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PIXINGUINHA - GRANDES NOMES DA MPB - 86º



Um texto bastante objetivo, assinado por Ary Vasconcelos, mostra a importância de Pixinguinha na MPB:

Alfredo da Rocha Vianna Jr. (1897 - 1973), o Pixinguinha, é o pai da música brasileira. Normalmente reconhecido "apenas" por ser um flautista virtuoso e um compositor genial, costuma-se desprezar seu lado de maestro e arranjador. Pixinguinha criou o que hoje são as bases da música brasileira. Misturou a então incipiente música de Ernesto Nazareh , Chiquinha Gonzaga e dos primeiros chorões com ritmos africanos, estilos europeus e a música negra americana, fazendo surgir um estilo genuínamente brasileiro. Arrajou os principais sucessos da então chamada época de ouro da música popular brasileira, orquestrando de marchas de carnaval a choros.

Foi o primeiro maestro-arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Era um músico profissional quando boa parte dos mais importantes músicos eram amadores (os principais chorões eram funcionários públicos e faziam música nos horários de lazer). Pixinguinha foi antes de tudo um pesquisador de música, sempre inovando e inserindo novos elementos na música brasileira. Foi muitas vezes incompreendido, e apenas anos mais tarde passavam a dar o devido valor a suas invenções.

Pixinguinha foi um menino prodígio, tocava cavaquinho com 12 anos. Aos 13 passava ao bombardino e a flauta. Até hoje é reconhecido como o melhor flautista da história da música brasileira. Mais velho trocaria a flauta pelo saxofone, pois não tinha mais a firmeza e embocadura necessárias. Aos desessete anos grava suas primeiras instrumentações, vindo a no ano seguinte gravar suas primeiras composicoes, nada menos que as pérolasRosa e Sofres Porque Queres.

Em 1922 têm uma experiência que transforma significativamente sua música. Um milionário patrocina a viagem de Pixinguinha e de seu grupo Os 8 Batutas para uma turnê européia. A temporada em Paris que deveria ser de um mês dura seis, tendo que ser interrompida devido a compromissos já assumidos no Brasil. Na Europa Pixinguinha trava contato com a moderna música européia e com o jazz americano, então moda em Paris.

O centenário do excepcional músico e compositor foi celebrado em 1997 com grandes comemorações na cidade do Rio de Janeiro.

Abaixo, uma biografia mais detalhada do genial compositor,  flautista e saxofonista:

Filho de Raimunda Maria da Conceição e Alfredo da Rocha Vianna, Pixinguinha tinha treze irmãos, sendo quatro do primeiro casamento de sua mãe. Sua infância se deu num casarão de oito quartos no bairro do Catumbi, onde morava toda a sua família, e ainda no porão, tinha espaço para hóspedes amigos da família como Sinhô, Bonfiglio de Oliveira, Irineu de Almeida, entre outros. Por isso, o casarão ficou conhecido como "Pensão Viana".

Pixinguinha era conhecido como "Pizindin" (menino bom) apelido dado por sua avó Edwiges, que era africana. Três de suas irmãs afirmaram, certa vez, em um depoimento, que quem deu esse apelido a Pixinguinha foi uma prima, Eurídice, e que a família acabou transformando "Pizindin" em "Pizinguim" (que segundo Almirante significa pequeno bobo em dialeto africano). De acordo com o depoimento do próprio compositor para o MIS, o apelido "Pixinguinha" surgiu da fusão do apelido "Pizindin" com o de "Bexiguinha", herdado ao contrair "Bexiga" (varíola) na época da epidemia, que deixou marcas em seu rosto.

Seus estudos curriculares começaram com o professor Bernardes, na base da palmatória. Passou depois para o Liceu Santa Teresa, onde teve Vicente Celestino como colega, e posteriormente para o Mosteiro de São Bento, onde futuramente também estudaria o compositor Noel Rosa. Mas o negócio de Pixinguinha era a música, e não a escola. Então, um tempo depois, ele largou o Mosteiro com apoio da família para se profissionalizar.

Seu pai tocava flauta e promovia muitas festas em casa, das quais participavam chorões famosos, como por exemplo Villa Lobos, Quincas Laranjeira, Bonfiglio de Oliveira, Irineu de Almeida, entre outros. Pixinguinha cresceu ouvindo essas reuniões musicais, e, no dia seguinte a cada noitada, tirava de ouvido os chorinhos aprendidos na noite anterior, numa flauta de folha. Mas seu grande sonho mesmo era aprender a tocar requinta (uma espécie de clarinete). Não tendo dinheiro para comprar o instrumento para o filho, Alfredo foi lhe ensinando a tocar flauta mesmo.

