Brad Pitt ainda vai fazer 50 anos. O ator nasceu no dia 18 de dezembro de 1963. Ainda é um galã e casado com uma das mulheres mais bonitas do mundo, a atriz Angelina Jolie. Mesmo ricos, bonitos e famosos, têm participado de ações humanitárias em diversos lugares do mundo. O casal tem seis filhos, três deles adotados.
Antes de trabalhar em Sete Anos no Tibete, o filme que iremos comentar, Brad Pitt já era um ator reconhecido e prestigiado na América e em todo o Ocidente. Atraídos Pelo Perigo, O Príncipe da Sombra, Thelma & Louise, Entrevista com o Vampiro e Lendas da Paixão, foram realizados antes do longa do francês Jean-Jacques Annaud.
O diretor Annaud não tem tantos filmes conhecidos no currículo quanto o ator. Mas pelo menos três de suas obras, além de Sete Anos no Tibete, tiveram boa aceitação da crítica e do público: O Amante, O Urso e principalmente O Nome da Rosa, baseado no livro de Umberto Eco.
Sete Anos no Tibete também é baseado num livro. O autor, Heinrich Harrer, conta sua grande aventura de alpinista que termina preso na segunda guerra mundial, foge e vai parar no Tibete, país localizado na Ásia Central, num dos pontos mais altos do planeta.
Por conta das questões políticas, o filme de Jean-Jacques não pôde ser filmado na China. Muitas das locações foram feitas na Cordilheira dos Andes, nas proximidades da Argentina.
O visual do longa é extraordinário. São mais de duas horas de cenários deslumbrantes, exóticos, de rara beleza mesmo. Só este aspecto do filme já confere ao mesmo um charme especial. E a sensibilidade do diretor, o olhar da câmera sobre a natureza fazem de Sete Anos no Tibete um produto de arte. Terminamos por fazer uma viagem cultural e espiritual ao assistir essa produção americana (embora o diretor seja francês).
Heinrich Harrer (Brad Pitt) é o mais famoso alpinista austríaco. É um sujeito convencido, egocêntrico que coloca em primeiro lugar as suas façanhas, ao ponto de deixar em segundo plano a vida familiar, a esposa, o filho que vai nascer. Sua mulher está grávida, porém seu interesse é escalar o Nanga Parbat, um dos lugares mais altos do mundo, na região do Himalaia.
Onze pessoas de quatro equipes alemães diferentes já tinham tentado chegar a este alto e falharam, morreram durante a missão. Harrer transformou essa conquista em obsessão e estava disposto a tudo para escalar o Nanga Parbat.
A aventura de Heinrich tem início quando a Alemanha tentava realizar o sonho maluco de Hitler de dominar o mundo. A Áustria, país de origem do alpinista, já estava sob o domínio dos nazistas.
A escalada do austríaco e sua equipe não é bem sucedida e Harrer com seus amigos terminam por ser presos pelos ingleses, então já em guerra com a Alemanha.
O personagem, teimoso ao ponto de arriscar a vida usando de toda sua arrogância contra os soldados britânicos, tenta mais de uma vez fugir de sua prisão. São sempre tentativas individuais que não dão em nada.
Quando prisioneiros se organizam coletivamente para a fuga e Henrich depois de ironizar com o plano deles decide ir junto, o alpinista consegue se livrar da prisão. Alguns morrem, outros adoecem e voltam para o campo, mas o alpinista e seu colega Peter Aufschnaiter (David Thewlis) conseguem sobreviver. Depois de muitos sustos e sofrimentos chegam a Lhasa, a cidade sagrada do Tibete.
Neste local os moradores vivem em clima de completa espiritualidade. Respeitam a natureza e cada ser vivo do planeta. A tal ponto que ao empreenderam a construção de um cinema, para atender ao desejo do Dalai Lama, os homens se recusam a trabalhar porque as minhocas corriam o risco de morrer. Harrer, que dirigia os trabalhos atendendo um pedido do líder espiritual, precisa encontrar um jeito de prosseguir sem que os pequenos seres vivos sejam sacrificados.
Enquanto o alpinista passa pelas suas desventuras sua esposa dá a luz, pede o divórcio e casa novamente, por sinal com um dos seus amigos dos tempos da Áustria. Nosso “herói” sofre o baque, posteriormente começa a escrever cartas para o filho pequeno, até que recebe uma resposta: “Você não é meu pai, pare de me escrever”.
Ao tempo em que Heinrich Harrer tenta escalar, falha, é preso e passa “sete anos no Tibete”, o mundo passa por profundas transformações. Hitler, inicialmente vitorioso ao se apossar de vários países – como a Tchecoslováquia, Áustria, Polônia, França... – termina por não resistir à grande aliança comandada pelos americanos, russos e ingleses.
A guerra está para terminar, com a derrota do nazismo, e na China Mao Tse Tung chega ao poder com os comunistas.
Os novos dirigentes chineses são frios e materialistas. Um momento muito forte do filme é quando generais do regime de Mao visitam a cidade sagrada de Lhasa, desrespeitam todas as crenças e costumes, um deles soltando esta pérola: “Religião é veneno”.
Uma leitura incompleta de Marx, no local e na hora errada. A religião pode ser mesmo um ópio e servir para anestesiar o povo. Muito se usa o nome de Deus para explorar e até matar. Existem porém doutrinas, filosofias, correntes espirituais que buscam sinceramente a harmonia com o Universo e a sintonia com o Divino.
Os tibetanos podiam ser primitivos ou inocentes, naquele momento histórico, mas eram puros e humanos, se comparados aos brutais chineses.
Será que matar pessoas indefesas, praticar massacres, pisar seres humanos como se fossem formigas não é um veneno muito mais perigoso do que a religião?
O Dalai Lama à época em que Heinrich estava no Tibete era quase um garoto. Mesmo assim passou ao austríaco muita sabedoria, como também aprendeu muitas coisas com este.
Os chineses mataram mais de 1 milhão de tibetanos para “exterminar o veneno”. Ainda hoje o Dalai Lama e muitos seguidores estão no exílio.
Heinrich voltou para casa – a Áustria. Não reconquistou a esposa, que estava bem casada com seu amigo, porém conseguiu se reconciliar com o filho. Já no final, aparecem pai e filho fazendo alpinismo.
Sete Anos no Tibete é como um tesouro. Tem beleza, história, política, cultura e uma grande lição de vida.
Brad Pitt e Peter Ausfschnaiter, os dois atores que viveram os personagens principais do longa e se identificaram com a população do Tibete, até hoje são proibidos de entrar na China.
Viva a Democracia! Abaixo as tiranias à esquerda e à direita!
Pra ser mais exato foi filmado em Uspallata na Argentina.
ResponderExcluirParabéns pela exatidão........! Dizer que foi filmado nas "proximidades" da Argentina é vago demais.....poderia ter sido no Brasil !!?
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