O alemão Florian
Henckel von Donnersmarck, com esse nome extenso, complicado para nós brasileiros,
dirigiu em 2006 uma obra prima do cinema político, o filme A Vida dos Outros.
De maneira
inteligente e sensível o cineasta envolve completamente o expectador ao contar
como era a vida na Alemanha Oriental antes da queda do Muro de Berlim.
O personagem Gen Wiesler,
agente da Stasi, a polícia do Estado, recebe ordens para espionar o dramaturgo
Georg Dreyman, namorado da atriz Christa Maria, esta envolvida com o Ministro
da Cultura do país, para poder sobreviver no regime comunista.
É como se nós mesmos estivéssemos
vendo por uma fresta de porta o dia a dia de cada personagem, todos vivendo o
pesadelo de um regime político patético, capaz de sufocar todas as liberdades,
inclusive a de pensamento.
Só mesmo assistindo A Vida
dos Outros para conferir sua beleza e qualidade artística, com bons atores,
excelente direção e uma história real que mais parece ficção. Mas o horror,
disfarçado com o nome de socialismo, aconteceu na Alemanha Oriental, na
Hungria, na Polônia, na antiga União Soviética e em muitos outros países do Leste
Europeu. É um filme que vale por um pequeno seminário de História.
Merecidamente, o longa ganhou o Oscar de "Melhor Filme Estrangeiro", em 2007.
Temos que ter o devido cuidado ao assistir esses filmes. Pois esse, como uma enorme quantidade de obras com essa temática, principalmente as americanas, tendem a demonizar o comunismo. E por mais ineficaz que o comunismo se mostrou, ele deixou uma herança benéfica a nós trabalhadores, como a diminuição da jornada de trabalho, por exemplo. É interessante que filtremos com muita atenção o que se escreve e o que se produz de maneira geral sobre o comunismo para não que não esqueçamos que o grande vilão de nosso mundo é o capitalismo e o enriquecimento contínuo daqueles mais favorecidos em detrimento dos mais pobres.
ResponderExcluirDaniel Lima