PRESENTE CLASSE A

A jornalista Larissa Lopes (na foto com a mãe) honrou o titular deste blog em ser o 1º entrevistado de 2012 na Revista Classe A. A publicação já está nas bancas e na casa de inúmeros leitores e só tenha a agradecer a gentileza da amiga e sua mãe, a colunista social Kitty Lopes. Não sou muito de fazer post pessoais, mas como o material está bem trabalhado pela profissional e revela muito do que sou decidi reproduzir para os leitores deste espaço. É uma oportunidade de vocês conhecerem melhor quem vive de escrever sobre os outros e nesta oportunidade fala um pouco de si. Sempre sou o entrevistador e desta vez fui o entrevistado. Foi uma boa experiência e um presente das amigas, pela chance de abrir o coração para os garanhuenses e moradores de outras cidades da região. Abaixo a entrevista na íntegra.

-NOME?

 José Roberto de Almeida

-ANIVERSÁRIO?

 19 de março

-RELIGIÃO? 

Católica

-CIDADE NATAL? 

Capoeiras

-FORMAÇÃO ACADÊMICA? 

Formado em jornalismo pela Unicap/Recife.

-TEMPO DE PROFISSÃO?

 Comecei em 1978, no Diario de Pernambuco, quando ainda era estudante. São 34 anos no "batente".

-ÓRGÃOS EM QUE JÁ TRABALHOU? 

Diario de PE, Rádio Clube Recife, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco (1ª fase), TV Pernambuco, Assembleia Legislativa, Secretaria de Imprensa do Estado, O Monitor, Rádio Sete Colinas e Marano FM.

-ONDE TRABALHA ATUALMENTE? 

Sou secretário de governo em Capoeiras, cuidando mais da parte de comunicação.

-COMO SURGIU A IDEIA DO CORREIO SETE COLINAS? 

Surgiu de uma conversa minha com Luciano Andrade e Simão Silva. Nós três achamos que havia uma espaço, pois a prefeitura tinha acabado com O Monitor; o jornal mais lido 13 anos atrás era o Imprensa do Agreste e a gente sentia que havia um espaço para ser ocupado.

-COMO VÊ O RESPALDO DO SEU JORNAL PERANTE A SOCIEDADE? 

Acredito que a mídia é muito forte e respeitada. Mesmo com o rádio, a TV, a internet o jornal impresso sobrevive. Às vezes basta uma notinha para se conseguir a maior repercussão. A prova é que já tentaram me processar duas vezes por conta de pequenas notas no Correio Político. E tenho alguns ótimos colaboradores que têm peso na sociedade: Kitty Lopes, Marcílio Reinaux, dona Odete Souza, que completou 89 anos e escreve com uma lucidez incrível, tem ainda o Pedro Jorge Valença e essa menina que está começando agora, a Fernanda Beatriz (irmã de Fernando Rodolfo) com sua coluna sobre moda.

-COMO FOI A ENTRADA NA ERA DIGITAL? 

Meu irmão mais novo, o Júnior ficou me infernizando para criar um blog. Eu não sabia nem o que era, como começar. Tinha até um pouco de medo. A iniciativa terminou sendo dele, criou o espaço na net e comecei a escrever, no início não sabia nem como incluir uma foto no texto. Fui aprendendo umas coisas, pegando gosto e terminei viciado.

-QUAL LHE REALIZA MAIS, O BLOG OU O JORNAL? 

Os dois dão grande satisfação profissional, mas a resposta do blog é imediata. A internet está se tornando muito forte. Veja que em Garanhuns os jornais de Recife são lidos por 1% da população, os locais passam pouco de 2%. Os blogs, os sites, as redes sociais, tudo isso, já chega a quase 15% da população. E cada dia mais gente entra na rede.

-NOSSA IMPRENSA É IMPARCIAL? 

Não é. Alguns grandes jornais do Brasil, a exemplo da Folha de São Paulo, estão agindo como se fossem partidos políticos. Por esse exemplo você vê como está a situação. Na verdade defendo que os veículos e os jornalistas possam se posicionar, desde que sejam honestos e respeitem os contrários. Errado é omitir, distorcer e mentir. A Revista Veja faz isso e por isso já perdeu a credibilidade junto a muita gente.

-SER JORNALISTA NOS DIAS DE HOJE AINDA VALE A PENA? 

Sim. Apesar das dificuldades é uma profissão que apaixona, a gente sente que de alguma maneira está dentro da história ou está fazendo história.

-PESSOA QUE MERECE APLAUSOS? Tem muita gente boa que merece aplauso. A Fernanda Montenegro, o Chico Buarque, o escritor Luiz Fernando Veríssimo, Caetano Veloso, o ator Selton Melo, o Neymar fazendo gols...

-PESSOA QUE MERECE VAIAS? 

Pedro Bial. Um jornalista que escreve bem, uma pessoa culta se prestar a comandar uma baixaria daquelas na TV Globo merece uma boa vaia.

-PERSONALIDADE GARANHUENSE QUE ADMIRA? 