O respeitado flautista Irineu de Almeida que morava na "Pensão Viana" nessa época, começou também a passar seus conhecimentos para Pixinguinha, que progredia assustadoramente. Entusiasmado com a rapidez de seu aprendizado, seu pai presenteou-lhe com uma flauta italiana da marca Balancina Billoro. Com essa flauta, além de tocar em bailes e quermesses, em 1911 Pixinguinha estreou em disco, como integrante do conjunto Pessoal do Bloco.

Seu primeiro emprego como flautista foi na Casa de Chope La Concha. Depois disso tocou em vários cassinos, cabarés, bares, tornando-se em pouco tempo conhecido nas noites da Lapa. Apresentava-se nos cinemas, com as orquestras que tocavam durante a projeção dos filmes mudos. Tocou também em peças do teatro Rio Branco, substituindo o flautista Antônio Maria Passos, que adoecera. Quando Passos voltou, surgiram reclamações de todos os lados, porque estavam todos acostumados com os shows de improviso que Pixinguinha fazia. Assim, um tempo depois, Passos perdeu seu lugar para o jovem flautista.

Sua primeira composição é de 1911, o choro Lata de leite. Segundo o livro Filho de Ogum Bexiguento, essa música "foi inspirada no costume dos chorões de beberem o leite que os leiteiros já haviam deixado nas portas das casas quando, de madrugada, retornavam das tocatas com seus instrumentos".

No final da 1º guerra (1919), em decorrência à gripe espanhola, as salas de cinema ficavam vazias, pois todo mundo temia ficar em lugares fechados com medo de ficar doente. Então, para atrair o público, o Cinema Odeon contratou Ernesto Nazareth para tocar piano na sala de espera. Preocupado com a concorrência, Isaac Frankel, gerente do Cinema Palais que ficava quase em frente ao Odeon, convidou Pixinguinha a formar um conjunto para tocar na sala de espera. Assim surgiu o conjunto Oito Batutas. Os integrantes do grupo eram Pixinguinha(flauta), Donga (violão), China (violão e voz), Nelson Alves (cavaquinho), Raul Palmieri (violão), Luiz Pinto da Silva (bandola e reco-reco), Jacob Palmieri (pandeiro) e José Alves Lima (bandolim e ganzá), posteriormente substituído por João Pernambuco (violão).

O repertório do grupo variava entre modinhas, choros, canções regionais, desafios sertanejos, maxixes, lundus, corta-jacas, batuques, cateretês etc. 

De 1919 a 1921 o grupo fez uma turnê no interior e capital de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Pernambuco. De volta ao Rio, começaram a tocar no Cabaré Assírio, no subsolo do Teatro Municipal. Foi lá que conheceram Arnaldo Guinle, milionário e fã do grupo que patrocinou uma temporada para os Oito Batutas em Paris. Impossibilitados de sair da cidade, os irmão Palmieri e Luiz Pinto da Silva foram substituídos por Feniano, José Monteiro e J. Thomás, respectivamente, sendo que J. Thomás adoeceu, ficando o grupo reduzido a sete integrantes. Em 29/1/1922 eles embarcaram para a Europa, mas com o nome de Os Batutas (em francês "Les Batutas"). O sucesso foi imediato, mas a ida do grupo causou polêmica. Muita gente se sentiu honrado pela representação do Brasil lá fora, outras pessoas preconceituosas se sentiram envergonhadas, "taxavam a viagem de desmoralizadora do Brasil e pediram até providências por parte do Ministro do Exterior."

Além dos Oito Batutas, Pixinguinha em sua carreira liderou várias formações musicais, tais como: Orquestra Típica Pixinguinha-Donga (1925), Orquestra Victor Brasileira, Orquestra Típica Victor (1930), Grupo da Guarda Velha (1931), Diabos do Céu (1933), Cinco Companheiros (1937), a dupla Benedito Lacerda & Pixinguinha(1946) e o grupo Velha-Guarda (1956). Conforme o pesquisador Tarik de Souza, através da indicação de Heitor Villa Lobos, pixinguinha liderou o grupo (com Cartola, Donga, Zé da Zilda, Jararaca, Luiz Americano) que gravou em 1940 com o maestro norte-americano Leopold Stokowski (o mesmo que regeu a trilha sonora do filme Fantasia de Walt Disney), à bordo do navio Uruguai, dentro do plano do presidente Roosevelt de fortalecimento dos laços culturais com vizinhos aliados durante a Segunda Guerra.

Quando Pixinguinha trabalhou como regente na peça Tudo Preto, conheceu a atriz e cantora Jandira Aymoré, que chamava-se na verdade Albertina Pereira Nunes (Betí, para Pixinguinha). Casaram-se em 05 de janeiro de 1927. Oito anos depois, foi comprovada a existência de um problema de esterilidade no casal, que então resolveu adotar um filho, Alfredo da Rocha Vianna Neto.

Em agosto de 1928 faleceu seu irmão e melhor amigo, China, aos 37 anos, com aneurisma da aorta, enquanto esperava ser atendido na sala de espera de um consultório médico.

