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DESENCANTO COM O BRASIL RUIM É O PRINCIPAL RESPONSÁVEL PELO SUCESSO DA NOVELA ÊTA MUNDO BOM

A novela “Êta Mundo Bom”, que teve o último capítulo exibido ontem à noite, na TV Globo, fez um enorme sucesso junto ao público brasileiro, conseguindo 27 pontos de audiência só na Grande São Paulo, conforme o Ibope.
Dois críticos de televisão do Portal UOL, Nilson Xavier e Maurício Stycer, avaliaram o êxito do folhetim (há 10 anos a Globo não conseguia emplacar uma novela com tanto sucesso no horário das 18h) como puro escapismo.
Cansado da crise, dos políticos, da falta de perspectiva atual do Brasil, o povo buscou um refúgio no folhetim escrito por Walcyr Carrasco, recheado por personagens ingênuos, pessoas de bom coração, valores rurais e um ou dois vilões que no final são duramente castigados, enquanto o bem triunfa, para alívio e alegria de todos.
Enfim, como o Brasil vive uma situação ruim, milhões de expectadores viveram a ilusão da novela para tentar se convencer internamente que "este mundo é muito bom".
Dedicada a Mazzaropi, "Êta Mundo Bom" sintetiza o espírito otimista numa frase sempre repetida pelo personagem Candinho: "Tudo que acontece de ruim é pra melhorar".
Candinho foi personagem também de um dos filmes de Amácio Mazzaropi e certamente é uma referência a Voltaire, escritor francês que escreveu um livro no século XVIII conhecido no mundo todo: "Cândido o Otimista". 
A obra é uma sátira, com muitas ironias, com espírito bem diferente do filme do cineasta caipira e da novela de Walcyr Carrasco.
Transcrevemos o artigo do jornalista Mauricio Stycer, que está perfeito na análise do besteirol exibido na Globo,  com grande sucesso:
Nos últimos meses,  Walcyr Carrasco foi questionado inúmeras vezes sobre as razões do extraordinário sucesso de “Êta Mundo Bom”. Muitas vezes disse que não sabia a resposta. Em outras ocasiões, buscou explicação nos valores que a história promoveu – o otimismo, a esperança, a bondade.
A enorme aceitação da novela passa por aí mesmo – pela mensagem positiva e pela simplicidade espantosa que exibiu do início ao fim. Mas muitos outros folhetins foram por este caminho sem o mesmo êxito.
Por isso, acho que há algo a mais. Acredito que “Êta Mundo Bom” deve muito ao momento em que foi exibida – um período de crise política e econômica e, de certa forma, de muito desencanto.
Ambientar a trama na década de 40 do século 20 foi só um pretexto para Carrasco aprofundar o caráter ingênuo de muitos personagens. O momento crucial que o Brasil e o mundo passavam na época foi completamente ignorado.
A única referência temporal da novela foram os títulos dos filmes de Hollywood que apareciam dos letreiros do cinema e a procura por petróleo no interior de São Paulo
Sem preocupação com o realismo, o autor desenvolveu tipos transparentes e cristalinos, como só existem nas histórias infantis. O excesso de bondade e simplicidade de boa parte dos personagens tornou a novela atraente para quem buscava receber mensagens edificantes e reconfortantes da TV.
O caipira de coração puro, que veio para a cidade grande em busca da mãe. A milionária bondosa, que passou a vida procurando o filho tirado dela ainda bebê. A jovem simples e boa, que foi expulsa de casa pelo pai por estar grávida. O pai que cometeu um crime para financiar a cirurgia que permitiria ao seu filho andar. O noivo dedicado à noiva gravemente doente. A menina pura do interior que passava os dias fantasiando sobre o “cegonho” masculino.
Esses e outros tipos elementares fizeram “Êta Mundo Bom” andar alegremente por 191 capítulos. Com habilidade, Carrasco conseguiu desenvolver estas e outras tramas sem muita enrolação, sempre propondo desdobramentos e dando agilidade à novela.

Abrindo mão de qualquer ousadia ou polêmica, a novela das 18h30 encontrou um grande público, num sinal de que há uma parcela considerável da audiência ansiosa exatamente por isso: entretenimento sem esforço. E a garantia de que o bem vencerá o mal, o amor superará as barreiras, o esforço será recompensado e há motivos para ser otimista com o mundo. Escapismo, em resumo.
*Foto: UOL

2 comentários:

  1. Resumindo, um tipico feito global: em tempos de pensar e refletir faz o contrário; distrai os espectadores e os aliena.

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  2. Na verdade o autor Walcyr Carrasco se aperfeiçoou em CLICHÊS, ele mestre nisso, por isso seus besteiróis escritos para horário das seis, sempre dão audiência. São historinhas que todos sabem o final dos personagem por já terem vistos em outras novelas, inclusive as mexicanas. Embora tenha feito duas obras de muito sucesso em audiência como: Amor a vida e verdades secretas.

    Apesar disso qualquer besteirol ainda é melhor que assistir remake de novela ruim protagonizada por uma humorista sem graça como Tatá Werneck, ou as telenovelas infantilizadas e sem fim do SBT.
    Infelizmente a TV aberta está pobre de novos autores que inovem as histórias das novelas. A única opção para quem tem canal a cabo é poder assistir as belas séries americanas da Netflix.

    Ana Paula

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