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GRANDES NOMES DA MPB XXV



*Ao clicar no nome do artista, acima, você acessa um vídeo do youtube com a interpretação de "Muito Amor", o lindo tango incluído no último CD de Fagner. Espere só um pouqinho para carregar, assista o clip na tela inteira do computador e se delicie.

Raimundo Fagner Cândido Lopes nasceu em Fortaleza, em 1949, mas seus pais o registraram em Orós, cidade do interior cearense. Aos seis anos, na terra natal, já vencia um concurso infantil numa rádio da cidade. Chegou à adolescência e continuou a se interessar por música chegando a formar grupos ou conjuntos, como eram chamadas as bandas da época. Em 1968, ainda no Ceará, ficou com o 1º lugar no IV Festival de Música Popular do Estado, cantando “Nada Sou”. Em 1970 o artista estava em Brasília, estudando arquitetura, sem esquecer a paixão pelo canto. Na capital federal, participou de um festival universitário, apresentando pela primeira vez a música “Mucuripe”, que se tornaria um dos grandes sucessos de sua carreira. Esta canção, belíssima, foi gravada primeiro por Elis Regina, uma cantora já consagrada, e depois por Roberto Carlos, no disco do rei de 1975. O próprio artista reconheceria o impulso que sua carreira tomou após esses dois cantores incluírem a música (feita em parceria com Belchior) nos seus LPs. Principalmente Roberto, que naquele tempo tornava mais conhecido qualquer compositor gravado por ele.

Fagner chegou no Sudeste Maravilha acompanhado de outros artistas da terra. Ednardo, Roger, Teti, Belchior, Amelinha... Eles formariam o “Pessoal do Ceará”, que inclusive rendeu um ótimo disco no início dos anos 70. O primeiro LP do cearense, lançado em 1973, trazia a já citada Mucuripe, Manera Fru Fru Manera (que dá título ao álbum e tinha ficado numa boa colocação num dos festivais do qual ele participou), Como Se Fosse, Sina, Nasci para Chorar e Canteiros. Esta última, baseada num poema de Cecília Meireles, tornou-se uma das canções preferidas dos fãs do cantor. Em 1975 foi lançado o vinil “Ave Noturna”, com destaque para as músicas Astro Vagabundo, A Palo Seco (gravada também por Ednardo e Belchior), Fracassos e uma releitura de Riacho do Navio, de Luiz Gonzaga. No ano seguinte chega ao mercado o álbum “Raimundo Fagner”, talvez o trabalho mais regular do artista até hoje, com 11 faixas impecáveis. Todas de letras poéticas, uma interpretação diferenciada, belos arranjos e a marca de um cantor de voz única no cenário da música popular brasileira. “Orós”, trabalho de 77, foi notado apenas pelos fãs, apesar de algumas faixas bonitas, como Cebola Cortada. “Eu Canto”, de 1978, começou a transformar o artista cearense num grande ídolo da MPB, principalmente com as interpretações de As Rosas Não Falam, de Cartola, Jura Secreta, de Sueli Costa/Abel Silva, e Revelação, de Clodo e Cledésio, dois dos seus mais constantes parceiros.

“Beleza”, o disco de 1979, trouxe Noturno, quem alguns conhecem como “Coração Alado” (essas duas palavras são repetidas à exaustão durante a música). Foi tema de uma novela de grande sucesso da TV Globo e fez com que de uma vez por todas Fagner ficasse conhecido em todo o Brasil.

A partir daí, o cantor continuou a gravar seus discos e fazer sucesso, embora a partir de certo momento, nos anos 80, tenha enveredado por um romantismo exacerbado, chegando a gravar bregas de gosto duvidoso. Teve uma fase, também, de se achegar demais ao forró, um ritmo nordestino que fica melhor com outras vozes, como Flávio José, Jorge de Altinho e Alcymar Monteiro. Com isso, o público universitário, os fãs mais intelectualizados que admiravam o Fagner do início da carreira, passaram a se distanciar do cearense. Felizmente, nos últimos anos, principalmente depois que gravou um CD em parceria com Zeca Baleiro, o autor de Mucuripe parece ter voltado às origens e tem lançado belos trabalhos. “Donos do Brasil” (2004), “Fortaleza” (2007) e “Uma Canção no Rádio” (2009), este último pela Som Livre, selo da Globo. Este disco do ano passado traz 10 músicas muito boas, merecendo destaque Muito Amor, um tango; a canção título, interpretada em parceria com Zeca Baleiro, e Martelo, um rap incrível em cima de temas atuais, com a participação especial de Gabriel, o Pensador.

(Raimundo Fagner já esteve no Festival de Inverno de Garanhuns duas vezes. Na primeira, como era "novidade", cantou na Guadalajara para cerca de 60 mil pessoas, um dos grandes públicos do FIG nesses 19 anos do evento).

Enfim, temos de volta o velho e bom Fagner, com sua voz agreste que não se compara a nenhuma outra do Brasil. Nos seus mais de 40 anos de carreira o artista pode ter tido fases aquém do seu potencial, é verdade. Mas no geral ele produziu muita coisa boa, contribuiu muito com a nossa música e por isso com todos os méritos pode figurar em qualquer relação dos grandes nomes da MPB de todos os tempos.

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