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CORAÇÃO VALENTE - FILMES INESQUECÍVEIS 54º

CORAÇÃO VALENTE

Mel Gibson nasceu nos Estados Unidos, mas foi viver na Austrália ainda moço e foi lá que começou a carreira de ator. Estudou arte dramática, adquiriu experiência com montagens dos textos clássicos ingleses e com o nome já em evidência retornou ao seu país de origem.

O tipo físico do ator o credenciou inicialmente para trabalhar em filmes de ação e ficou conhecido com Mad Max e Máquina Mortífera, filmes de tanto sucesso que tiveram mais de uma seqüência. Depois Gibson expandiu sua carreira, fazendo comédias como Maverick e Hamlet, o clássico de Shakespeare.

A grande virada na carreira aconteceu mesmo quando Mel Gibson passou também a dirigir seus filmes, especialmente Coração Valente (1995), um épico monumental que conquistou público e crítica nas Américas, na Europa e maior parte do Mundo.

Coração Valente, embora bastante original, está na linha de filmes como Spartacus (a versão de Kubrick), Ben Hur e o Gladiador. É tão bem realizado que está mais próximo dos dois primeiros, em qualidade, superando em muito o terceiro em todos os sentidos, embora este também seja bom.

O longa que deu a Mel cinco Oscars da Academia tem 177 minutos de duração mais prende a atenção do cinéfilo do começo ao fim. É uma história de heroísmo, aventura, ação, luta pela liberdade, paixão e amor.

Wiillian Wallace, ainda criança, perde o pai e o irmão, vítima da traição e da crueldade dos ingleses, que dominavam a Escócia sob o reinado de Eduardo I. O garoto, levado por um tio, recebe uma educação refinada e aprende também a lutar.

Volta já homem feito e encontra sua região e seu país na mesma situação. Subjugado à Inglaterra, humilhado, homens e mulheres vivendo como escravos e sujeitos aos caprichos do impiedoso Eduardo, este sem a menor sensibilidade para com a colônia.

Mesmo no tempo em que William retorna, o Rei tinha determinado que toda noiva escocesa, na sua primeira noite de núpcias, tinha de deitar com um nobre inglês.

Wallace assiste uma dessas cenas, em que um inglês, à força, tira uma jovem da festa de casamento para levá-la ao leito, porque era seu direito, concedido por sua majestade.

O futuro herói, então, apaixonado desde criança pela bela Murron, casa com esta escondido, para que sua esposa não sirva aos ingleses.

Não adianta. Um oficial inglês desconfia do romance e tenta estuprar Murron. Ela reage, arranca um pedaço do rosto do militar na base da dentada e por isso é punida. É presa a uma estaca e o chefe da guarnição inglesa no local a mata friamente, passando um punhal em seu pescoço.

Wallace tem um verdadeiro “ataque de fúria” e mata sem contemplação todos os responsáveis pelo assassinato de sua mulher. Os companheiros se revoltam junto com ele e começa a partir daí não somente uma vingança pessoal, mas a luta dos escoceses pela libertação do país.

Um verdadeiro exército vai se formando, à frente o corajoso e habilidoso Willian Wallace. As cenas de batalha do filmes são espetaculares. Os escoceses vencem em muitas frentes e põem em risco o domínio inglês.

Traído uma vez por nobres do seu próprio país, Willian ainda tem força para se vingar dos covardes e dos delatores, homens que preferiam terras e as benesses dos ingleses a colaborar na libertação da Escócia.

Além das boas cenas de batalha, Coração Valente empolga nos momentos em que Mel está em ação, enfrentando seus inimigos. Muitas das lutas, das mortes, trazem um realismo impressionante e vemos homens de cabeças cortadas, cabeças esmagadas, corpos rasgados pela espada.

Gibson é conhecido por gostar de apimentar seus filmes com muita violência. O maior exemplo dessa faceta do ator e diretor é O Troco, de 1999. Mesmo sua versão da Paixão de Cristo não foge a esse estilo. Neste trabalho, baseado nos evangelhos, o cineasta chocou o mundo e chamou a atenção ao exibir cenas especialmente fortes de tortura e humilhação envolvendo a figura de Jesus.

Mas Coração Valente não chega a ser tão violento assim e a maioria das cenas mostradas se justificam plenamente. Nada é gratuito.

O filme tem excelente elenco, liderado pelo próprio Mel Gibson, contando ainda com Patrick McGoohan (Rei Eduardo), Catherine McCormack (Murron), Sophie Marceau (Isabel), Angus Macfadyen (Robert de Bruce) e Peter Hanly (Edward, o afeminado príncipe de Gales).

O roteiro, a trilha sonora, a fotografia, a maquiagem, o figurino, praticamente tudo em Coração Valente é impecável.

Wallace foi o herói que plantou a semente da liberdade na Escócia. Sua história, contada em filme, proporcionou a Mel fazer o melhor filme de sua carreira, um clássico realmente inesquecível. 


(Fontes consultadas: Biografia e filmografia de Mel Gibson em sites de cinema, além da ficha técnica de Coração Valente. O mais importante, contudo, foi rever o filme para poder escrever uma resenha do ponto de vista do autor deste blog).

IMAGENS: William Wallace (Mel Gibson) e Murron (Catherine) quando está para ser assassinada.

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