ARTISTAS COMENTAM MORTE DE NELSON NED

Apenas 15 dias depois do adeus de Reginaldo Rossi, morreu hoje em São Paulo o cantor Nelson Ned, 66 anos, natural de Ubá, em Minas Gerais. Caso único no país, o artista tinha a particularidade de ser anão, o que não o impediu de seguir a carreira e emplacar grandes sucessos nas rádios, principalmente nos anos 60 e 70. Entre os grandes sucessos de sua carreira estão “Tudo Passará” e “Se as Flores Pudessem Falar”.

Nelson casou duas vezes e teve três filhos. Duas moças, que moram no Brasil e um rapaz, atualmente residindo no México.

Muitos cantores do Brasil deram entrevistas neste domingo, comentando  a morte de Nelson Ned, chamado por alguns como “o pequeno gigante”. Selecionamentos os principais depoimentos dados ao Portal G1.

Wanderley Cardoso revelou que conheceu Nelson na na extinta TV Rio. “Ele estava mostrando músicas para vários artistas, tocava violão com muitas dificuldades. E eu falei que tinha uma oportunidade para levá-lo para a gravadora. Ele duvidou que iriam aceitá-lo. Ele foi morar na minha casa. Quando chegou lá, tinha só uma cuequinha. Eu pedi para levá-lo para a gravadora Copacabana. Por causa do nanismo, não queriam contratá-lo. Falei a ele: Canta Tudo passará. Imediatamente foi contratado. E se transformou em grande ídolo mundial”, frisou Wanderley, um dos ídolos da juventude à época da Jovem Guarda.

Jerry Adriani, outro nome forte nos anos 60 também conviveu com Nelson Ned. "No início de carreira tínhamos muito  contato, principalmente na TV. Saíamos com o Chacarinha. Sempre tive amizade grande com ele. Não havia como não ter, era um cara muito alegre, espirituoso, tirava o problema dele de letra. Eu brincava muito, pegava no colo. Encontrei-me com ele no aeroporto, há uns 8 anos, já estava com problemas de vista, não me enxergava direito, não estava com aquela alegria. A saúde foi piorando. Foi muito triste. Ele foi um fenômeno. Principalmente fora do Brasil. Fez mais sucesso lá fora que aqui. Lotava estádio. Foi sucesso só comparado a Roberto Carlos. Em alguns lugares mais que o Roberto. E cantando um gênero que pessoas não costumam dizer que é brasileiro, a balada”, disse o cantor, emocionado.

“Lamento muito, mas a gente sabe que a morte faz parte da vida. Soube hoje que ele veio a falecer no hospital de Cotia (SP). Eu moro na cidade, mas não estava no momento. Eu me lembro do sucesso enorme de Nelson na década de 70, um pouco antes de mim, com aquela balada “Tudo passará”. Quando viajei pela América Latina e EUA vi o grande sucesso que ele fazia. Um cara que fez um grande trabalho mesmo com as dificuldades físicas. Agradou bastante e com certeza vai ficar na história da música, pelo trabalho que fez”, comentou Odair José, conhecido nos anos 70 como “o cantor das empregadas.

Aguinaldo Timóteo, um dos maiores nomes da música romântica nacional foi outro a falar sobre a perda sofrida hoje pela música brasileira.. "Não sei se fico triste ou agradecido a Deus. Ele o tirou de uma situação terrível: incerteza, falta do palco, falta de rendimento. Era um momento delicado na vida. Começamos  juntos em Belo Horizontes. Depois, viemos para o Rio. Fizemos sucesso quase ao mesmo tempo. E ele se tornou celebridade no exterior. Ele sentia falta do reconhecimento.

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