Depois do artigo em defesa da FAMEG, publicado
nos principais blogs da cidade, o garanhuense Ivan Rodrigues volta à carga. Escreve novamente sobre a luta pela Faculdade de Medicina, critica algumas discussões
no município que considera pequenas ou ridículas e aborda até as polêmicas do
Festival de Inverno, lamentando a divulgação tardia da programação e a briga
pela principal vitrine do FIG: o Palco da Guadalajara. Impressionante a lucidez
desse homem, que já passou dos 85 anos e está com a cabeça melhor do que muito
jovem por aí.
Leia mais este artigo do Dr. Ivan.
Constato, com enorme desencanto, a frustração
dos amigos Calvino, Lucicláudio e a guerreira Selma com o “sinistro”
acolhimento à campanha de panfletagem que promoveram nas ruas da cidade.
Insisto na continuidade do movimento pela sua grandeza e, acostumado que sou
com esse tipo de percalços, lembro que já me referia naquele primeiro texto que
escrevi: “Iremos nos limitar à reuniões fechadas, com decisões que são
esquecidas na hora em que terminam, sem que se dê qualquer conseqüência
proveitosa aos reclamos?”
Continuo teimosamente otimista, mas precisamos
identificar as razões desse alheamento e diagnosticar as providências no
sentido de corrigir a baixa auto-estima da nossa população. Observa-se que não
discutimos política, uma vez que isso não interessa ao poder dominante, por
ameaçar a sua hegemonia. Difunde-se, para tanto, uma confusão dos conceitos de
política com politicalha como se a primeira fosse daninha pela própria natureza
e. com isso, busca-se arraigar a visão fascista de afastamento dos bons líderes
para o exercício constante da cidadania. O resultado é a perda de foco das
grandes questões para se resumirem à ridículas discussões sobre ocorrências
absolutamente dispensáveis, que respondem pela geração da mentalidade mesquinha
que toma corpo da cultura da nossa querida Garanhuns.
1.
Compreendo o desencanto dos amigos em face da baixa
colaboração na panfletagem e louvo a sua determinação de lutarem sem
desfalecimento. Se as lideranças responsáveis de nossa terra querem realmente
resolver a questão do funcionamento da FAMEG, a questão deve ser tratada com a
seriedade que merece. Não bastam memoriais, abaixo-assinados, remetidos
burocraticamente, nem recados e manifestações do tipo “já falei com Fulano,
estive com Sicrano” para depois pretender a paternidade do efeito positivo que
a comunidade obtiver. Muito menos reuniões concorridas, com discursos exaltados
e “decisões que são esquecidas na hora em que terminam” quando se encerram as
reuniões.
Adianto, como colaboração, o que entendo como
necessário: 1º) As lideranças municipais do PT têm a obrigação de conseguir uma
audiência com os Ministros da Saúde e da Educação, responsáveis pela inexplicável
omissão no atendimento à reivindicação da comunidade garanhuense; 2º)
Essas audiências devem contar com a presença e/ou representação de todas as
entidades representativas do Município e da Região, tais como: Prefeitos,
Vereadores, CDL’s, Associações Comerciais, Sindicatos, Igrejas, Faculdades,
Comunidades Sociais e Estudantís, Quilombolas, Tribus Indígenas, Rotarys,
Lyons, Maçonarias, etc.; 3º) Essas entidades devem fazer um esforço no sentido
de não ter pena e custearem uma passagem de ida e volta Recife-Brasília e uma
diária de hotel na Capital para os seus representantes. Se querem as benesses,
impõe-se a decisão de assumir os ônus necessários. 4º) Olho no olho, indagarem
aos Ministros a razão de engavetarem a autorização para o funcionamento da FAMEG,
se o Governo Federal, através da Presidenta Dilma, já explicitou a extrema
carência e a importância da formação de novos médicos, a ponto de determinar –
em regime de urgência – a importação de profissionais estrangeiros.
Vejam
ainda, queridos amigos, alguns outros maus exemplos que estão marcando a nossa
visão distorcida do processo político:
2.
No primeiro mês de governo no nosso amigo Isaías, ao invés da abertura de
um grande debate com a população e a convocação das lideranças técnicas e
políticas (não esqueçam que Garanhuns registra nos seus campus universitários
centenas de mestres e doutores de altíssimo nível técnico e tecnológico , que
anseiam colaborar com a cidade que escolheram para viver, trabalhar e criar os
seus filhos) já se discutia em todas as rodas, com repercussão em todos os
blogues, a partilha do espólio eleitoral dos seus votos, oscilando entre duas
figuras do maior respeito: sua filha, com todas as inconveniências do vezo de
dinastia hereditária ou o gerente de sua loja, com todos os defeitos da
subordinação criada. Vejam como se empobrece a cultura de uma cidade!
3. Discute-se
o estacionamento duplo na Avenida Santo Antonio que só interessa aos
afortunados usuários de veículos unitários, ao invés de atentar para a mobilidade
urbana, hoje colocada como o grande problema das cidades de porte médio. Há
cerca de cinco anos uma força tarefa composta por técnicos das Secretarias
Estaduais das Cidades e do Planejamento, a mando do Governador e convite do
CDL, estudou e concluiu pela imperiosa necessidade de elaboração de um Plano
Diretor de Mobilidade que determinaria, de saída, o ordenamento do trânsito
local, o incremento ao transporte coletivo e à construção de um anel rodoviário
que eliminaria de pronto a circulação na zona urbana dos veículos de carga e os
automóveis em trânsito para outras cidades, sem contar que resolveria os
problemas oriundos da condição de Garanhuns como entroncamento rodoviário. Suas
sugestões não foram acolhidas pelo Prefeito de então e não se falou mais no
assunto até quando foi anunciada a duplicação de BR-423 transitando pelo
perímetro urbano, sob o comando do Secretário de Transportes Isaltino do PT.
