O deputado estadual Álvaro Porto
(PSD) voltou a cobrar mudança de postura do Governo do Estado diante da falta
de segurança. Em discurso duro na tarde desta terça-feira (18.10), o deputado
elencou números e episódios da violência no Estado e argumentou que o
governador Paulo Câmara precisa chamar para si a responsabilidade do
setor. “Pelo que temos visto nos últimos dias, a simples troca de
secretário de Defesa Social não fez efeito. E não fará se ficar só nisso. É
necessário que o Governo assuma outra postura”, disse.
Para Porto, se apegar ao resgate do
Pacto pela Vida como fosse a saída para os problemas da segurança é privilegiar
apenas o marketing e a propaganda. “Na vida real, as pessoas estão presas em
casa ou sendo assaltadas e mesmo morrendo. Reaja, governador!”,
afirmou. “O que falta acontecer para que o Governo do Estado decida tomar
as rédeas da segurança em Pernambuco? Explosões de caixa eletrônico? Todos os
dias acontecem. Campeonato de vale-tudo dentro de presídios? Já tem. Presos
saindo de presídios sem tornozeleiras? Tem também. Arrastão na Conde da Boa
Vista? Aconteceu hoje. Assalto a ambulâncias? É a nova onda”, completou.
Álvaro Porto lembrou que nesta
segunda-feira (17), dois veículos que transportavam doentes de Angelim e
Canhotinho para o Recife foram interceptados por assaltantes na comunidade de
Vila Nova, em Quipapá. Os bandidos levaram dinheiro e pertences de pacientes,
acompanhantes e motoristas. Em Canhotinho, lembrou ele, presos do sistema
semi-aberto estão saindo do presídio sem tornozeleira porque o Governo está sem
pagar fornecedores do equipamento. Com isso o número de assaltos e homicídios
cresceu no Agreste Meridional. “Em Angelim, onde existem pouco mais de dez mil
habitantes, três assassinados foram registrados em 24 horas. Em Cumaru, a
enfermeira-chefe do Hospital de Riacho das Almas, Maria Goretti Bezerra, foi
morta em assalto, também nesta segunda-feira”.
A falta de pulso do Governo, de
acordo com o deputado, transformou Pernambuco numa terra dominada pelo crime e
pelo medo. “O pernambucano está sendo privado do direito de ir e vir, de
simplesmente tocar a vida adiante. E, o que tem feito o Governo? Acuado, o
Governo não tem conseguido exercer o seu papel”, disse. “Por outro lado, os
criminosos demonstram não ter receio algum das polícias. Aliás, assim como a
população, as Polícias Civil e Militar, sem condições de trabalho, têm sido
vítimas das falhas do Estado”, arrematou.
MUDANÇA DE CONDUTA - Em apartes, os
deputados Edilson Silva (PSOL) e Priscila Krause (DEM) endossaram a necessidade
de mudança de postura do Governo. O psolista salientou que o Governo se recusa
a dialogar com a Assembleia quando o debate sobre a segurança é colocado, num
flagrante desrespeito ao trabalho dos deputados. A democrata, por sua vez,
afirmou que a questão da violência não é assunto de oposição ou de governo, mas
da sociedade. E enfatizou que de nada adianta trocar secretário se a conduta
não for outra.
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