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Z - FILMES INESQUECÍVEIS - 81º


O CINEMA POLÍTICO DE COSTA GRAVAS

Costa Gravas é um cineasta grego naturalizado francês e que a partir dos anos 80 passou a morar nos Estados Unidos. O diretor realizou filmes de cunho político de grande qualidade, como Estado de Sítio, Desaparecidos e Z.

Em Desaparecidos ele aborda uma realidade muito nossa, a instalação da ditadura militar chilena, em 1973, com o golpe de Estado do general Augusto Pinochet. Um filho de um americano rico é assassinado pelos militares e todo o horror do regime vem à tona por conta da procura do pai pelo seu filho.

Bem antes de Desaparecido, realizado na década de 80, Gravas fez Z, em 1969, retratando como a democracia grega deu lugar a uma ditadura, logo após o assassinato de um deputado pacifista francês numa manifestação de rua.

Gregoris Lambrakis, o parlamentar francês, era um renomado professor da Faculdade de Medicina de Atenas. O filme relata quando o mesmo decide fazer uma palestra em defesa da paz na capital grega, apesar do clima hostil e das dificuldades levantadas pelas autoridades.

O deputado é interpretado pelo ator Ives Montand, que apesar da participação curta deixa uma marca muito forte neste trabalho.

Depois que termina sua fala, Lambrakis tenta interpelar o chefe da polícia, que lhe dá as costas, enquanto dois homens vêm rapidamente num carro e o atacam. O professor francês vai seriamente ferido para um hospital, agoniza durante um tempo e morre.

Um juiz com muita disposição resolve investigar a sério o que realmente aconteceu, descobrindo uma trama que envolve organizações de extrema direita, policiais, pequenos comerciantes e até generais.

No papel do magistrado Jean-Louis Trintignant, uma interpretação impecável. A atriz Irene Papas vive a viúva do parlamentar e também é bastante expressiva, embora fale muito pouco durante o filme.

Costa Gravas nos seus filmes trata de política, mas trabalha com o talento dos grandes diretores. Z (quem em grego significa ele vive) tem o clima de um thriller. Envolve o expectador o tempo todo, é capaz de deixar quem acompanha a história sem fôlego.

Na época em que este longa foi lançado ainda vivíamos o auge da guerra fria. Com o apoio dos Estados Unidos os regimes de direita davam as cartas em muitos países, principalmente na América Latina e do Sul.

Os generais estavam no poder na Argentina, no Paraguai, no Uruguai e no Brasil. Em 1973 tomariam conta também do Chile.

Gravas colocou o dedo na ferida das ditaduras de direita, porém sabia muito bem também que o horror podia estar à esquerda. Um dos seus colaboradores, o roteirista Jorge Seprun, foi perseguido pelos stalinistas.

Z teve sua exibição proibida no Brasil durante os anos mais pesados da ditadura militar. Só em 1980 pode ser conferido nos cinemas nacionais.

É um filme que faz pensar, que nos dá lição de política e de história. Se fosse um mero panfleto, propaganda ideológica, não teria tanta importância.

Costa Gravas, contudo, tanto em Z, Desaparecido ou Estado de Sítio filma com muita competência, amarra bem seus roteiros, trabalha com ótimos atores e por isso conseguiu respeito mundial.

A prova é que Z foi indicado em 69 para o Oscar de Melhor Filme do ano e Melhor Filme Estrangeiro, tendo ficado com a estatueta desta última categoria.

Ver um dos filmes do grego nos anos 80 era um impacto tremendo. Pelo teor da denúncia e também pela estética particular do cineasta grego.

Rever hoje um desses trabalhos ainda é prazeroso. E os trabalhos não estão desatualizados, são um documento importante de um tempo que passou. Infelizmente, as ditaduras ainda sobrevivem em muitos países.

Que se tenha a memória do que aconteceu na Europa e América Latina. Que se lute pela democracia hoje, amanhã e sempre.

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