Pixinguinha levou o título de ser o primeiro orquestrador da Música Popular Brasileira. É dele a famosa introdução da música O teu cabelo não nega, de Lamartine Babo e os Irmãos Valença e de Taí, de Joubert de Carvalho (sucesso lançado por Carmen Miranda). Ou seja, ele pode ser considerado co-autor de dezenas de músicas as quais lhe coube a "função" de escrever as introduções. Em 1929, quando foi contratado pela RCA Victor para ser orquestrador exclusivo da gravadora, inaugurou essa prática ainda não existente no Brasil.

Em 1956 Pixinguinha recebeu a homenagem do prefeito Negrão de Lima, através da inauguração da rua Pixinguinha, em Olaria, onde morava o compositor.

Foi na terceira complicação cardíaca, em 1964, que Pixinguinha teve que ficar internado por mais de um mês, além de ter que abdicar à bebida, comida e parar de tocar saxofone, retornando a seus velhos hábitos dois anos depois. Quando o médico, algum tempo depois, lhe deu alta para tocar saxofone novamente, Pixinguinha chorou. Enquanto esteve hospitalizado, Pixinguinha compôs 20 músicas, e para cada uma dava um título relacionado com alguma coisa que acontecia no hospital. Uma delas, por exemplo, se chamou Manda brasa, expressão que ouviu da cozinheira, quando ia almoçar. Num momento que estava sozinho escreveu Solidão, e quando recebeu alta escreveu Vou pra casa.

Seu filho Alfredo casou-se em janeiro de 1971. No ano seguinte, Betí ficou seriamente doente e foi internada no hospital. O coração de Pixinguinha, já fraco, não agüentou. Sofreu um enfarte, e foi parar no mesmo hospital que a esposa estava internada. Como o estado de Betí era mais grave do que o de Pixinguinha, pai e filho combinaram que todos os dias, no horário de visita, o compositor vestiria seu terno, seu chapéu, e levaria um buquê de flores para a esposa, que, alguns dias depois, mais precisamente em 07 de junho de 1972, aos 73 anos, morreu, sem saber do estado do marido.

Depois da morte de Betí, Alfredo Neto foi morar com sua esposa na casa do pai, para lhe fazer companhia. Em janeiro de 1973 nasceu o primeiro neto de Pixinguinha. Em 17 de fevereiro de 1973, Pixinguinha ateve outro enfarte, durante um batizado no qual seria padrinho. Apesar de ter sido socorrido às pressas, Pixinguinha morreu ali mesmo, dentro da igreja, aos 74 anos.

Várias homenagens póstumas lhe foram prestadas, entre elas, a da Portela, que, no carnaval seguinte levou para a Avenida o samba-enredo O mundo melhor de Pixinguinha, com autoria de Jair Amorim, Evaldo Gouveia e Velha, que lhes rendeu o segundo lugar.

Pixinguinha escreveu, aproximadamente, duas mil músicas. Foi um dos mais férteis compositores da MPB.

Principais sucessos:
Ainda me recordo, pixinguinha e Benedito Lacerda (1946)
A vida é um buraco, Pixinguinha(1930)
Carinhoso, Pixinguinha e João de Barro (1917)
Carnavá tá aí, pixinguinha e Josué de Barros (1930)
Chorei, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1942)
Cochichando, pixinguinha e Benedito Lacerda (1944)
Ingênuo, Pixinguinha, B. Lacerda e Paulo César Pinheiro (1946)
Já te digo, Pixinguinha e China (1919)
Lamento, Pixinguinha (1928)
Mundo melhor, Pixinguinha e Vinícius de Moraes (1966)
Naquele tempo, Pixinguinha e Benedito Lacerda (1934)
Os Oito Batutas, Pixinguinha (1919)
Página de dor, Pixinguinha e Cândido das Neves (1930)
Rosa, Pixinguinha e Otávio de Souza (1917)
Sofres porque queres, pixinguinha e Benedito Lacerda (1917)

Síntese de um texto do Portal do São Francisco. Fontes: www.geocities.com
1. SILVA, Marília T. Barboza e FILHO, Arthur L. de Oliveira. Filho de Ogum Bexiguento. Rio de Janeiro, Funarte, 1979 - p.p. 25/26.
2. Texto escrito por Sérgio Cabral, contido no LP Pixinguinha, vida e obra - Rede Globo/Som Livre, 1978.

Abaixo a letra de ROSA, uma das mais conhecidas e gravadas canções de Alfredo da Rocha Viana Jr.:

Tu és, divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito seu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral oh alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão, se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer

ORLANDO SILVA - Ao clicar no nome ao lado, todo em maiúsculo, você acessa um vídeo do yotube com uma interpretação inspirada de Rosa por uma das melhores vozes da música popular brasileira em todas as épocas.

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