista Tereza Rozowykwiat, ganha uma segunda edição ampliada com o selo Cepe. Prefaciada pelo historiador, professor da Escola de Economia de São Paulo, emérito da Universidade de Paris Sorbonne, também ex-exilado político, Luiz Felipe de Alencastro, a obra percorre, em 400 páginas e mais de 30 fotos, a trajetória de Miguel Arraes da infância no Crato (CE) até sua morte, no Recife, em 2005, aos 88 anos de idade.
No livro, a autora, que acompanhou por 12 anos a vida de Arraes enquanto repórter do Diario de Pernambuco, revela fatos relacionados aos 14 anos de exílio na Argélia (África) em dois novos capítulos estruturados a partir de documentos do Instituto Miguel Arraes. O acréscimo permite uma melhor compreensão do papel exercido pelo ex-governador na luta pela independência dos povos africanos e na articulação junto a outros personagens políticos e religiosos mundiais. Sobre esse aspecto, Luiz Felipe de Alencastro pontua em seu texto de apresentação que, “além dos fatos que ela (autora) assinala, outras atividades de Arraes no exterior com importantes repercussões em diversos países merecem ser lembradas ao leitor brasileiro”, destacando entre outras a contribuição dada por Arraes na formulação dos programas de alfabetização baseado no método Paulo Freire na Guiné-Bissau e Moçambique.
No livro Pernambuco em chamas – A intervenção dos EUA e o golpe de
1964 – concebido para ser “um livro de História que se lê como uma grande reportagem e uma grande reportagem que se lê como um livro de História”, o jornalista Vandeck Santiago mostra como os Estados Unidos buscaram interferir na região nordestina no início dos anos 60, o que fica bem explicito numa frase do presidenteJohn Kennedy: “Nenhuma região merece mais a nossa atenção do que o vasto Nordeste do Brasil”.
O motivo da “atenção” era o medo de que o Nordeste, principalmente Pernambuco, se transformasse em uma nova Cuba, onde em 1959 ocorrera uma revolução comunista. O crescimento de movimentos sociais como as Ligas Camponesas e a eleição, para o Governo do Estado, de um líder com perfil esquerdista como Miguel Arraes, só aumentaram o pavor anticomunista e levaram os norte-americanos a desenvolver, a partir da região, uma série de ações que culminariam na ditadura militar.
Resultado de uma pesquisa de vários anos e com prefácio de Pablo Porfírio, doutor em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Pernambuco em chamas tem 232 páginas, incluindo ampla iconografia, com imagens emblemáticas daquele turbulento período histórico.
As Brigadas muralistas e as campanhas de Arraes – Arte e política na década de 1980, escrito pela historiadora Elizabet Remigio, também é resultado de um longo trabalho de pesquisa que permite um recorte importante da nossa história política: a atuação da Brigada Portinari, movimento formado por artistas nas eleições dos anos de 1980, que usava os muros da cidade como instrumento de expressão artística e de engajamento político. A obra, com 144 páginas e reproduções fotográficas, revela o universo da propaganda eleitoral no delicado processo de redemocratização do país. “O livro é resultado de uma vasta pesquisa, de uma metodologia bem sistematizada. Inova, sem cair nos modismos. Suas referências bibliográficas incentivam leituras e provocam sintonias com possibilidade de configurar outras pesquisas. Ajudam a conhecer as histórias de uma época, ainda, pouco estudada”, avalia no prefácio o professor Antônio Paulo Rezende, professor do Departamento de História da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Fruto de uma tese para o mestrado em História Social da Cultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, As brigadas muralistas é considerado pelo jornalista e presidente do Arquivo Público de Pernambuco, Evaldo Costa (que assina texto da orelha do livro) o mais completo documento sobre a Brigada Portinari: “Amparada em sólida base teórico-metodológica, a autora coloca em perspectiva as motivações dos artistas, avalia o alcance do trabalho enquanto força mobilizadora da energia das massas e põe tudo isso num contexto carregado de tensões e de esperanças, num mundo em movimento, num país ou, como diria Glauber, numa terra em transe.”
Porto do renascimento – A última campanha de Arraes – Repórter da campanha eleitoral de 1998, quando o então governador de Pernambuco, Miguel Arraes, concorreu à reeleição, Marcos Cirano passou três meses acompanhando o candidato por todas as regiões do Estado a registrando todos os atos da campanha, inclusive a íntegra de todos os discursos por ele proferidos.
Esse rico material é a base deste livro que, de acordo com o autor do prefácio, o publicitário e escritor José Nivaldo Júnior, membro da Academia Pernambucana de Letras, “agrega efetivo valor às boas biografias já escritas sobre Arraes. Sem diminuir o trabalho já realizado, coloca o perfil dele em outra dimensão, outro patamar”.
De acordo com o próprio Cirano, a narrativa sobre a última campanha de Arraes tem como “ênfase a visão do próprio governador-candidato sobre o que representou aquele embate político-eleitoral: uma espécie de porto de renascimento, ou seja, quando uma esperada derrota eleitoral é trabalhada como uma vitória política porque é o ponto de partida para um recomeço mais adiante”.
Exposição - Organizado pelo Governo do Estado, através da Cepe, Museu do Estado e o Arquivo Público, o evento também será marcado pela abertura da exposição Duas mãos e o sentimento do mundo, que disponibilizará para a sociedade parte do acervo do Instituto Miguel Arraes (IMA) e do Arquivo Público, com grande número de documentos, objetos pessoais e fotos que registram alguns dos principais momentos daquele que fez revolucionária administração à frente da Prefeitura do Recife e, por três vezes, governou o Estado de Pernambuco.

