Por Samuel Salgado*
Os prefeitos, principalmente de
cidades pequenas, que assumirão no próximo dia 1 de janeiro de 2017,
enfrentarão muitos desafios.
O momento pelo qual passa o país, com uma crise moral, política, econômica e institucional seriíssima, dificulta ser prefeito municipal.
Com a grave recessão econômica, as receitas diminuíram, por outro lado, cresceram as demandas sociais por Saúde, Educação, Segurança, Infraestrutura, Desenvolvimento para a Zona Rural, Esporte, entre outras áreas, devido à queda do poder aquisitivo da população e ao aumento do desemprego.
Outro fator que é preocupante na vida dos futuros prefeitos é a atual divisão dos recursos entre os entes federativos (União, estados e municípios). O FPM (Fundo de Participação dos Municípios), maior fonte de recursos de cidades pequenas como Angelim, é formada por parte da arrecadação federal do IR (Imposto de Renda) e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), tributos em retração, devido à forte recessão econômica. Se não estou enganado, para cada R$ 100 arrecadados de impostos no Brasil, R$ 66 ficam com a União, R$ 22 vão para os Estados e apenas R$ 12, para os municípios, que é onde tudo acontece na vida real. O que se pode realizar com uma distribuição dessas? Com apenas 12% das receitas do país, é difícil ser um bom prefeito em qualquer município. São responsabilidade de mais e recursos de menos. Vale acrescentar que esse percentual já foi bem menor na época em que fui prefeito.
Por tudo isso, os novos prefeitos precisam ter vontade, coragem, pulso firme e organizar a casa.
Portanto, cabe a cada futuro prefeito:
1- Ser honesto. Este é o ponto de partida imprescindível para uma gestão eficaz.
2- Ser auxiliado por pessoas de bem. Como a estrutura
administrativa é grande, ele sozinho não poderá acompanhar tudo. Se for mal
assessorado, com secretários mal intencionados, ou ainda sem uma qualificação
para cada área, a gestão estará fadada ao fracasso.
3- Viver sintonizado com a legislação vigente, atualmente muito
rígida. O gestor deve cumpri-la rigorosamente. Sem esse cuidado, poderá ter
grandes problemas, podendo nem terminar o mandato. Prefeito que tomar decisão
precipitada, sem antes fazer uma consulta jurídica, pode ter problemas na sua
gestão.
4- Ter, juntamente com seus auxiliares, dedicação aos cargos. Se
não houver empenho, não haverá êxito na administração.
5- Ter espírito público. Deve estar sempre sensível aos clamores
do povo. Como nem tudo será possível atender, deve estabelecer o que é mais
urgente para aplicação do dinheiro público que, quase sempre, torna-se
insuficiente para tantas necessidades.
6- Ser democrático. Isto é, ouvir as pessoas (secretários,
lideranças, segmentos sociais, etc...) e compartilhar as decisões.
7- Planejar estrategicamente as ações de governo, levando em
conta as prioridades, estabelecendo cronogramas de acordo com a receita. Com
esta atitude, comumente, poderá enfrentar impopularidade num primeiro momento,
mas criam-se melhores condições para atender as demandas da população.
8- Ter habilidade para ir em busca de recursos públicos
externos, através de apoios políticos do governador e de deputados.
9- Não repetir os erros dos antecessores e, se possível,
melhorar o que deu certo.
Estas, são apenas algumas recomendações para ser um bom
prefeito. Tomara que tenhamos uma boa safra de bons administradores municipais
entre 2017/2020.
*Samuel Salgado foi professor do Instituto Federal de Educação
em Belo Jardim e governou o município de Angelim em três oportunidades.
Tem um ditado popular que "se conselho fosse bom não se dava,se vendia". Exerci essa tarefa por muitos anos na minha cidade.Foram muitos os conselhos e muitos não quiseram me ouvir e terminaram traindo os próprios amigos.
ResponderExcluirTeve um ex-prefeito que estava aperriado querendo fazer justiça com as próprias mãos e cheguei junto do amigo e lhe dei conselhos.Terminou ele votando em mim quando eu nunca votei nele.Hoje eu admiro demais todos os seus filhos pela família exemplar que ele com sua esposa criaram educando a tratar os outros com respeito e educação.
Esses conselhos dado pelo ex-prefeito Samuel Salgado são muito importante.O Brasil precisa de homens que saibam transmitir um pouco de sua experiência como ex-gestor e político,cidadão e professor.
O Brasil viveu momentos de muita bonanças entre 1994 a 2002 e de 2003 a 2008.Com a crise norte americana graças a infelicidade da invasão do Iraque quando após sua posse em 2009,o presidente dos EUA tomou emprestado ao mundo 4 trilhões de dólares.Foi quando houve a marolinha do Lula.O IPI foi reduzido de 7% para 0%.
Deixamos de arrecadar mais de 800 bilhões em 6 anos. O erro da Dilma e do Lula foi ter reduzido para esse patamar e depois se levou muito tempo para subir essa alíquota e quando subiu foi para 2% em 2014 e depois após as eleições subiu para 7%.
Todo mundo aproveito as subidas do IPI e subiram tudo de uma vez só.Teve governante que aumentou impostos em até 400%.Tudo aumentou e hoje muitos serviços e produtos precisam baixar de preços senão não vende de jeito nenhum.
Em 2010 os nossos deputados federais praticaram os maiores aumentos da história.Deram para si R$ 10.214,01 de aumentos.
Em 2014 mais R$ 7.039,87.Em 2016 mais R$ 5,530,00.Totalizando em 13 anos R$ 26.545,00 de 2002 a 2016 com efeito cascata em todo o Brasil.
A única categoria que nunca pensou em servidores públicos e em trabalhadores da iniciativa pública e privada se chama legisladores municipais,estaduais e federal.Eles não querem saber se o país está ou não em crise.
Que o presidente,governadores e prefeitos se virem para arranjar dinheiro para pagar todas as mordomias deles que hoje ultrapassam a nível federal os mais de R$ 150.000,00 mensal.
O ex-prefeito Samuel Salgado está certo.Valeu as orientações dadas aos novos legisladores!
O prefeito de Angelim Sr Marcos Calado está de parabéns, pagou o mês de dezembro hoje deixando em dia toda folha de pagamento dos funcionários em dia.
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