Por Junior Almeida
Faleceu no início da manhã desta segunda-feira, 8
de janeiro, Manoel José de Araújo, conhecido por Manoel Livino,
de 89 anos. Mestre Livino, como também era chamado, por estar à frente do
Reisado da Maniçoba há mais de meio século, em 18 de dezembro passado foi levado
ao Hospital Dom Moura, em Garanhuns, sendo diagnosticado com Covid, ficou internado na área destinada aos referidos casos.
Como a doença já estava no final, Manoel Livino, que
completaria 90 anos no próximo dia 24, se curou da famigerada Covid e, depois
de quatro dias, foi transferido para uma enfermaria comum do HRDM, onde ficou
até a última sexta-feira 5 de janeiro. Do Dom Moura, Seu Manoel foi transferido
para o Hospital Municipal Quitéria Alves, em Capoeiras, onde ficou internado e,
hoje, às 7:30, veio a óbito.
SOBRE O MESTRE LIVINO
Manoel José de Araújo, o Manoel Livino,
nasceu numa quarta-feira 23 de janeiro de 1934. Casou em 1953 com Custódia,
irmã de Zé Ribeiro, fundador da Vila Maniçoba, com quem teve cinco filhos: dois
homens, Antônio e José, e três mulheres, Maria José, Maria Custódia (Preta) e
Ana.
Ainda jovem, mas depois de casado,
começou a colaborar com a Igreja, quando o Padre José Orlando era o pároco de
São Bento. Fazia o elo entre a comunidade e os padres, sendo o responsável por
acertar as missas, receber e ciceronear os religiosos e até fazer as coletas
para pagamentos dos celebrantes.
O grupo de reisado, o qual seu Manoel Livino estava
à frente existe há mais de 75 anos. Tudo começou com o Mestre Osvaldo Mendes e
continuou com o Mestre Livino, um dos moradores mais antigos e mais respeitados
da Vila Maniçoba. O Reisado da Maniçoba já se apresentou em Recife, Garanhuns,
São Bento do Una, Caetés, Venturosa, Arcoverde, Paranatama, e claro, sua terra
Capoeiras.
Uma curiosidade sobre os parentes de Manoel Livino,
é que seu tio, irmão de sua mãe Donata, José Augusto Custódio, conhecido em sua
região, Barra do Liberal, em Sanharó, como Zezé Custódio, foi soldado das
forças volantes da Paraíba, tendo tombado sem vida no município de Mata Grande,
Alagoas, na batalha de Serrote Preto, em 22 fevereiro de 1925, quando perseguia
o bando de Lampião. Na referida refrega morreram 14 policiais paraibanos,
incluindo o comandante da tropa, tenente Chico Oliveira, que era também seu
parente. Pela parte dos cangaceiros não morreu ninguém.
O velório de Manoel Livino acontece em sua
residência, na Vila Maniçoba, de onde sairá o féretro para o cemitério
da localidade nesta terça-feira, 9 de janeiro.
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