UM FESTIVAL DE INVERNO QUE PROMETE

A programação do Festival de Inverno está sendo divulgada muito em cima do evento, mas as atrações já antecipadas pela Fundarpe e imprensa local estão compensando. Ter Caetano Veloso e Ana Carolina cantando em praça pública, de graça, não é para qualquer cidade. Os dois são dois dos melhores valores da música brasileira, com reconhecimento internacional e normalmente, pelo que estou informado, privilegiam as apresentações em teatro. Para muitos parece um sonho.

Zeca Baleiro, Ney Matogrosso e Daniela Mercury também são três atrações muito boas. Zeca, como já lembrei numa postagem anterior, veio pela primeira vez ao FIG quando ainda era quase um desconhecido e hoje volta com o nome consolidado, já tendo mais de uma dezena de discos gravados, feitos shows em cidades importantes, além de ter feito parcerias com grandes nomes da MPB, como Chico César, Fagner e Paulinho Moska.

Ney brilha como um Deus na história da música nacional, me permitam a heresia! Desde a década de 70, quando surgiu nos Secos & Molhados, se firmou como grande intérprete e cantor, além de uma presença de palco notável, que encanta todos que assistem suas apresentações. Já esteve aqui outras vezes, mas é sempre bom vê-lo, na jovialidade dos seus 70 anos – quem diria, não é mesmo?

Daniela para alguns pode parecer uma simples cantora baiana de axé. Outros estão mais a fim de desfilar seus preconceitos e criticá-la porque se apaixonou por uma mulher. Como se isso tivesse alguma importância no universo dos artistas.

A cantora já provou sua versatilidade interpretando músicas como À Primeira Vista e Como Vai Você, leves e até românticas quando comparadas com o ritmo alegre de O Canto da Cidade. Num dos últimos CDs gravados por Daniela Mercury, Canibália, ela reafirma seu talento resgatando grandes clássicos da música popular. Gravou de Chico Buarque e Milton Nascimento a Carmen Miranda e nos presenteou com uma bela versão de Tico Tico no Fubá, na linha da cativante Ademilde Fonseca.

Enfim, das cinco atrações que este blog antecipou – pedidos do prefeito Izaías Régis à Fundarpe -, três já estão confirmadas.

Acredito que logo mais, em Recife, pelo menos mais uma delas – provavelmente Jorge & Mateus, para fazer um agrado ao povão – estará na grade de programação.

E que venham muitos outros nomes bons – para a Guadalajara, o Pau Pombo, o Euclides Dourado e todos os outros polos -, de modo que o Festival de Inverno continue sendo grande, um dos maiores eventos culturais do Nordeste e do Brasil e um dos orgulhos de Garanhuns.