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A TRISTE PARTIDA DA GUERREIRA

Edvalda Bezerra Cavalcanti fez sua viagem definitiva na última terça-feira, um dia antes de completar 72 anos de idade.

Mulher vaidosa, bonita, permaneceu jovem até a maturidade, com o seu gosto por andar bem vestida, sempre com um sorriso nos lábios e a facilidade de fazer amizades.

Viveu toda sua vida em Jupi, a 20 km de Garanhuns. Foi casada com José Cavalcanti Albuquerque, dono de farmácia, praticamente um médico de cidadezinha, assassinado de forma covarde dentro de seu estabelecimento, em 1972. No mesmo dia o bandido matou o pai e o filho, quando no rádio tocava a Ave Maria.

Edvalda ficou com três filhas pequenas para criar: Josevalda, Joselita e Joselma. As crianças tinham à época da tragédia entre 9 e 12 anos.

A viúva nunca deixou sua cidade e aos trancos e barrancos fez das filhas moças dignas, honestas, pessoas de caráter.

Josevalda é Secretária de Educação de Saloá, uma mulher bonita, inteligente, verdadeiramente viciada em trabalhar e em servir uma causa.

Joselita atualmente trabalha como auxiliar numa creche de Lajedo, graças a uma oportunidade que lhe foi dada pelo prefeito Rossine Blésmany

Joselma trabalhou no Hotel Tavares Correia, foi amiga de Cristina Tavares e há muitos anos está em São Paulo, gerenciando grandes hoteis de cidades como Barretos e São José do Rio Preto.

Edvalda Bezerra tocou sua farmácia por muitos anos até que vieram dificuldades e ela teve de vender o estabelecimento. Teve de se contentar com uma vida mais modesta e até trocou a casa na praça, no centro de Jupi, por outra, um pouco mais afastada.

Mas permaneceu uma mulher de alto astral, manteve a vivacidade, o gosto pelas coisas boas. A música, os gatos, as plantas, as pessoas.

Nos últimos anos, vieram as doenças, os sustos. Veio um tumor na cabeça, foi retirado e não deixou sequelas. Fez uma cirurgia de apêndice e não teve problema.

Uma mulher capaz de lutar, de resistir.

Aí veio a doença agressiva, em poucos meses a deixou magrinha, quase irreconhecível. Mas ela continuou guerreira, sobreviveu meses, resistiu a duas operações - quase ninguém acreditava que chegasse à mesa de cirurgia -, passou 17 dias em coma e ainda voltou, recobrou por um dia a consciência, tudo indica para se despedir dos seus.

No seu sepultamento estavam presentes os muitos amigos e amigas de Jupi. Os ex-prefeitos Samuel Salgado (sobrinho de José Cavalcanti), e Dudu, além dos prefeitos Ricardo Alves e Celina Brito.

Na Igreja Maranata o pastor fez uma bonita pregação lembrando momentos da vida de Edvalda e foram cantados hinos belíssimos para aplacar a dor daquele momento.

Uma cena me ficou na memória: quando entrei na Igreja as três irmãs estavam abraçadas, chorando juntinhas ao lado do caixão.

Josevalda, Joselita e Joselma eram a imagem da dor e da tristeza. Estavam órfãs outra vez. Havia, no entanto, naquela cena, um quê de beleza, se me permitem a heresia: as três irmãs, que por um momento voltaram a ser crianças, como quando da morte do pai, expressavam  já a saudade, solidariedade e sobretudo AMOR.

Sabiam que Edvalda tinha sido uma guerreira. Compreendiam naquele momento - como nunca - a importância da Grande Mãe. Que gerou, que nutriu, que criou, que sofreu, que errou, que acertou, que as pôs no mundo para cada uma viver a própria vida.

De Dona Edvalda guardarei o o sorriso sempre presente, a maneira cordial de tratar as pessoas, principalmente a mim, com quem sempre foi generosa. Espero que ela esteja com Deus, em paz, livre de todas as atribulações deste mundo cheio de mistérios e coisas às vezes incompreensíveis.

No cemitério de Jupi, quando do seu sepultamento, moradores da cidade relembravam os fatos de 1972. Como se tivesse acontecido ontem, há poucos dias. Cá comigo pensei: a história fechou um ciclo - Edvalda e José Cavalcanti estão juntos de novo.

7 comentários:

  1. Nossa Roberto,

    Que homenagem bonita e sincera. Vovo foi tudo isso que voce escreveu... uma mulher guerreira, elegante, louca por animais e plantas. Ainda bem que eu tive a oportunidade de ter visto vovo ha quatro meses atras e me "despedir" dela de alguma forma. Infelizmente, eu nao tive tanto contato quanto deveria com ela. Mas como a minha mae disse nos momentos recentes dos quais eu passei ai, ela estava presente!!

    Infelizmente eu nao estive ao seu sepultamento, mas eu consigo imaginar a cena da qual vc admirou. O que me deixa triste eh que os reencontros familiares em sua grande maioria acontecem em momentos assim. Eu sinto muito pela partida de vovo e eu penso na saudade da qual ira existir com a sua partida.

    Que Deus a tenha, Roberto!
    Abracos sincero

    Amanda Fonseca

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  2. Que Deus a tenha, Roberto.

