CONTEXTO

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Pesquisas Eleitorais

GARANHUNS SOFRE TENTATIVA DE ESTUPRO

Do Diretor a Academia de Educação de Garanhuns e ex-secretário municipal Alexandre Marinho:

Durante esta semana, a população de Garanhuns foi apanhada de surpresa com a notícia de que o atual prefeito de Lajedo, Antônio João Dourado, seria lançado candidato a prefeito de Garanhuns, com o apoio do Governador Eduardo Campos, como forma de resolver a questão da falta de unidade entre as lideranças da base aliada e também em razão de o atual prefeito não estar em condições de conduzir o processo político, vez que atravessa uma fase de baixa popularidade.

Na condição de Presidente do PSD local, fui convidado a participar da última reunião do diretório do PSB, oportunidade em que, quando instado a fazer uso da palavra, me posicionei contrariamente a esta candidatura, razão pela qual pretendo expor minhas razões:

Tanto pelo Governador Eduardo Campos quanto pelo prefeito Antônio João Dourado tenho grande admiração. São dois homens de alta envergadura política e merecedores de todo nosso respeito;

Pelo nosso Governador, a minha admiração é redobrada, porque graças ao seu estilo arrojado de governar, ele resgatou a autoestima do povo pernambucano, está adotando o mérito como forma de ingresso e ascensão nos cargos de carreira e de confiança do estado, transformou Pernambuco no estado mais próspero da federação e trouxe para Garanhuns duas obras estruturadoras que são estratégicas para o nosso desenvolvimento: resolveu a questão do abastecimento d’água e nos trouxe uma faculdade estadual de medicina, consolidando definitivamente nossa vocação universitária.

Embora a imprensa tenha divulgado, em nenhum momento tratei o Sr. Antônio João Dourado de “forasteiro”, até porque odeio essa palavra e o sentido que ela carrega: invasor, aquele que vem de fora.

Ora, numa cidade-polo como a nossa, nós devemos muito àqueles que vêm de fora. Eles (e elas) são responsáveis pela pujança do nosso comércio, pela sustentação de nossas faculdades e de nosso polo médico, pelo brilho dos nossos festivais, ou seja, os “forasteiros” são responsáveis por grande parte do dinamismo de nossa economia e, portanto, do nosso sustento.

Para cada novo estudante, professor, comerciante ou humilde trabalhador que chega de fora, acho que deveríamos estender um tapete vermelho e recebê-lo de braços abertos, porque é graças aos sonhos destes que escolheram nossa cidade para prosperar e constituir família, que, somados aos sonhos dos “nativos”, estamos transformando Garanhuns numa ótima cidade para se viver. Todos nós, hoje, nos sentimos orgulhosos quando, por exemplo, entramos em algum restaurante local e o encontramos lotado de “forasteiros”. Isso é uma prova da vocação cosmopolita e universitária de nossa cidade. Portanto, nada tenho contra os “forasteiros”, e, aliás, seria até motivo de satisfação termos uma pessoa como Antônio João Dourado vindo morar em nossa cidade, e vê-lo aqui criando raízes e contribuindo para o nosso desenvolvimento – algo que ele tem feito tão bem na sua terra natal.

O que eu discordei, discordo e discordarei radicalmente, sempre, é contra a imposição de candidaturas, sejam elas de dentro ou de fora, porque isso é uma afronta à democracia, à liberdade de escolha dos cidadãos e ao pacto federativo - cláusulas pétreas da Constituição de 1988.

Durante o regime de exceção, implantado em 64, era comum os militares escolherem em seus gabinetes os prefeitos municipais (os velhos coronéis), só cabendo ao povo dizer “sim senhor”, e legitimá-los através das urnas. Nos dias de hoje não podemos tolerar atitudes desse tipo, sobretudo num momento singular de nossa história, em que estamos sendo governados, nada mais nada menos, que pelo neto e herdeiro político do defensor e arauto das causas libertárias – Miguel Arraes de Alencar.

Embora qualquer cidadão brasileiro possa candidatar-se em qualquer município do território nacional, direito constitucionalmente conferido a todos que estejam no pleno gozo de seus direitos políticos, o que querem fazer conosco ao nos impor uma candidatura sem raízes e sem inserção em nossa comunidade, é uma verdadeira TENTATIVA DE ESTUPRO (POLÍTICO). E quando digo “tentativa” é porque, com certeza, Garanhuns não se curvará a este ato de desrespeito e intromissão nos assuntos internos de nossa "aldeia".

