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PREFEITURA DE GARANHUNS

GRANDES NOMES DA MPB XXXVI



Gilberto Passos Gil Moreira nasceu no bairro Tororó, na periferia de Salvador. Seus pais Claudina e José Gil Moreira, este médico, mudaram-se quando o futuro artista ainda era um bebê para Ituaçu, um pequeno lugarejo no interior baiano. Viveu oito anos na cidadezinha e retornou à capital. Desde pequeno se ligou nos som que vinha das rádios, no secundário conheceu a música de João Gilberto e ficou impressionado. Entrou na faculdade de Administração e nos tempos de universitário conheceu Caetano Veloso, Maria Betânia e Tom Zé. Com esses artistas realizaria seu primeiro show, o “Nós, por exemplo”, no Teatro Vila Velha, em Salvador. O ano do golpe seria também o da estreia de Gilberto Gil nos palcos.

Formado em Administração emigrou para São Paulo, onde trabalhou na multinacional Gessy Lever, dá para acreditar? Mas em 1965 já participava dos festivais da Record e em 1968, ano da edição do AI-5, causou sensação, ao lado dos Mutantes, com a música “Domingo no Parque”.

No final dos anos 60, perseguidos pela ditadura, Gilberto e Caetano se exilaram em Londres. Gil fez turnê pela Europa, gravou álbum em inglês e só voltou ao Brasil em meados da década seguinte, quando lançou uma série de discos considerados antológicos. Expresso 2222, Gil e Jorge (com Jorge Ben Jor), Os Doces Bárbaros (com Caetano, Gal e Betânia), Refazenda, Refavela e Realce.

No início da carreira, Gil teria influência da Bossa Nova. Criaria, no entanto, juntamente com Caetano Veloso, Tom Zé e Torquato Neto, o movimento tropicalista, uma revolução na MPB, que iria muito além das modinhas da Jovem Guarda e das preocupações meramente estéticas da Bossa Nova. Depois do exílio e da volta, principalmente com a gravação da música “No Woman, No Cry”, sucesso de Bob Marley traduzido para “Não Chores Mais”, o artista iria temperar a música brasileira com um toque da música dos negros, do reggae, da Jamaica. Essa canção foi um grande sucesso, numa época em que a boa musica nacional tocava no rádio.

Na década de 80 Gilberto Gil continuou produzindo, mas resolveu fazer também uma incursão na política, se elegendo vereador em Salvador, pelo Partido Verde. Claro, como parlamentar não pôde ir muito longe, sua importância como artista é muito maior. Em 1983, o cantor integrou um grupo seleto no espetáculo “O Grande Circo Místico”, que percorreu o país. Ele se destacou interpretando a canção “Sobre Todas as Coisas”, de Chico Buarque e Edu Lobo.

Gil manteve a coerência e a qualidade ao longo dos anos 90, mas a sua inquietação e o interesse pelas causas sociais o levaram em 2003 ao ministério do Governo Lula. Ficou quase seis anos à frente da pasta da Cultura, realizando uma gestão já reconhecida por políticos, historiadores e intelectuais. Como ministro, conseguiu mais do que dobrar o dinheiro destinado à produção cultural do país e espalhou milhares de pontos de cultura por todos as regiões do Brasil. O artista gravou discos praticamente todos os anos, de 1964 para cá, inclusive tem álbuns recentes de 2009 (Banda Dois, ao vivo) e 2010 (Fé na Festa).

Intelectual que às vezes usa uma linguagem um tanto prolixa, Gilberto Gil inspirou um quadro do humorista Chico Anysio na televisão. Era um personagem muito engraçado, com um discurso intelectualóide caracterizado pela verborragia. Uma espécie de “Rolando Lero” mais sofisticado, que fala, fala e não diz coisa nenhuma.

Ao longo de quase 50 anos de carreira, Gilberto Gil se destacou no Brasil e no exterior como cantor, compositor e intérprete. Fez músicas para Gal Costa, Maria Betânia, Simone, Cazuza, Elis Regina, Caetano Veloso e até Roberto Carlos. “Se Eu Quiser Falar com Deus” foi composta especialmente para o Rei, que devido ao seu catolicismo muito estreito e tradicional ficou assustado com a letra e optou por não gravar a música. O próprio Gil, então, levaria ao conhecimento do público os belos versos.

Outras musicas que não podem ser esquecidas, quando se fala de Gilberto Gil: A já citada Domingo no Parque, Aquele Abraço, Refazenda, Barato Total, Eu Só Quero um Xodó (do garanhuense Dominguinhos e Anastácia), Cálice (composta com Chico Buarque e gravada pelo próprio, em dueto com Milton Nascimento), Geléia Geral, Soy Loco Por Ti América e Procissão. Esta última, uma leitura crítica em cima das crenças religiosas dos nordestinos, teve uma boa versão no início dos anos 70 através do grupo pernambucano Quinteto Violado, que praticamente foi “descoberto” por Gil para o resto do Brasil.

Nesta série de Grandes Nomes da Música Popular Brasileira, não há nenhuma dúvida do que Gilberto Gil é um verdadeiro gigante da MPB.

**Clicando no nome do artista, acima, todo maiúsculo, você acessa um vídeo do youtube com a interpretação de Gil de "Refazenda", uma de suas músicas mais bonitas.

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