Preços dos livros*:
1. Arraes, de Tereza Rozowykwiat - R$ 40,00
2. Pernambuco em chamas, de Vandeck Santiago - R$ 30,00
3. As Brigadas muralistas e as campanhas de Arraes, de Elizabet Remigio - R$ 30,00
4. Porto do renascimento, de Marcos Cirano - R$ 20,00

* Excepcionalmente, no dia do lançamento, o combo com os 4 livros custará 
R$ 100,00 (cem reais).
(Comunicação CEPE).

4 comentários:

  1. Miguel Arraes de Alencar: homem honesto e coerente que eu conheci. - Por ser um cidadão do mundo, Arraes citou os versos Drummond: "Tenho apenas duas mãos e o sentimento do mundo", em resposta a um repórter!! - 2. A intromissão dos EUA no Brasil foi muito decisiva para o golpe dos milicos de 1964. E John Kennedy nem imaginava que sairia do poder assassinado, em 22 de novembro de 1963, sem ver o golpe dos generais de chumbo no Brasil. - John Kennedy foi mais um intervencionista dos EUA, em cima dos países subdesenvolvidos. Quis passar a imagem de democrata!! Por isso, tornou-se muito popular. Mas se revelou autêntico conservador. Se Kennedy houvesse ficado mais tempo no governo dos EUA, teria mostrado a cara por inteiro!! – Em Kennedy faltou a grandeza que havia em Miguel Arraes de Alencar, cidadão do mundo, batalhando em favor dos menos favorecidos!! Aqui ou na África!! – Esse foi o traço predominante de Miguel Arraes!! – Enquanto isso, os milicos e outros otários o chamavam de comunista. – A ignorância é que atravanca o progresso!! /.

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  2. No dia 22 de novembro de 1963 eu estava viajando de Recife para Maceió. - Em Palmares, o ônibus parou na praça central pra gente estirar as pernas. - O rádio da lanchonete estava anunciando o assassinato de John Kennedy. Surpresa Geral. Eu era menino, não entendia essas coisas do mundo dos maus. – Naquele ano, Arraes era governador de Pernambuco, depois de ter sido prefeito e secretário da Fazenda do Estado (por duas vezes)! - 2. Ontem, como hoje a imprensa no Brasil e de parte do mundo fala do centenário de Miguel Arraes de Alencar. - Enquanto isso, os EUA elegeram um farsante que pode desencadear mais uma guerra mundial. - Desta vez, não será a "guerra fria" dos tempos de Kennedy. - Será guerra quente pra valer. /.

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    1. A história precisa sim ser contada por quem vivenciou.O conhecimento acumulado de muitos e transmitido para as novas gerações nos levam a reflexão.

      Conheci o velho mestre apenas de 1986 até o fim de sua vida.Foi uma reserva moral de Pernambuco para o mundo.

      Em 1989 fomos ao Palácio das Princesas no total de 15 pessoas para pedir a Miguel Arraes para tirar um sargento que era contra nós.A violência era tão grande que amedrontava todo mundo.

      Numa roda com Manoel Alves de Saloá e Manoel Tenório Luna de Bom Conselho ambos Deputados Estaduais, Miguel Arraes assim se expressou: " vocês vieram aqui para pedir para eu tirar um sargento que é contra vocês.Vocês tem apenas um,mas eu tenho mais de 100 contra mim.Não adianta tirar um sargento de Lagoa do Ouro e colocar em Correntes ou Garanhuns que será o mesmo sargento.As polícias estão passando fome e ganham muito mal.O que precisamos é pagar bem as polícias".

      Dr. Miguel Arraes tinha uma visão de mundo e a eletrificação Rural foi sua marca extraordinária. Hoje a Zona Rural estar praticamente eletrificada.

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    2. Assim foi Miguel Arraes de Alencar: o homem e o político, abraçando as causas humanas da população!! – Fez até onde isso foi possível. - Arraes não fez mais, porque a oposição não deixou. - Leia-se como oposição: Jarbas Vasconcelos, Mendonça Filho (Boca de ...), Zé Jorge (embusteiro) e tantos outros, que NÃO queriam que Miguel Arraes governasse!! - Todos esses citados e mais outros e outros, atrelados aos bagos de Fernando Henrique, na busca do PIOR para Pernambuco!! /.



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