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  3. Roberto Almeida que bonita homenagem vc prestou a sua amiga Edvalda. Com tamanha sensibilidade que reconforta aos familiares e amigos e fez com que, pessoas como eu que não a conhecia, peça a Deus por ela. Acredito que Edvalda recebeu todo seu carinho. Que Deus a abençoe, aos seus familiares e a você também Roberto. Abços

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  4. ROBERTO LENDO ESTA POSTAGEM ME SENTI NA OBRIGAÇÃO DE DIZER AOS FAMILIARES QUE NESSA HORA LEMBREM DAS VITÓRIAS, DOS EXEMPLOS DEIXADOS POR DONA EDVALDA, E SORRIAM DE UMA MULHER QUE DEIXOU U BELÍSSIMO EXEMPLO DE VIDA E TENHAM CERTEZA DE QUE ELA AGORA ESTÁ NOS E VOS ASSISTINDO LA DE CIMA AO LADO DE JESUS, E NÃO QUER VER VOCÊS TRISTES POIS ELA NUNCA GOSTOU DE TRISTEZA. JOSEVALDA VOCÊ É UMA MULHER FORTE QUE OLHE PARA FRENTE, FORÇAS NESSE MOMENTO DE SEU AMIGO RODRIGO DE CAPOEIRAS, ABRAÇOS ROBERTO ALMEIDA QUE DEUS TE ABENÇOE E QUE ILUMINE ESTE DOM QUE TENS DE HOMENAGEAR AS PESSOAS.

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  5. Meu Amigo Roberto Bob Almeida,

    Belíssima, a sua homenagem à Guerreira Edvalda Bezerra Cavalcanti.
    Infelizmente, não tive a felicidade de conhecê-la, apesar de minha atuação em diversas ocasiões em Garanhuns, Bom Conselho e região, o que não diminui a minha admiração por sua vida, por sua luta permanente.
    A vida dessa Mulher merece ser comemorada, guardada na memória da sua Cidade, a pequenina Jupi.
    Ao ler sua crônica, lembrei de imediato de Maria, Maria..., música de Fernando Brandt e Milton Nascimento, cantada pelo genial cantor/músico mineiro.
    Era a música de abertura do Violência, Zero!, programa de rádio que defendia os direitos humanos, nos anos 1980, no finzinho da famigerada ditadura militar de primeiro de primeiro de abril de 1964, do qual eu era um dos repórteres, editor e diretor, junto com os escritores-jornalistas Marco Albertim, Urariano Mota e mais Mariana Arraes e Tarciana Portela.
    O programa denunciava a violência social contra as minorias, e homenageava as mulheres guerreiras, em especial.
    Fico doente quando ouço rádio e em datas que homenageiam as mulheres, o locutor do horário bota Erasmo Carlos ou Roberto Carlos cantando melosidades vazias.
    Com certeza, Maria, Maria... foi inspirada em mulheres-guerreiras como Edvalda.
    Para a Guerreira Edvalda Bezerra Cavalcanti, transcrevo abaixo a letra da Música e sugiro que você coloque um link em seu blog, com Milton Nascimento cantando, em homenagem a Edvalda Bezerra Cavalcanti.

    Ruy Sarinho/Olinda-PE
    Maria, Maria
    Milton Nascimento

    Maria, Maria
    É um dom, uma certa magia
    Uma força que nos alerta
    Uma mulher que merece
    Viver e amar
    Como outra qualquer
    Do planeta

    Maria, Maria
    É o som, é a cor, é o suor
    É a dose mais forte e lenta
    De uma gente que rí
    Quando deve chorar
    E não vive, apenas aguenta

    Mas é preciso ter força
    É preciso ter raça
    É preciso ter gana sempre
    Quem traz no corpo a marca
    Maria, Maria
    Mistura a dor e a alegria

    Mas é preciso ter manha
    É preciso ter graça
    É preciso ter sonho sempre
    Quem traz na pele essa marca
    Possui a estranha mania
    De ter fé na vida....

    Mas é preciso ter força
    É preciso ter raça
    É preciso ter gana sempre
    Quem traz no corpo a marca
    Maria, Maria
    Mistura a dor e a alegria...

    Mas é preciso ter manha
    É preciso ter graça
    É preciso ter sonho sempre
    Quem traz na pele essa marca
    Possui a estranha mania
    De ter fé na vida....

    Ah! Hei! Ah! Hei! Ah! Hei

    Mas é preciso ter força
    É preciso ter raça
    É preciso ter gana sempre
    Quem traz no corpo a marca
    Maria, Maria
    Mistura a dor e a alegria...

    Mas é preciso ter manha
    É preciso ter graça
    É preciso ter sonho, sempre
    Quem traz na pele essa marca
    Possui a estranha mania
    De ter fé na vida.

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  6. EDVALDA CAVALCANTI, ESPOSA DO MEU TIO JOSÉ CAVALCANTI.
    MUITO JOVEM, AINDA, FICOU VIÚVA.
    MULHER GUERREIRA, DETERMINADA, ATUANTE E DEDICADA À INSTITUIÇÃO FAMÍLIA.
    CONSTITUIU-SE NUM VERDADEIRO ANJO DA GUARDA MATERIALIZADO PARA SUAS FILHAS JOSEVALDA, JOSELITA E JOSELMA.
    QUE SEU EXEMPLO SEJA UM REFERENCIAL PARA TODOS NÓS.


    Samuel Salgado

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  7. Obrigada, Roberto Almeida, pela homenagem.
    A saudade que sentimos dela parece aumentar, o
    que faz doer mais.
    Na próxima quarta-feira estarei viajando
    para receber o Prêmio Palma de Ouro,em São Paulo, por estar entre os 100
    melhores secretários de educação do País.
    Vou dedicá-lo à minha mãe.

    Josevalda Cavalcanti de Albuquerque

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