Por Alexandre Acioli*
Hoje é sexta-feira, dia 13. Dia de
azar? A maioria das pessoas não acredita nisso. Mas existe alguns milhares que
têm certeza de que este não é um bom dia. São os triscaidecofóbicos,
pessoas que têm um medo irracional do número 13 e de estar próximo de quaisquer
objetos ou seres ligados a este número.
Certamente o mundo não acabará hoje,
mas há os que associam o número 13 à morte. Para os supersticiosos a
sexta-feira 13, então, é um dia de medo, de terror e azar. Para eles, tudo pode
acontecer, afinal de contas nesta data a sorte está sempre de folga.
Voltando um pouco na história da
humanidade, vemos que não é nova a crença de que a sexta-feira e o número 13
são agourentos. Os supersticiosos foram buscar fundamento no início dos tempos,
lá no Paraíso: dizem que num dia como o de hoje, Eva teria oferecido a
maçã a Adão – e aí o resto e o final da estória todo mundo já sabe. Foi também
numa sexta-feira que teve início o grande dilúvio.
No século VII a.C, Hesíodo registrou no
seu livro “Os trabalhos e os dias” a recomendação de não se plantar no
13º dia. Na numerologia o 13 é tido como um número irregular, sinal de
infortúnio. No Tarô, a carta 13 representa a morte.
Os antigos cristãos faziam menção ao
número 13, baseados em relatos bíblicos: na última Ceia de Jesus haviam 13
pessoas; e a crucificação de Cristo, ocorreu numa sexta-feira.
Há também o registro da prisão, tortura
e execução dos membros da Ordem dos Cavaleiros Templários (Cavaleiros de
Cristo), numa sexta-feira, 13 de outubro de 1307, na França, acusados de
heresia.
A fobia pelo número 13 também tem base
em antigas lendas nórdicas da Idade Média. Uma delas, diz que houve no Valhalla
(morada celestial das divindades), um banquete para 12 convidados. Loki, o
espírito do mal, chegou sem ter sido chamado e promoveu uma briga em que o
favorito dos deuses, Balder, morreu. Então surgiu a superstição de que reunir
13 pessoas para jantar era sinal de desgraça, ficando, assim, esse número
conhecido como símbolo do azar.
Na história política do Brasil, a
sexta-feira 13 é lembrada como a data, lá em 1968, em que o governo militar
decretou o AI-5, que, entre outras coisas, deu poder aos militares para fechar
o Congresso Nacional e suspendeu os direitos e garantias políticas da
população.
Perdoem-me os crentes do azar, mas
prefiro acreditar que todas as desgraças atribuídas à sexta-feira e ao número
13 são meras coincidências. Segundo a astrologia, a sexta-feira é o dia regido
por Vênus, o planeta do amor, da beleza, do entretenimento e da harmonia. Já o
13, para os místicos, está associado à evolução do ser.
Então, não há porque temer esta e as
outras sextas-feiras 13 que virão. É apenas um dia como outro qualquer, é mais um
dia nas nossas vidas, de muito trabalho, afazeres, preocupações, conflitos,
alegrias e realizações. E assim nós vamos aprendendo e evoluindo. Não acredite
no azar. Ele está ligado apenas à falta de fé.
*Alexandre Acioli é jornalista e pesquisador, com curso superior na área DRT e exercício profissional em importantes veículos do Recife.
sexta-feira,13 de novembro de 2015, Paris amanhe com um sábado sangrento. Azar ou destino, coincidência ou apenas aparência.Os fatos e fenômenos ressurgem muito mais violento.
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