Certamente, muito Whisky deve ter sido ingerido na formação dessa ideia. Pensar que uma cidade de 130 mil habitantes, com uma classe média consolidada, pode receber o mesmo tratamento de um pequeno vilarejo, é um erro de cálculo digno de asseclas inebriados com o poder.

E não se enganem: a indignação é tamanha, que se isto for verdade, já estamos e continuaremos todos unidos, a despeito de nossas diferenças e divergências políticas: o próprio prefeito e seu vice, Almir Penaforte, o deputado Izaías Régis, Silvino Duarte, Aurora Cristina, Zé da Luz, Sivaldo Albino, João Guido, a totalidade dos vereadores e centenas de lideranças comunitárias e religiosas, além dos presidentes de praticamente todos os partidos e a imprensa, enfim, Garanhuns nunca se curvou e não se curvará ao cassetete de quem quer que seja, e muito menos a esta absurda tentativa de tomada do poder em nosso município.

A Constituição nos garante que somos autônomos para decidirmos sobre os nossos destinos.

Eu continuo acreditando que esta estapafúrdia ideia não tenha o dedo do Governador Eduardo Campos, até porque ele não precisa disso. Estávamos e estamos aguardando o seu chamamento para o diálogo, com os espíritos desarmados, a fim de buscarmos uma equação e de termos um candidato de consenso, saído de nossa própria cidade, inserido aqui e conhecedor de nossas dificuldades – lembrando que o cargo de prefeito não é cargo comissionado.

Ademais, não entendo o porquê de um gesto desses, no momento em que Ivan Rodrigues, Marlos Duarte, Givaldo Calado, Paulo Lins, Mário Faustino e demais membros do PSB local realizam um excelente trabalho de oxigenação e ampliação dos quadros do partido, fazendo engrossar em suas fileiras pessoas como Ivo Amaral Júnior, Nivaldo Azevedo, Emília Valença, Pedro Veloso, Antonio Coelho (e filhos), Márcio Quirino, Pedro Falcão, os ex-vereadores Daniel e Paulo Gomes, os empresários Givaldo Calado Filho, Marcos Notaro, Emanuel (Granja Canaã), José Maria (Milk), Artur Moura, Dorgival e Fernando Figueirêdo e tantos outros - pessoas competentes, decentes, e que honram qualquer agremiação partidária, em qualquer lugar do Brasil.

Queremos continuar perfilados ao lado do Governador Eduardo Campos, inclusive em seus próximos voos nacionais, e recusamos a ideia de que venha a se transformar em um novo Jarbas Vasconcelos, ex-governador que feriu o nosso orgulho, desrespeitou nossa liberdade de decidir - nos impondo um presídio que não queríamos, deixando-se levar por assessores despreparados que subestimaram a opinião dos cidadãos. Hoje, ele não vem mais à nossa cidade porque tornou-se persona non grata, e é vaiado todas as vezes que dá o ar da sua graça.

Sinceramente, torço muito para que, passados alguns dias, tudo isso tenha sido um mero mal entendido, e que possamos continuar nossa lua de mel, com este governador que ostenta os maiores índices de aceitação já vistos em nossa cidade.

Recordo-me agora de uma frase dita pelo ex-governador Miguel Arraes ao ex-prefeito Silvino Duarte. Disse-lhe Dr. Arraes: “Silvino, quero parabenizar-lhe porque você se elegeu prefeito da cidade mais complicada de Pernambuco”. E o interessante é que os ex-governadores Roberto Magalhães e Joaquim Francisco também disseram algo semelhante.

A meu ver, a essência da nossa complicação é justamente essa: nós nos recusamos a aceitar qualquer tipo de cabresto. Somos ariscos por natureza, tal como uma tribo de índios, que acolhe com afagos e sorrisos aqueles que chegam com gestos de humildade e respeito, mas que rechaça com rigor aqueles que desrespeitam suas tradições e desconhecem os meandros da sua alma.

8 comentários:

  1. Hoje publico em meu blog (link do meu nome) um extenso que comentário que fiz ao belo texto do Alexandre Marinho, onde digo que ele disse quase tudo, menos o nome do "estuprador". Isto sem querer me meter em assuntos internos de outros municípios, pois o caso vale para Pernambuco inteiro.

