Através do jornalista Rossini Barreira, com quem trabalhei no Jornal do Commercio do Recife, no final dos anos 80, chega um pedido de "Direito de Resposta" a um artigo escrito pelo professor Michel Zaidan Filho e publicado no blog. Democraticamente, como sempre fazemos, atendemos a solicitação. Segue na íntegra o texto de João Maurício Adeodato (foto), professor de direito na Uninassau, na capital pernambucana.
O QUE HÁ DE COMUM ENTRE UM “CIENTISTA” POLÍTICO E O SUBDESENVOLVIMENTO
O QUE HÁ DE COMUM ENTRE UM “CIENTISTA” POLÍTICO E O SUBDESENVOLVIMENTO
João Maurício Adeodato
Professor de Direito e Pesquisador 1-A do CNPq
Currículo completo em:
http://lattes.cnpq.br/8269423647045727
Um texto meu sobre o
procedimento do recente impeachment, divulgado
originalmente no Diario de Pernambuco
e depois republicado pelo Jornal Folha de
São Paulo e pelo blog CONJUR – Consultor Jurídico, foi
multiplicado em inúmeros veículos virtuais e provocou as mais diversas reações,
segundo tenho sido informado, por não ter habitualmente muito tempo para
frequentar esses ambientes. Confirmando a dura sentença de Umberto Eco sobre as
redes sociais, verifiquei a grande quantidade de tolices e o enorme despreparo nos
comentários que meu artigo provocou, ainda que sua quase totalidade tenha sido
extremamente elogiosa a minha argumentação. Por isso li muito poucos e não
comentei nenhum.
Agora, contudo, já
passados vários dias, enviam-me um texto de um ex-colega da UFPE, Michel
Zaidan, publicado em um blog local – Roberto
Almeida - Um jornalista a serviço de Garanhuns e do Agreste – o qual mereceu
minha atenção. Por vários motivos, difíceis de rastear em tão pouco espaço. Vou
mencionar alguns. Peço ao leitor que atente para as aspas, são palavras de
Zaidan.
O primeiro motivo de
estupefação é uma foto de Adolf Hitler no início do artigo, com a frase “que
teríamos feito sem os juristas alemães?” (sem qualquer referência sobre quem
disse e em que contexto isso foi dito). Ora, esta não é apenas uma imensa falta
de respeito para com os alemães: banalizar jogos de palavras sobre o nazismo
não é engraçadinho, partam ou não de judeus, o holocausto é uma chaga na alma,
não dos alemães, mas de toda a humanidade, aí incluídos os judeus. É também uma
ofensa aos “juristas alemães”, muitos dos quais sofreram sob o nazismo,
inclusive o judeu Kelsen, o maior de todos, colocados no saco único da ignorância
do articulista. O segundo é o inexplicado título, que também vem em forma de
pergunta: “O que há de comum entre a Uninassau e o estado de exceção?” Deduzi
vagamente que o texto iria então unir a Uninassau e o nazismo. Estranho, pensei
eu, diante das políticas inclusivas da instituição, mas vamos ver o que o texto
tem a dizer. O terceiro ponto foi ver o meu nome na primeira linha, o que me
levou, além do interesse inicial pelo pitoresco professor, a alguma perplexidade.
Antes permitam-me
apontar alguns equívocos sobre informações básicas, os quais, pelo menos de
início, explicam as baboseiras afirmadas em seguida. Diz lá pejorativamente que
a Faculdade de Direito de Vitória, com Graduação, Mestrado e Doutorado, dos
melhores indicadores educacionais do país e uma Revista A-1 no Qualis da CAPES (o que pouquíssimas
faculdades de direito federais podem ostentar, talvez nenhuma), seria uma “law school de práticas jurídicas”. Depois,
o articulista vai criticar dois autores que nem consegue grafar direito, quais
sejam Carl Schmitt e Niklas Luhmann, reduzidos a “Karl Schmidt e Nicos
Luhmam”. Como se pode crer nos argumentos de alguém que critica pensadores
cujos prenomes e nomes aparecem, todos os quatro, equivocadamente escritos? O
mais razoável é pensar que o articulista só ouviu falar vagamente desses
autores e jamais abriu alguma de suas inúmeros obras, o que é exatamente o caso.
