Completou um ano hoje da morte do radialista Edvaldo Morais, um
comunicador que fez história no Recife e em Pernambuco.
Magno Martins, em seu prestigiado blog, escreveu um texto
lembrando e homenageando de forma merecida o ousado Edvaldo, que faz falta,
como bem registra o jornalista radicado na capital.
Transcrevemos abaixo o texto de Magno:
Mergulhado na escuridão, só soube da morte do meu amigo Edvaldo
Morais dois meses depois. Deus o levou há exatamente um ano, nos deixando
órfãos de um dos maiores comunicadores de rádio que conheci.
Edvaldo
entendia de política, das chagas sociais urbanas, tinha cheiro de povo e alma
de repórter. Bom caráter, era um humanista. Seu programa na Rádio Folha, última
emissora em vida, era uma verdadeira tribuna em defesa dos mais fracos e
oprimidos. Daqueles que os poderosos nunca se lembram.
Era
apaixonado pelo que fazia. Renunciou aos bons momentos da vida para se dedicar
à radiofonia. Escravo dos seus ouvintes e admiradores, pulava da cama às três
da madrugada para produzir o programa do dia e chegar, pontualmente, às cinco
da matina para botar o programa no ar.
Com
ele, aprendi muito de rádio, praia de mares nunca navegados por mim. Meu
editorial no Frente a Frente lembra muito o seu estilo sem papas na língua. Foi
a ele que entreguei, com a sua voz, a gravação da campanha de estreia do meu
blog, há 13 anos, para a mídia rádio.
Eu
conhecia Edvaldo desde a época em que fui secretário de Imprensa de Joaquim
Francisco, em 91. Chegamos a ter fortes desentendimentos, eu na defesa do
Governo como porta-voz, ele em defesa do povo, papel de todo jornalista
comprometido com seus leitores e ouvintes.
Foi
uma briga vapt-vup. Tão logo deixei o Governo, ele me convidou para comentar em
seu programa, de onde pipocaram convites para outras rádios e mais na frente a
inspiração para criar o Frente a Frente em rede estadual, no qual ele colaborou
até a morte.
Edvaldo
faz muita falta ao Frente a Frente, a Pernambuco, ao País. Até hoje, não
encontrei um substituto à altura. E dificilmente aparecerá, porque seu estilo
próprio não tem sucessor. É um Luiz Gonzaga da tribuna radiofônica. Só faltavam
o chapéu de couro e o gibão.
Hoje
é dia de chorar de saudade do amigão que era, do pai e avô dedicado e
apaixonado. Eu compreendo muito bem os desígnios de Deus. Minha mãe repetia
muito que Deus escreve certo por linhas tortas.
Mas
Edvaldo era do tipo que nunca deveria ser chamado para eternidade, porque faz
muita falta aos seus aqui, neste planeta terra tão confuso e desigual.
Mas,
certamente, lá de cima ele está botando a boca na tribuna, para acordar seus
anjos ouvintes.
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