Arão Azevedo é um capoeirense que vive no
Recife há muitos anos. Os mais velhos da minha cidade natal devem lembrar dele
e mais ainda dos seus irmãos Zé Gila e Abraão. Os dois últimos já morreram. Zé
de apendicite, por falta de atendimento no Dom Moura. O outro foi ao enterro do
irmão e não resistiu, partiu também.
Essas informações são apenas para situar quem é
Arão, que escreveu e musicou uma bela poesia sobre os homens que fizeram
Capoeiras, a terra de João Borrego.
Embora distante da terra onde nasceu, o poeta
puxou pela memória e citou os nomes de dezenas de capoeirense de tempos
passados. Tem gente que eu nem conheci e outros dos quais estava esquecido.
O Tributo à Capoeiras, por coincidência, foi
concebido na mesmo linha do conto A Geração de Eurípedes, no qual também
pretendi homenagear os antigos habitantes da terrinha.
Arão nos mata de saudade ao recitar os seus
versos e lembrar de Júlio Fogueteiro “pronto para explodir a cidade”, a fubica de Seu Doca, Olegário
o enfermeiro, Gildo, Seu Adalberto, Superpino, Manoel Marcelino, o barbeiro Zé Satu,
Santanas, Borregos, Gomes, Inácios, Pulças, Farias, Mestre Lau, Zé Mandu, Mané
Chico, Seu Tonhé, Filó, Hermes, Valdeci, Bardina, Zé Vieira, Zé Mané, Zé Teixeira, Edésio
Tenente, Epitácio Seresteiro, Carioca, Calistrate o varredor, padre João, Lia e
Pedrinho Urbano, o sanfoneiro.
É um trabalho direcionado a Capoeiras, mas
muitos neste Agreste poderiam seguir o exemplo e contar, a partir das
personalidades do passado, um pouco da história de Garanhuns, Caetés, Jupi, Lajedo, São João,
Angelim, Saloá, Bom Conselho, Correntes, Brejão e tantas outras cidades.
Lembro de quando publiquei o conto A Geração de
Eurípedes pela primeira vez, no Correio Sete Colinas e obtive uma reação
surpreendente de Padre Marcelo Protásio, que à época era pároco em Garanhuns. Ele
disse, numa conversa na Rádio Sete Colinas, que a história escrita sobre
Capoeiras tinha feito ele lembrar da infância em Jupi e das pessoas daquela
cidade que não estavam mais entre nós.
Devemos viver o presente, estar preparados para
o futuro. O passado, contudo, tem de estar dentro de nós de alguma maneira. Na
lembrança dos avós, dos pais, dos amigos, de tantos que cumpriram sua missão
neste lado de cá e depois tiveram de fazer a viagem definitiva.
Meu irmão Euclides Júnior, que mora em
Capoeiras, foi quem descobriu a poesia do Arão. Gostou tanto que juntou imagens
de tempos passados à voz do poeta e enriqueceu mais ainda o Tributo à cidade. O
vídeo está no Youtube e pode ser visto através do link http://www.youtube.com/watch?v=QfO6gfzMxaQ&feature=youtu.be
Parabéns amigo, só esqueceu de citar na época de futebol e doce de cocado por exemplo Dr.Odom Macêdo e João Raimundo, foram pessoas que de qualquer maneira encheram os jovens da época de alegrias.....
ResponderExcluirTive o prazer de participar desses momentos em um tempo não muito distante. Agora roberto você só assistia, lembra?
ResponderExcluirQue saudade!pertinho da casa que eu cresci. De minha mãe velha,Maria de Maurício.
ResponderExcluirAlcides Cordeiro Calado (São Paulo)
Que pena que essa bonita história hoje tá manchada por uma politicamente barata e sem perspectiva de futuro para o povo de minha terra. Quem sabe se depois de mais sofrimento o povo não se decide pelo caminho do bem, da honestidade, honradez e trabalho serio.
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