O Senado
aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 36/2016, a da Reforma
Política, na quarta-feira (23), que estabelece o fim das coligações para as
eleições proporcionais e a criação de uma cláusula de barreira aos partidos. Na
avaliação do senador Armando Monteiro (PTB), a proposta ataca frontalmente a
origem das distorções do atual sistema político e contribui para minimizar a
questão da fragmentação partidária no Brasil. “A PEC 36 representa um avanço
importante para o aperfeiçoamento do sistema político e de representação do
País", analisa.
De acordo
com Armando, a formação de coligações nas eleições proporcionais permite, em
alguns casos, eleger candidatos sem voto ou que não têm identidade do ponto de
vista programático com as legendas coligadas. “Os partidos se reúnem e terminam
elegendo pessoas com perfis muito diferentes. O fim das coligações nas eleições
proporcionais é algo que há amplo consenso de especialistas, analistas e da
classe política”, concorda o senador.
Outro
ponto positivo da PEC, segundo o petebista, é a criação da cláusula de
barreira. Para Armando, no Brasil há partidos que se constituem apenas para que
as direções tenham acesso aos recursos do fundo partidário. “São partidos que
não têm representatividade efetiva”, pontua. Para se ter uma ideia, o senador
destaca que, hoje, 28 agremiações têm assentos no Congresso Nacional e 11 delas
elegeram entre um e cinco deputados na última eleição. “A fragmentação torna o
sistema de governança muito complicado, e vem produzindo todas essas mazelas
que a gente acompanha”, coloca.
Armando
pondera que, embora o tema da Reforma Política vem sendo debatido há anos pelo
Congresso, a atual proposta traz um rumo para corrigir as distorções do atual
sistema. “Acontece que as propostas anteriores eram tão amplas que você
terminava por fazer incursão em áreas muito complexas da mudança do sistema. A
PEC 36 foca nos questões que hoje representam a origem das disfunções do
sistema político”, concluiu.
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