Jorge Duílio Lima Meneses ganhou nome artístico de Jorge Ben e ganhou projeção nacional a partir de 1963, com a música “Mais que Nada”. Em 1989 ele mudaria de nome novamente: passou a ser o Jorge Ben Jor. Os três na verdade são um só: um sujeito simpático, talentoso, cheio de xinga, que alegra o Brasil há quase 50 anos com músicas criativas, a exemplo de Cadê Teresa?, Que Pena, Que Maravilha, Por causa de você menina, Charles – Anjo 45, WBrasil (Chama o Síndico), Fio Maravilha e País Tropical.
Como outros jovens dos anos 60, foi influenciado pela Bossa Nova e tinha admiração por João Gilberto. Jorge, contudo, sempre teve um estilo bem próprio. Desde que começou a tocar pandeiro aos 13 anos e ganhou da mãe um violão, aos 18, inovou e fez uma música diferenciada. Alguns o julgaram repetitivo, muitos o avaliaram como singular dentro do universo da música popular brasileira.
“Mas que nada”, seu primeiro sucesso no Brasil, também se tornou uma das canções mais executadas no exterior, principalmente nos Estados Unidos. Foi regravada por artistas como Sérgio Mendes, Dizzy Gillespie, José Feliciano, Trini Lopes e a grande cantora Ella Fitzgerald.
O samba com um jeito de maracatu de Jorge Bem, aliado a sua empatia, fizeram com que nos anos 60 pudesse se apresentar aos mesmo tempo nos programas de televisão O Fino da Bossa (comandado por Elis Regina e Jair Rodrigues) e Jovem Guarda (à frente Roberto Carlos). Normalmente quem cantava num deles era vetado no outro.
Veio Divino Maravilhoso, com os tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, e Jorge também foi convidado a se apresentar e foi lá dar o seu recado.
No início da década de 1970 conquista o Festival Internacional da Canção. A música Fio Maravilha, homenagem a um espetacular jogador do Flamengo daqueles tempos, ficou em primeiro lugar numa interpretação segura de Maria Alcina. Uma das grandes músicas que se fez neste país celebrando o futebol e um dos seus representantes dentro de campo.
Outro cantor que chegou às paradas com uma composição de Jorge Ben Jor foi Wilson Simonal. Sua interpretação da já citada País Tropical rendeu momentos de fama, sendo executada em rádios do Norte ao Sul do país.
Nos anos seguintes o cantor lançaria álbuns mais esotéricos ou experimentais, a exemplo de A Tábua das Esmeraldas (74), Solta o Pavão (75) e África Brasil (76).
Na década seguinte divulgaria seu trabalho mais no exterior, deu uma roupagem mais pop ao seu som e oficializou o novo nome artístico. Entrou nos anos 90 compondo W/Brasil, sucesso nas pistas de dança. A música, que tem como subtítulo Chama o Síndico, é uma homenagem ao compositor e cantor Tim Maia.
Jorge teve suas músicas gravadas por grandes nomes da MPB. Entre seus intérpretes, podemos destacar Elza Soares, Elis Regina, Gal Costa, Jair Rodrigues, Ney Matogrosso, Moraes Moreira, Zé Ramalho, Os Mutantes (grupo do qual fez parte a cantora Rita Lee), Claudete Soares, Fernanda Abreu, Daniela Mercury, Ivete Sangalo, Originais do Samba e Mundo Livre S.A. Imagine o leitor que até os sertanejos Chitãozinho e Chororó, juntamente com Zezé de Camargo e Luciano, andaram fazendo uma homenagem ao autor de Mais que Nada.
“Desde 2000 seus shows nos Estados Unidos, onde realiza regularmente apresentações, vêm conquistando uma grande parcela do público americano. Seus discos continuam sendo relançados em inúmeras coleções, em todo o mundo e agora, que ele aceitou uma das muitas ofertas que tinha para gravar, e assinou contrato com a Universal, em breve teremos um novo álbum, com músicas inéditas. A unanimidade Jorge Ben Jor é sempre bem vinda e aguardada”, registra o site oficial do artista, que embora um tanto ufanista publica um texto bem representativo de sua carreira musical.
Fato é que Jorge Ben Jor é um compositor e cantor brasileiro de grandes qualidades que contribuiu bastante com a música popular brasileira. Seja com suas letras representativas da realidade nacional, um novo jeito de fazer samba e um balanço que ninguém ainda conseguiu imitar.
Salve o Jorge. O Jorge Ben. O Jorge Ben Jor. O Jorge do Brasil. (Principais Fontes Consultadas: Site Oficial do Artista, Letras.com.br).
Abaixo um trecho de País Tropical, um dos grandes sucessos de Jorge:
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Tenho um fusca e um violão
Sou Flamengo
Tenho uma nêga
Chamada Tereza
Sou um menino de mentalidade mediana
Pois é, mas assim mesmo sou feliz da vida
Pois eu não devo nada a ninguém
Pois é, pois eu sou feliz
Muito feliz comigo mesmo
Moro num país tropical, abençoado por Deus
E bonito por natureza, mas que beleza
Em fevereiro (em fevereiro)
Tem carnaval (tem carnaval)
Eu posso não ser um band leader
Pois é, mas assim mesmo lá em casa
Todos meus amigos, meus camaradinhas me respeitam
Pois é, essa é a razão da simpatia
Do poder, do algo mais e da alegria
Moro num país tropical...
FIO MARAVILHA - Ao clicar no nome da música, em maiúsculo, você acessa um vídeo do yotube com Jorge Ben Jor cantando a famosa canção feita em homenagem ao jogador do Flamengo. O artista modificou um pouco o original que virou "Filho Maravilha".
Últimos nomes publicados na série Grandes Nomes da MPB:
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71. Quinteto Violado
72. Beth Carvalho
73. Nando Reis
74. João Bosco
75. Tetê Espíndola
76. Ademilde Fonseca
77. Cazuza
78. Quarteto em Cy
79. MPB-4
80. Caetano Veloso
81. Erasmo Carlos e a turma da Jovem Guarda
82. Maria Gadú
83. Ivan Lins
84. Geraldo Vandré.
85. Paula Toller
86. Pixinguinha
87. Amelinha
88. Moraes Moreira e os novos baianos
89. Ângela Ro Ro
90. Cartola
91. Núbia Lafaytte
92. João Gilberto
93. Tom Jobim
94. Daniela Mercury
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