CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

TRANSPARÊNCIA E PROPAGANDA ENGANOSA


Por Michel Zaidan Filho*

Um dos imperativos da gestão republicana, insculpido num dos parágrafos da Constituição de 1988 é o ideal da transparência nos negócios públicos, em qualquer escalão da administração do Estado brasileiro. Como soe acontecer, facilmente um comando constitucional de tamanha importância para o pleno exercício de uma cidadania e participante transformou-se num mero “slogan”, numa palavra vazia empregada sem o menor pudor pelos governantes de turno. O que era para ser uma condição sine qua non de uma boa gestão transformou-se num mero recurso publicitário caro e enganoso.

Veja-se o que ocorreu com a propaganda institucional da Prefeitura do Recife exatamente sobre a “transparência”.  A assessoria de marketing do Prefeito resolveu usar a palavra para fazer propaganda da gestão de Geraldo Júlio. E conseguiu a proeza de colocar nos outdoors da cidade um cartaz que diz ser a gestão pesebista “campeã” de transparência. Aí está um exemplo de como usar a preceito constitucional da “transparência” para enganar os cidadãos e cidadãs.

Em matéria divulgada pelo TV GLOBO, a cidade campeã de transparência é Porto Alegre (RS), depois vem São Paulo. Nesta mesma matéria, não há nenhuma menção à Prefeitura do Recife.

Este ranking foi estabelecido pelo Ministério Público Federal. A Prefeitura da cidade deve confundir transparência com excesso de propaganda (enganosa). Haja vista a avalanche de peças publicitárias, sem conteúdo informativo nenhum, que abarrota as televisões locais.

Mais grave é com certeza o caso do confrade de Geraldo Júlio no Governo do Estado de Pernambuco. Aí a coisa é trágica. Imagine o ponto mais agudo de uma epidemia de microcefalia (em Pernambuco: 1.700 casos), com hospitais fechados, falta de leitos ou vaga em UTI, demissão coletiva de médicos nas UPAS, falta de pagamento aos prestadores de serviço no setor de Saúde, e o nosso gestor destina a bagatela de R$ 1.000.070,00 para compra.......das três capas dos jornais locais, no dia 23 de novembro de 2015.

Para quê? Para promover campanhas de filantropia privada! Bem ao modo dessa administração de estimular a transferência de responsabilidade, dos serviços juridicamente tutelados pelo estado, para as famílias, o mercado e a comunidade. Enquanto os usuários penam atrás da prestação uniforme e qualificada das ações na saúde, educação, emprego, segurança pública, cultura e lazer, a preocupação do governo é comprar flores para o seu gabinete, financiar os jornais locais, estimular a filantropia privada e pagar os compromissos financeiros da construção da Arena Pernambuco. E tome falação sobre a unidade, sobre as dificuldades do ano passado, sobre o caráter do sertanejo e nordestino e por aí vai.


Se nossas autoridades públicas querem “destravar” a situação econômica e social do estado poderiam começar passando a limpo os grandes escândalos denunciados pela imprensa nacional (não a local) aqui de Pernambuco, apurando as responsabilidades dos agentes envolvidos nesses escândalos e cuidar do povo pernambucano. As “belas” mentiras da propaganda oficial do governo municipal e estadual têm prazo de validade, tanto quanto a paciência do nosso povo. Não se governa para as próximas eleições. Governa-se para atender as ingentes necessidades da maioria da população.

*Michel Zaidan é natural de Garanhuns, professor da Universidade Federal de Pernambuco, Cientista Político e escritor com várias obras publicadas. Colabora regularmente com a imprensa da capital e com este blog.

Um comentário:

  1. Se nao bastasse falar muito mau do Paulo Camara e Aeçio tranformando eles no demonio agora aparece mais um que é esse tau de Julio. Que saco

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