Ressalte-se que, juntamente com os companheiros do PT de Garanhuns, Eraldo,
Chico do INPS, e Pedro Passos há cerca de 2 (dois) meses entregamos a Isaltino
um documento sério reivindicando a inclusão no projeto de duplicação da estrada
de um arco rodoviário de contorno para ultrapassar Garanhuns sem degradar a
cidade. Sem reação das autoridades constituídas, ameaça-se a adoção em
Garanhuns de um sistema rejeitado, atualmente, pela engenharia rodoviária do
mundo inteiro. Consulte-se o CREA, Clubes de Engenharia e Arquitetura do mundo
inteiro e verão a resposta. Infelizmente, tem gente que ainda acredita que vender
bugigangas na beira da estrada é sinal de desenvolvimento e, com isso, preferem
destruir a cidade e matar a população do seu entorno, sem pensar em novas
fronteiras de desenvolvimento. Que visão estreita!
4. Impressionam
e provocam a necessidade de criar-se um grande debate sobre as falhas e
omissões do 23º Festival de Inverno de Garanhuns para que não se repitam no
próximo ano. Basta dizer que sua programação só foi concluída e anunciada 15
(quinze) dias antes da abertura. Ao invés disso, formou-se uma grande discussão
mesquinha e ridícula em torno da escolha dos apresentadores do Festival que,
apesar de suas reconhecidas qualificações pessoais, não concorre em nada para a
grandeza do festival, nem soluciona as deficiências apresentadas Que coisa
pequena!. Não sou dono da verdade, mas tenho o direito de encarecer a discussão
das questões de nossa cidade, na busca das melhores soluções para os seus
problemas. Aliás, todos temos esse direito...(Ivan Rodrigues).
A pessoa que enviou comentário rebatendo o artigo de Ivan e criticando a FAMEG tenha a nobreza de se identificar que o texto será publicado.
ResponderExcluirDr. Ivam, parabéns pelo seu comentário!
ResponderExcluirMarcílio
O DESENVOLVIMENTO DE UMA CIDADE TEM QUE ESTÁ INTERLIGADO COM A INICIATIVA PÚBLICA E A PRIVADA.
ResponderExcluirOS GOVERNOS POR SI SÓ NÃO SÃO CAPAZES DE ALAVANCAR O DESENVOLVIMENTO DE UM POVO SEJA MUNICIPAL,ESTADUAL OU FEDERAL.
AS PARCERIAS PÚBLICAS E PRIVADAS SÃO ATUALMENTE INDISPENSÁVEIS AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL, ECONÔMICO, ADMINISTRATIVO, POLÍTICO,TECNOLÓGICO,CIENTÍFICO,ETC.
OS GRITOS, AS RECLAMAÇÕES,OS APELOS,AS MANIFESTAÇÕES E OUTROS MÉTODOS AFINS PRONUNCIADO POR UMA PERSONALIDADE DE UM DR. IVAN RODRIGUES,UM GRANDE ADVOGADO E PENSADOR,COM CERTEZA,TERÁ GRANDES REPERCUSSÕES NÃO SÓ NO MUNICÍPIO,MAS TAMBÉM NO ESTADO E FORA DELE.
QUE AS CABEÇAS PENSANTES DE GARANHUNS TÊM QUE LUTAR PARA ATRAIR MEGA INVESTIMENTOS QUE BENEFICIE TODO UM AGRESTE MERIDIONAL, CLARO QUE TEM.
O DESENVOLVIMENTO DESTA CIDADE, GARANHUNS, É MUITO IMPORTANTE PARA TODOS NÓS DO AGRESTE MERIDIONAL.
Caro amigo Roberto: Antes de mais de nada, meus agradecimentos pela referência generosa que você faz aos meus modestos comentários. Digo sempre aos meus amigos que não gosto de escrever porque não gosto do que escrevo. A sua observação, com a autoridade de jornalista experiente, começa a encher minha cabeça de caraminholas e a imaginar que estou disfarçando bem. E mais do que sua referência generosa, foi a posição assumida com relação a esse comentário anônimo: tenho nojo da covardia dos anônimos e faço questão de ignorá-los, mesmo porque a divergência é saudável e tenho por costume sempre convidar os eventuais contestadores, para uma bôa prosa e discussão dos pontos divergentes. Nós mesmos, Roberto, já tivemos divergências e essa circunstância nunca alterou as nossas relações pessoais, sobretudo quando a minha referência (que me ocorre como idoso e não velho) é o querido Eduardo, seu irmão, desde menino convivendo na minha casa e um cidadão decente, honrado e respeitável que conheci há muitos anos em Capoeiras, seu pai. Grande abraço de Ivan Rodrigues
ResponderExcluirOs politicos de Garanhuns tem a mentalidade pequena para os seus problemas e onosso crescimento . A omissao dos noissos representantes em relaçao a reabertura da FA MEG , chega ser vergonhoso. Prarabens Dr Ivan Rodrigues.
ResponderExcluirDr.Ivan, homens de visão, lúcidos, doutos e corajosos como o senhor deveriam existir mais. A FAMEG é um caso do POVO de PERNAMBUCO e paradoxalmente um descaso de seu povo. Vamos à luta. Luta cívica e pacifica mas que dêm resultados concretos como sugeridos pelo senhor. Parabéns!
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