O DOM MOURA METE MEDO?

O Dom Moura parece procurar este jornalista em qualquer lugar de Garanhuns e até em cidades próximas. Esta semana mesmo, numa passada rápida por um supermercado de Heliópolis encontrei uma conhecida de longas datas e essa pessoa puxou conversa sobre o hospital. Funcionária da unidade de saúde regional, está convencida de que a imprensa, o promotor, a polícia, quem seja, só descobrirá as verdades que acontecem no HRDM se vasculharem bem o setor financeiro. Acha que nessa área está o segredo de calçadas de R$ 120 mil e telhados de R$ 1,5 milhão. "No papel está tudo certinho", observou com ironia.

Neste sábado, ainda pela manhã, dei de cara com um pequeno grupo de manifestantes que portavam faixas contra a atual direção do Dom Moura. Todos funcionários do Hospital. Uma delas, de nome Vânia, não teve medo de mostrar a cara ou revelar como se chama para o jornalista. Tanto esta senhora quanto as outras três ou quatro que a acompanhavam explicaram porque tinha pouca gente no protesto: "É o medo. Todos têm medo da diretora que persegue sem dó. Eu não tenho medo. Não tenho porque acredito que o Deus que está me dando coragem é o mesmo que vai me dar proteção", desabafou.

Algumas faixas também foram colocadas ao longa da Avenida Rui Barbosa, com a devida autorização dos proprietários dos prédios. Mesmo assim depois as mesmas foram encontradas rasgadas. Segundo informações de populares um rapaz magro, usando um paletó escuro, foi o responsável pelo ato de vandalismo.

 É interessante que Vânia e suas amigas vim a conhecer hoje. Nenhuma delas faz parte da relação de funcionários que iniciou essas denúncias. Como os outros servidores, contudo desejam mudanças na administração da unidade de saúde. "Desejo isso pela falta constante de materiais e medicações, assim como conserto e manutenção de equipamentos quebrados".

Eu me esforço para me livrar do Dom Moura, mas parece que ele me persegue.

O GOVERNADOR - Quando fui para a entrevista do governador Eduardo Campos, já tinha decidido não abordar a questão do Hospital. Até hoje só eu dei a cara a bater, preferi esperar por uma manifestação (ouve essa muito tímida) ou que um colega mais atrevido ou ousado encarasse a questão. O neto de Dr. Miguel Arraes é um homem muito inteligente, se você não for preparado cai numa saia justa fácil fácil. Nesta coletiva do sábado, teve um repórter que fez duas perguntas e nas duas respostas praticamente foi chamado de desinformado porque cometeu erros, confundindo ações da alçada dos governos federal, estadual e municipal. Não tenho idade para sofrer esse tipo de constrangimento. Muitos leitores não sabem, pois só me conhecem pelo blog, mas só tenho uma corda vocal funcionando e me expresso com muita dificuldade. Para abordar essa questão junto a Eduardo, eu precisaria falar no mínimo dois minutos o que representaria um tremendo esforço e mesmo assim correria o risco de não ser bem entendido, tanto pelo governador como pela plateia presente. Passei por uma situação dessas numa entrevista coletiva da ex-presidente da Fundarpe, Luciana Azevedo, fui mal interpretado e a ex-secretária Ivone Silva aproveitou que tinha voz e eu não e me levou à lona. Depois é que fui à forra, mostrando que estava certo, mas fiz isso escrevendo um editorial caprichado no Correio Sete Colinas. Duelo verbal eu sempre corro o risco de perder por isso não entro mais em "bola dividida".

Portanto não tive medo de enfrentar a questão. A minha limitação física é que me impediu. Não estou me desculpando com os leitores, pois quem conhece o meu trabalho já sabe de minha personalidade e por isso não preciso me justificar. E mesmo tendo levantado esse assunto (o Altamir Pinheiro fez denúncias antes de mim, mas não sei se eram as mesmas) fui tratado com muita decência e diria até carinho tanto pelo Secretário Evaldo Costa, quanto Ivan Rodrigues e mesmo o governador Eduardo Campos, que publicamente expressou satisfação em me ver trabalhando depois de tudo que passei. Isso deixa bem claro que as pessoas que ligaram para o prefeito Dudu, se fazendo passar por funcionários do Governo do Estado, para fazer intriga, dizendo que vivo falando mal do governador, foram pessoas daqui mesmo da nossa região. Não é a primeira vez que tentam me derrubar em Capoeiras usando desse expediente. Isso revela o caráter de determinados homens e mulheres. São esses, talvez, os que vivem na lama e nos fazem acreditar que existe mesmo muita sujeira no Hospital Dom Moura. Acontece que o prefeito de Capoeiras é um homem de personalidade formada e leal aos seus companheiros. Não vai dar ouvidos a moleques. E o governador Eduardo Campos me conhece desde quando tinha 20 anos de idade e era chamado de Dudu. Ele sabe da minha lisura e da minha independência. Nunca estive a serviço de ninguém a não ser das minhas ideias e dos interesses da comunidade. Persigo a verdade e a justiça e acredito que um dia as duas virão à tona. Então essa gente corrupta e de caráter duvidoso vai botar o rabo entre as pernas e deixar os homens de bem em paz.

Infelizmente, não me senti em condições de levantar esse assunto na entrevista com o governador. Apenas tive oportunidade de tocar no assunto com o Secretário de Imprensa, Evaldo Costa. Ele pediu minha opinião, eu dei: Disse que em Garanhuns até as pedras desconfiam dos mal feitos do Dom Moura e acrescentei: "Eduardo está sofrendo algum desgaste aqui na cidade por conta disso, é uma questão que lembra o presídio de Jarbas".

Todos que acompanham o blog sabem que votei em Dilma, Eduardo, Armando e Humberto. Se a eleição fosse hoje votaria novamente. Mas isso não me obriga a ser capacho nem omisso. Os fatos que surgem, se têm algum fundamento, necessariamente precisam ser levados ao conhecimento da opinião pública.