Por Maria Roberta Almeida
Dostoiévski
foi um gênio na escrita.
Firme, decidido, extremamente humano e cristão.
Escrito
em meio a crises de epilepsia, perturbações nervosas, viagens - e sob a pressão
de severas dívidas de jogo-, O Idiota
é um desses livros no qual o leitor reconhece de imediato a marca do gênio.
No
romance, Dostoiévski constrói um dos personagens mais impressionantes de toda a
literatura mundial - o humanista e epilético príncipe Míchkin, mescla de Cristo
e Dom Quixote, cuja compaixão sem limites vai se chocar com o desgramento mundano de Rogójin e a beleza enlouquecedora de Nastácia Flipippovna.
Entre os três se agita uma galeria de
personagens de muita complexidade, impulsionados pelos sentimentos mais
contraditórios.
Durante toda a sua permanência na Rússia, Míchkin vai se deparando com pessoas de todos os tipos, especialmente com gente que crê ser ele portador de uma doença chamada de idiotia (origem do título).
Todavia, Míchkin não se importa com o que
pensam as pessoas as seu respeito. Ele trata a todos com muita deferência e
consideração, mesmo àquelas que querem tirar proveito dele, especialmente
quando sabem que ele receberá a herança prometida pelo amigo.
Míchkin é um tipo de gente em extinção.
Quando em nossa sociedade o ideal é ter todos
os tipos de vantagens mesmo às custas do prejuízo alheio, Míchkin nos ensina
sobre o valor do altruísmo e de pensar no outro com nobreza de alma.
Nessa obra prima Dostoiévski mostra a sociedade
de sua época. Falida, mas cheia de pompa. Pessoas que vivem da aparência e de
um passado que não podia mais ser sustentado por falta de recursos.
*Maria
Roberta Martins de Almeida é professora em Recife e Olinda. É filha do editor deste blog.
P A R A B É N S, RobertA !!!!
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