IZAÍAS FALA SOBRE AS POLÊMICAS DO FESTIVAL

Numa entrevista longa, ontem à tarde, na Rádio Marano, o prefeito Izaías Régis falou pela primeira vez sobre algumas polêmicas em torno da 23º edição do Festival de Inverno de Garanhuns. O bate papo foi conduzido pela comunicadora Aninha Marques e o petebista não deixou nenhuma pergunta sem resposta. Um dos momentos mais fortes foi quando a apresentadora quis um esclarecimento do gestor a respeito da disputa pelo Palco da Guadalajara, que será ocupado mais uma vez, por decisão da Fundarpe, pelo publicitário e radialista Marcelo Jorge.

"Isso aí é uma coisa muito pequena. Não vou brigar por uma coisa dessas. A minha luta como prefeito tem de ser por indústrias, para atrair novas empresas para Garanhuns, é no sentido de administrar o município e realizar obras em benefício da população, como já estamos começando a fazer", disse Izaías. O prefeito admitiu que indicou o nome do radialista Eduardo Peixoto,  da Rádio Jornal, para apresentar o FIG, sugestão aceita pela Fundarpe, que chegou a providenciar o contrato. "Depois a Fundação voltou atrás, por ingerência política", revelou o petebista, disposto a passar uma borracha no assunto. "Tem coisas mais importantes pra gente se preocupar. Não adianta alguém por vaidade apresentar o Festival durante 10 dias e depois voltar a ser um nada", frisou.

Na entrevista, o prefeito de Garanhuns ainda revelou que defendeu junto à Fundarpe que o Festival de Inverno tivesse sua programação divulgada com antecedência de 60 ou pelo menos 45 dias. A direção da Fundação concordou, depois se comprometeu a anunciar o nome de cinco artistas de renome no dia 30 de maio, porém nada disso foi cumprido. "Infelizmente os nomes foram anunciados praticamente a 15 dias do evento", lamentou.

EXEMPLOS - Izaías citou os exemplos de Campos de Jordão, Joinville e Gramado, que realizam festivais de música e têm suas programações divulgadas com bastante antecedência. "Temos de fazer o mesmo aqui em Garanhuns", salientou o prefeito, acrescentando que já conversou até com o governador Eduardo Campos sobre esse assunto.

Ele está convencido de que é preciso a prefeitura e a iniciativa privada investirem mais no Festival de Inverno, de modo que o evento não fique dependendo exclusivamente do Estado. Explicou que por estar no primeiro ano do mandato, com muita coisa para colocar em ordem, não foi possível uma contrapartida maior por parte do município. "É preciso profissionalizar cada vez mais o Festival, criar uma marca definitiva e atrair grandes investidores privados. Isso é possível porque o FIG é o maior evento cultural do Brasil, maior do que o das cidades que citamos aqui", reforçou.

O prefeito fez uma defesa também dos artistas de Garanhuns, alguns este ano escanteados ou até humilhados pela Fundarpe, como foi o caso de Mourinha do Forró, Michelle dos Anjos e Gilberto e Banda. Izaías disse que é preciso criar um palco exclusivo para os valores locais, chegando a propor a criação de um espaço no Polo Heliópolis, no período do FIG, aberto aos cantores e músicos da terra. "Podemos botar dois palcos no polo e todos os artistas de Garanhuns teriam vez, se apresentando alternadamente", completou.