A professora Luzinette Laporte.

-OS PROBLEMAS DE SAÚDE QUE LHE ACOMETERAM LHE ENSINARAM ALGO? 

Ensinaram sim. Que não adianta se importar com coisas pequenas, fazer "tempestade em copo d´água". Que a vida é curta, boa, única e tem de ser aproveitada da melhor maneira possível. Cada segundo é importante.

-A VIDA GANHOU UM NOVO SENTIDO? 

Acho que Deus me deu uma nova oportunidade, a chance que pedi. Fiquei mais religioso, embora não vá muito à igreja. Em compensação já escrevi alguns textos (prosa e poesia), intitulados de orações que são uma busca pelo Tao, o Divino, o Absoluto, a Razão de Tudo. Depois dos problemas de saúde fiquei mais convencido de que a vida não pode ser resultado do "acaso". Existem coincidências demais que não são coincidências. Um ser invisível, acima da nossa compreensão parece fazer uma cobertura, um manto,  sobre o universo, está em todos os lugares. Quando conseguimos sintonizar com ele e pedimos algo justo, com muita sinceridade, podemos ser atendidos. Deus é vida.

-SE PUDESSE VOLTAR NO TEMPO O QUE MUDARIA EM SUA VIDA? 

Essa foi a pergunta mais difícil. Sou teimoso e idealista demais. Acho que cometeria todos os erros e acertos novamente.

-UMA SAUDADE? 

Meu pai Euclides Almeida.

-MELHOR RECORDAÇÃO? 

O nascimento de minha primeira filha Maria Roberta. Eu era muito novo e tive uma sensação incrível.

-COMIDA PREFERIDA? 

Gosto muito do salpicão feito por minha mãe (Maria das Neves), do bife à milaneza e do strogonoff de filé preparado por minha mulher (Teresa), da picanha da Churrascaria Sabor do Meio Dia e do frango grelhado do Relojoeiro.

-PARA VER? 

Filmes. Gosto muito da programação dos canais Max e Cult, da TV por assinatura.

-PARA OUVIR? 

Música clássica às vezes. Sou mais MPB. Atualmente estou ouvindo muito o disco de Ney Matogrosso interpretando Cartola; Caetano e Maria Gadú, o novo CD de Alcione, gosto muito de Caetano Veloso, Chico Buarque, Vanessa da Mata e Zeca Baleiro. Tem músicas cantadas por Roberto Carlos que me encantam. Nossa Canção, Força Estranha, Cavalgada, Estou Aqui e Aquela Casa Simples são músicas que emocionam. Esta última, que não é das mais conhecidas, me faz chorar todas às vezes, porque me faz lembrar muito do meu pai.

PARA LER? 

Sempre tem um livro novo na minha vida. Gosto muito da obra do russo Dostoievski, do português Eça de Queiroz e dos brasileiros Machado de Assis, José Lins do Rego e Érico Veríssimo. De autores contemporâneos gostei muito de "Comer, Rezar e Amar" (Elisabeth Gilbert), "O Último Bailarino de Mao" (autobiografia do chinês Li Cunxin) e "Cidade do Sol", do escritor afegão Khaled Hosseini, o mesmo de "O Caçador de Pipas.

-LUGAR QUE DESEJA CONHECER? 

Depois dos problemas de saúde já abordados tenho viajado pouco. Mas se tivesse força e dinheiro gostaria de conhecer Buenos Aires e Lisboa.

-SEU PIOR DEFEITO? 

Sou meio fechado, sério, as pessoas imaginam que sou chato ou metido.

-MELHOR QUALIDADE? 

Gosto de ajudar. Fazer o bem, principalmente a quem precisa, é muito bom.

-O QUÊ LHE ARRANCA GARGALHADAS? 

Rever Charles Chaplin, uma boa comédia na TV, a ironia dos jornalistas José Teles e José Simão.

-O QUÊ TE FAZ CHORAR? 

Sentir saudades dos meus filhos que estão em Recife ou Maceió, perder pessoas muito queridas.

-É INADMISSÍVEL? 

A maldade.

-ÍDOLO? 

Tenho vários. Vou citar cinco: Elis Regina e Jessé, que Deus chamou cedo para cantar no céu; Chico Buarque Caetano Veloso e Gal Costa, os três caminhando para os 70 e ainda compondo e cantando divinamente.

-FAMÍLIA? 

Quem não tem família não tem ninguém. É um sem teto, um sem amor.

-DEUS? 

É quem me faz respirar, me faz ir em frente, é quem dá inspiração para escrever e sensibilidade para ouvir. É quem dá sentido a isso tudo e faz de mim uma pessoa que acredita no amor.

-LEMA DE VIDA? 

Lutar sempre buscando fazer sua parte para que o mundo seja melhor.

-TRÊS COISAS QUE DESEJA PARA SUA VIDA? 

Paz, saúde, amor.

-O QUÊ GOSTARIA DE OUVIR DE DEUS QUANDO CHEGASSE AO CÉU? 

Você agiu corretamente.