A governadora Raquel Lyra (PSDB) tem problemas demais para se preocupar. São 184 municípios para cuidar e mais o distrito de Fernando de Noronha.
Educação, saúde, segurança pública... Todos os setores dão dor de cabeça e ainda tem a política. O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Álvaro Porto, é do mesmo partido de Raquel, mas tem atuado com total independência e já derrotou a governadora mais de uma vez, até mesmo nas indicações para o Tribunal de Contas.
Com tantas questões que a afligem e a fizeram recentemente chorar em público, o que a governadora de Pernambuco ganha ao não se entender com o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino? A princípio ela só perde.
O socialista, que vai bem na gestão, resolveu municipalizar o Festival de Inverno. Ganhou a simpatia da população, que não gostou do FIG do ano passado.
Para Raquel Lyra, é melhor fazer a parceria com o município, como tem sido proposto por Sivaldo, ou tentar passar por cima, por ser governadora?
Acredito que o entendimento é o ideal. Agora em fevereiro, o governo estadual já deu alguma coisa para a realização do Festival de Jazz.
Assim, o caminho está aberto para que também participe do Viva Garanhuns, em abril, e do Festival de Inverno, em julho.
Este ano tem eleição para prefeito. Não há razão para a primeira mulher a chegar ao Palácio das Princesas se desgastar se envolvendo em disputas municipais, até porque seus aliados não tem a menor chance, em cidades importantes como Recife e Petrolina.
Raquel só tem de se preocupar mesmo é com a eleição de 2026. Até lá, precisa melhorar a gestão e dialogar com a classe política, independente de cores partidárias.
Como faz o presidente Lula, que já disse mais de uma vez não querer saber o lado do prefeito ou governador. Se São Paulo, Minas Gerais ou Pernambuco precisam de recursos, o governante petista libera.
Visita as cidades, conversa com os oponentes. Raquel Lyra não pode também fazer assim? Claro que pode.
Não é imitar Lula, ela não precisa disso, tem personalidade própria.
Mas política sempre foi a arte do entendimento, da conversa, do diálogo.
Se a governadora se entender com Sivaldo, ficará mais fácil abrir diálogo com outros prefeitos, mesmo do PSB, deputados e até com sindicalistas arredios a sua gestão.
É preciso evitar que a política prejudique as cidades. Caso a atividade seja praticada privilegiando os interesses da população, todos ganham.
Que a Raquel governadora pareça mais com a Raquel candidata. Os compromissos assumidos sejam cumpridos, de maneira que Recife, Caruaru, Garanhuns e todas as cidades sejam contempladas por ações capazes de melhorar a vida das pessoas.
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