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FILMES INESQUECÍVEIS XLIII


O PLANETA DOS MACACOS

1968. Ano de movimentos revolucionários na França e outros países da Europa. No Brasil, a ditadura mostrou as garras de vez, editando o Ato Institucional número 5. Dois anos antes, o fracasso da canarinha na Copa da Inglaterra. Dois anos depois, o triunfo de Pelé, Tostão, Gerson, Rivelino e CIA no Campeonato Mundial do México. Apenas 12 meses depois, um fato histórico na história da humunidade: os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin  pisaram no solo lunar. Foram os primeiro homens, depois de anos de uma disputa acirrada dos EUA com a então União Soviética, a visitar o satélite da Terra.

O ano de 1968 marcou também o lançamento de um filme de grande impacto na história do cinema mundial. Seus efeitos, guardadas as devidas proporções, seriam tão extensos quanto a conquista da Lua. O Planeta dos Macacos, com direção de Franklin J. Schaffner e tendo o ator Charlton Heston no papel principal, repercutiu nos Estados Unidos, na Europa, na América do Sul, na África e na Ásia. Aqui no Brasil, embora eu fosse um garoto de apenas 11 anos, ainda guardo na lembrança o sucesso deste longa na cidade. Foi exibido no antigo Cine Jardim, hoje um prédio alugado ao Sebrae, e atraiu em peso os estudantes dos colégios Quinze, Diocesano, Santa Sofia, além de grande parte dos moradores da cidade. Nas capitais, como Recife e São Paulo, causou frisson.

Foi tema de reportagens de revistas como o Cruzeiro e Manchete, que dominavam o mercado na época, foi discutido nos jornais, na TV e nas salas de aula.

Um filme tão marcante que teve quatro seqüências, deu origem a uma série de televisão, influenciou histórias em quadrinhos, foi citado, anos mais tardes, em episódios da série Os Simpsons e mereceu um remake do diretor Tim Burton (De Batman O Retorno e Edward Mãos de Tesoura), com uma visão modificada do original. Na visão da crítica especializada, foi O Planeta dos Maçados que abriu caminho para a famosa série Guerra nas Estrelas, outra obra marcante no campo da ficção científica.

No Brasill, até Renato Aragão entrou na onda e junto com sua turma fez “O Trapalhão no Planalto dos Homens”. A rede Globo também lançou, nos anos 70 um humorístico intitulado O Planeta dos Homens, com o título claramente inspirado no clássico do cinema.

Qual o segredo de O Planeta dos Macacos? O que tem o filme de extraordinário? Ora, no final dos anos 60 estávamos no auge da guerra fria, com Estados Unidos e União Soviética disputando a hegemonia mundial. Movimentos contestatórios sacudiam a Europa e ditaduras sufocavam os países da América Latina. A revolução tecnológica, nesse período, apenas estava começando. Os robôs que tudo fazem, os computadores, a internet, tudo isso era apenas sonho. Nos países do terceiro mundo, caso do Brasil, a maioria das pessoas ainda viviam no campo e muitos não tinham acesso nem a luz elétrica.

Então chega às cidades esse filme extraordinário. Quatro tripulantes viajam numa nave espacial à velocidade da luz no ano 3978. Eles caem no mar num planeta aparentemente desconhecido. A única mulher do grupo morre no local do acidente. Os três homens saem e procuram terra firme. Encontram seres humanos, mas estes são selvagens, não falam e terminam por roubar seus equipamentos e roupas. Mais adiante, o grande choque: macacos enormes, bem vestidos, andando a cavalo, falando, comandando os destinos daquele lugar.

Presos pelos macacos, dois deles são mortos e resta apenas Taylor, interpretado por Charlton Heston, um ícone da sétima arte nos anos 70.

O único humano sobrevivente daquela missão é ferido, mas consegue escapar. Fica sem voz temporariamente, depois recupera e da mesma maneira que se espanta com a raça de animais inteligentes a dominar humanos, causa surpresa nos símios. “Um humano inteligente, que sabe falar, como é possível”?

O filme é sobretudo ótima ficção científica, tem uma boa dose de aventura, tangencia apenas a questão política, porém estabelece também discussões filosóficas sobre o comportamento do homem na terra e cutuca a guerra fria entre as principais potências do planeta naqueles anos.

Três personagens do longa são muito fortes: O Dr. Zaius, chefe da comunidade e disposto a sacrificar de imediato o “humano perigoso”, a Dra.  Zira e seu noivo, o arqueólogo Cornelius. A macaca se toma de interesse científico por aquela espécie e vai terminar sendo a sua grande aliada na luta entre homem e macaco.

Embora em 1968 o cinema americano não tivesse ainda o arsenal tecnológico que permite os efeitos especiais de um Avatar, por exemplo (aliás bem fraquinho, se comparado com essa relíquia), o trabalho de maquiagem e as roupas preparadas para os atores interpretarem macacos é extremamente eficaz. Devia dar muita dor de cabeça fazer aquilo tudo sem os recursos de hoje, mas a produção é muito realista e convicente.

O filme pode ser revisto nos dias atuais com o mesmo interesse do passado, pois de modo nenhum o tempo liquidou as suas qualidades. Mesmo o final, tão badalado, por reservar uma das maiores surpresas das produções cinematográficas, não perde o impacto e fica na memória, a lembrar e provar a magia do Cinema, que é mesmo arte de primeira nas mãos do diretor certo, de um bom roteiro e de um elenco de qualidade.

O Planeta dos Macacos é um filme que daqui a muitos e muitos anos ainda poderá ser cultuado como um marco do bom cinema e da ficção científica.

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