O professor e escritor garanhuense Cláudio Gonçalves continua trabalhando na biografia de Roberto Carlos.
É um livro que vai trazer fatos inéditos da vida do cantor e compositor, não revelados nem mesmo por Paulo César Araújo, um dos maiores pesquisadores da obra do artista brasileiro.
Há poucos dias, Cláudio concluiu um capítulo sobre a consagração de Roberto Carlos em San Remo, na Itália, quando venceu o prestigiado festival daquele país da Europa, derrotando nomes mais conhecidos na época, famosos como o americano Louis Armstrong.
O brasileiro interpretou magistralmente "Canzone Per Te", do italiano Sérgio Endrigo. Os dois dividiram o prêmio e se tornaram amigos.
Segue um pequeno trecho do capítulo citado, no qual o escritor de Garanhuns narra o clima da apresentação e da vitória do cantor brasileiro, então com pouco mais de 25 anos:
Roberto Carlos cantou com segurança e afinação, o italiano impecável na pronúncia, mostrando sua
impressionante força de interpretação, superando a performance do cantor Sergio Endrigo, que apresentou-se antes de sua entrada. O gesto famoso de Roberto curvando o corpo até os joelhos e apontando o dedo,
foi substituído por um leve agradecimento inclinando a cabeça, os braços para trás e um sorriso para o público, especialmente para Nice, sua mais fervorosa torcedora.
A interpretação agradou a plateia que não percebeu que algumas vezes Roberto Carlos discretamente olhava para a palma da mão esquerda, depois fechava os olhos e seguia cantando. Ainda nos bastidores, o cantor teve a ideia de escrever na palma da mão os trechos da letra que fora modificada e conseguiu na maior desfaçatez passar despercebido pelas lentes dos câmeras e o olhar da plateia.
A maior dificuldade dos correntes era cantar italiano, Louis Armstrong que fechou a segunda noite de eliminatória, após muito esforço para decorar a música da letra, mas mesmo assim pouca gente conseguiu entendê-lo.
Após, a conquista na Itália, Roberto Carlos foi recebido no Brasil como os campeões da Copa do Mundo de 1958, que acontecera 10 anos antes do Festival de San Remo. Tudo isso também é contado em detalhes por Cláudio Gonçalves. Agora, é aguardar o livro inteiro.
Esse senhor só ganhou o festival por causa da música de Sergio Endrigo, um contumaz ganhador do San Remo. A imprensa vassala desse sujeito e da gravadora dele aproveitou pra exaltá-lo. Impressionante a servidão da imprensa a esse sujeito. O único que tinha coragem de peitá-lo e mostrar quem realmente ele era e é foi o dramaturgo, cronista e escritor Flavio Rangel. E da classe dos "críticos musicais", Tárick de Souza. Sei não...
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