RETIRO ESPIRITUAL

Meu Carnaval é praticamente um retiro espiritual. Fiquei o tempo quase todo em casa, curtindo a companheira de 25 anos de estrada e os filhos que quiseram estar comigo. Tereza, Carolina, Vitória, Lula, Luana, Tiago e sua Paula foram as estrelas do meu carnaval.

Troquei figurinhas com Roberta pelo Facebook e acompanhei ela e Cassiano na folia do Recife.

Minha mãe foi para o Juazeiro, com meu irmão Júnior, mas voltaram logo. Conversamos pelo telefone e vi as fotos do passeio turístico no computador.

Ouvi Caetano Veloso, discos antigos de Roberto Carlos, Belchior, João Gilberto e o cearense Ednardo, que tem dois trabalhos poucos conhecidos de 1985 e 2001. Meus ídolos ainda são quase os mesmos.

Li uns contos de Elisabeth Gilbert (autora de "Comer, Rezar e Amar) e terminei "Agora ou Nunca", de Marian Keys. As duas escrevem bem, têm sensibilidade e bom humor. Não é à toa que se destacam na literatura contemporânea.

Não faltaram os filmes, é claro. Assisti "A Última Viagem a Vegas", comédia que vale a pena conferir sobretudo pelo elenco estelar: Robert De Niro, Michael Douglas, Kevin Kline e Morgan Freeman. Não é todo dia que se vê quatro atores desse nível atuando juntos.

Melhor ainda foi assistir Rush, grande filme sobre corridas de fórmula 1, mostrando a rivalidade entre os pilotos Niki Lauda e James Hunt, nos anos 70. Mesmo quem não aprecia o esporte pode gostar do longa, muito bem realizado.

Sapequei alguns filmes na TV por assinatura. Revi um bom pedaço de "Meia Noite em Paris", de Woody Allen. Uma maravilha...

Notícias do carnaval, novelas, tele jornais, estiveram fora do meu roteiro. Não tive a mínima vontade de ir à praia ou ver a folia em São João. O que eu gostaria de ter visto mesmo era a noite de domingo do Festival de Jazz, mas está ficando cada vez mais difícil sair à noite. Durmo cedo, acordo cedo... E vou vivendo assim, em família, feliz sem precisar estar em Recife, São Paulo ou Nova Iorque.

Sem falar que toda manhã e toda tarde tenho a visão da igreja em frente a minha casa. O salão paroquial fica cheio de passarinhos (sempre digo que eles trazem recados de Deus) e o céu às vezes fica tão azul, tão bonito, que parece só ser possível vê-lo assim, entre as sete colinas de Garanhuns.