    Lucinha Peixoto (Blog da Lucinha Peixoto)

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  2. José Fernandes Costa8 de outubro de 2011 às 11:09

    MUITO BOM O TEXTO do Alexandre Marinho. - Por TUDO O QUE ELE DISSE, MERECE O RESPEITO DE QUANTOS TENHAM INTERESSE NESSA CAUSA. - Quanto à expressão "forasteiros", eu PENSO DE IGUAL MANEIRA! - Sobre esses forasteiros que "se alimentam" do progresso de Garanhuns, diga-se: ELES SÓ CONTRIBUEM COM o CRESCIMENTO DESSA CIDADE POLO E DO MUNICÍPIO! - Assim, é BOM QUE SE TENHA RESPEITO AOS FORASTEIROS QUE PROCURAM GARANHUNS PARA SE INSTRUÍREM, PARA APRENDEREM NAS SUAS FACULDADES, PARA SE DIVERTIREM NAS FESTAS ETC. – Com respeito aos assuntos políticos de Garanhuns, NÃO me cabe opinar. Até porque aí TEM GENTE COMPENTENTE PARA CUIDAR DISSO! – Agora, creio que Gravatá é MUITO AGRADECIDA AOS SEUS FORASTEIROS! - NÃO vou dizer que contribuo com nada para Garanhuns. Mas, quando vou aí, hospedo-me em hotéis e faço refeições em restaurantes etc. - E sempre compro alguma coisa no comércio local. - Indo mais além: a Espanha, país de gente MUITO GROSSEIRA (com pequeninas exceções), VIVE À CUSTA DE FORASTEIROS: EXCESSO DE TURISTAS POR TODAS AS CIDADES espanholas, gastando dinheiro adoidadamente. – Portanto, DE PARABÉNS O ALEXANDRE MARINHO. – José Fernandes Costa – Recife / Bom Conselho. /.

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  3. ESSA HISTORIA DE FORASTEIRO É COISA DE CIDADE DE GENTE PEQUENA, QUE NÃO PENSA EM UM BOM GESTOR PARA O MUNICIPIO E SIM NOS INTERESSES PRÓPRIOS, MAS GARANHUNS SABERÁ ESCOLHER, POIS TEM MUITA GENTE QUERENDO SE APROPRIAR DO PODER DA PREFEITURA, SE O PREFEITO DE LAJEDO ESTÁ SENDO INDICADO PELO GOVERNADOR É PORQUE DEVE TER QUALIDADES, AFINAL DE CONTAS UM POLITICO QUE TEM A APROVAÇÃO QUE EDUARDO CAMPOS TEM, NAÕ VAI JOGAR O NOME DELE ATÔA.

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  4. Precisa ser explicado ao analfabeto acima que o texto não se opõe a forasteiros, mas à imposição de candidaturas, que é um acinte à democracia. Se essa atitude de Eduardo for correta, é melhor mudar a Constituição e voltar ao tempo da ditadura, onde os prefeitos eram impostos nomeados.
    Não se discute no texto as qualidades de Antônio João, mas o autoritarismo do Governador.
    Acorda, analfabeto!
    A ninguém pode ser dado o poder de impor candidaturas.

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  5. Esse ze fernando não acerta uma

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  6. Só para quem conhece muito bem como eu conheço, tem autoridade ou a petulância para dizer que o Governador deveria impor era a candidatura do nosso Alexandre e não desses políticos profissionais que rondam Garanhuns. Digo sem tirar uma vígula: Alexandre Marinho é uma das reservas morais que nós temos em Garanhuns. Fui amigo do seu pai e conheço Alexandre a 44 anos. Esse menino é de ouro.

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  7. Aristarco Pederneiras10 de outubro de 2011 às 10:50

    O engraçado dessa história toda é que o governador nunca lembra do nome de Zé da Luz. O coitado do Zé fica falando que é amigo íntimo de Eduardo Campos e só vive levando rasteira. Na eleição passada, o Zé era do PSB e o governador sequer subiu em seu palanque e agora traz o prefeito de Lajedo pra Garanhuns e não ta nem aí. É pra dar risada mesmo!!!

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  8. O que Dinheiro Não Fez!!!
    Antônio João Quer Faser um verdadeiro TISUNAME!!!
    mais vai rasgar a boca. A Saude e a segurança aqui em Lajedo está um verdadeiro Caus...

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