O terceiro indício de ignorância dos fatos é que a UniNassau, independentemente
de qualquer juízo de valor sobre sua qualidade, iniciou suas atividades em 2003
e cresceu exclusivamente durante os governos do Partido dos Trabalhadores,
ninho e túmulo da percepção política de Michel Zaidan.
Além de confusa e
maldosamente imputar à UniNassau gestões para influir nas políticas do novo
governo federal, acusa-me do grave deslize ético de trabalhar para a
instituição, na qual sou professor desde sua fundação, ainda que como simples
empregado, jamais tendo participado de sua política empresarial. Mais ainda, diz
que foi a serviço dessa minha tarefa, segundo ele indigna, que escrevi o artigo
mencionado acima, cujas teses não repetirei aqui.
O contexto é
cristalino. Ao lado de um inexplicável ódio à UniNassau, que já revelou
abertamente no passado, em jornais locais e processos a que responde na Justiça,
faltam a Michel Zaidan isenção e conhecimento para se pronunciar sobre o impeachment. Sua psique é dominada pelo
que chamo de patologia do traído:
passou décadas professorando “verdades” e “fatos” sobre uma ideologia e um
partido político, defendendo e tirando fotografias com pessoas que hoje são
corruptos ou simplesmente “ladrões” na linguagem popular. Como admitir agora
que o “cientista” se deixou enganar como um tolo? Seria preciso muita coragem. O
impeachment tem que ter sido um golpe
porque Zaidan e seus companheiros não podem sobreviver sem essa ideia, “acham”
que foi, porque eles “sabem” que não houve “crime de responsabilidade”, “não
houve corrupção” etc. É a sua “justiça”, o seu “bem”, que ele não vende e
ninguém quer comprar, pois parece desprezar o dinheiro que remunera o trabalho.
Fala dos sofistas,
que desconhece, porque carrega uma verdade intolerante e ignorante. A “filosofia
do direito” na qual a “verdade” de Zaidan acredita, embora nunca a tenha cultivado,
não “ganha” com o meu trabalho, internacionalmente reconhecido há décadas, mas
sim o “dono ou presidente do grupo de locação dos serviços educacionais”, o
qual “ganhará e muito”.
Não foi minha
intenção fazer quaisquer ilações ofensivas, o que pode ter sido inevitável
diante de tanta bobagem, nem responder a Zaidan. Minha atenção é para com meus
milhares de alunos e leitores. O professor Zaidan é um “cientista político” subdesenvolvido,
um nítido resultado dessa política educacional que tanto deplora.
Como eu já falei aqui, várias vezes, esse Michel Zaidan é ídolo perfeito para trouxas e só escreve asneiras esquerdistas!
ResponderExcluirSem entrar nos rompantes e nas birras que envolvem o professor Adeodato e o professor Zaidan, apenas opino: - NÃO confundam um SER EDUCACIONAL, com a Uninassau. - As faculdades Maurício de Nassau (Uninassau) são um SER COMERCIAL, exclusivamente. - Razão por que têm crescido tanto!! – E ali se graduam milhares de jovens e adultos, à custa de muitos sacrifícios, pra pagarem seus estudos!! - Mas, quem não consegue entrar numa faculdade pública, procura as Uninassaus da praça!! - Como estas são EMPRESAS COMERCIAIS, lógico que os alunos têm de pagar as onerosas mensalidades!! – E seja em qual governo for, os donos ou o dono da Uninassau vai / vão entrar com unhas e dentes, em busca de verbas públicas!! - Pouco interessa se o governo é do PT, do PSDB ou do PMDB. - Tanto faz!! - No mais, essa lenga-lenga disso e daquilo é conversa pra inglês ver. - É ISSO. /.
ResponderExcluirO professor Adeodato e tantos outros insistem em negar suas posições políticas, ideológicas e de interesses, assim fazendo, tomam por tolos seus leitores. Seria mais digno e honesto a admissão de suas posições. Essa ideia de isenção ou imparcialidade é uma grande falácia que já estamos cansados de ouvir. É mais interessante ouvir os ideológicos, e nos posicionar criticamente com relação aos suas ideias, do que dialogar com os "insentões", que agem movidos por interesses, mas os negam. Não confio em pessoas assim.
ResponderExcluirBrilhante explanação!
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