O deputado estadual Álvaro Porto (PSD) afirmou esta semana que a
constatação da "morte" do Pacto Pela Vida pelo professor José Luiz
Ratton, um dos idealizadores do programa, só reforça o que ele vem denunciando
desde 2015 na Assembleia Legislativa.
Há cerca de 15 dias, em pronunciamento na tribuna da Casa, o deputado
disse que, se em 2015 o Pacto entrou em falência, neste segundo semestre de
2016 estava claro que o programa foi morto e enterrado sem deixar herança.
Ratton, que é Coordenador do Núcleo de Pesquisas em Criminalidade, Violência e
Políticas Públicas de Segurança da UFPE, fez a declaração em entrevista à Rádio
Jornal nesse fim de semana.
Naquele discurso, proferido no dia 13 deste mês, Porto pediu para que o
governador Paulo Câmara (PSB), reagisse, saísse da inércia, mobilizasse a
sociedade e recorresse ao Governo Federal para dar uma resposta ao povo de
Pernambuco. Também atacou a declarações do prefeito do Recife e candidato à
reeleição, Geraldo Julio (PSB), que vem minimizando a gravidade da situação em
Pernambuco ao jogar, como sempre, a conta do fracasso do combate à violência no
Estado na crise econômica
"Agora, para rebater a constatação lúcida de Ratton, Geraldo repete
o mesmo argumento. Volta, como fez nas outras vezes em que tratou do tema, a
desrespeitar os familiares que choram seus mortos e os policiais desamparados
pelo Estado. Continua recorrendo a declarações eleitoreiras, estudadas pelo
marketing da campanha, mas esconde o fraco desempenho Secretaria de Segurança
Urbana criada por ele".
O discurso do dia 13 foi um dos cerca dos dez que Álvaro Porto fez entre
2015 e 2016 para denunciar o aumento de violência e cobrar soluções do Governo
do Estado. "Depois daquele dia, quando apelei para que o governador
levantasse da cadeira e agisse, os casos de violência seguiram crescendo. Nem
as delegacias estão mais seguras. No último sábado, dois ladrões de carro
fugiram da cela da delegacia de Boa Viagem. Isso é inadmissível. Os estupros
permanecem na ordem do dia. Assaltos a carros-forte também".
Para ele, a fragilidade do Governo e sua incapacidade de garantir a
segurança viraram mesmo a marca registrada desta gestão. "Já cansamos de
cobrar uma postura de Paulo Câmara em relação a ineficiência do secretário de
Defesa Social, Alessandro Carvalho. Agora, mesmo diante da opinião de um
especialista como Ratton, o governador permanece sem tomar uma atitude",
disse.
O deputado argumenta que o secretário já deu provas de não ter condições
de atender às exigências do cargo. "O Governo vai confirmando a falta de
pulso nesta área. As falhas e os desmandos da gestão são evidenciadas
diariamente. Como explicar à população que um delegado tenha liberado um
suspeito de ter praticado estupro no metrô?. Como manter um secretário que
declarou, sem constrangimento algum, conversar com presos por celular, como fez
o titular da pasta estadual de Justiça e Direitos Humanos, Pedro Eurico?",
indaga. "Não dá para fazer de conta que tudo está dentro da
normalidade", arremata.
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