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A SAUDADE DA PROFESSORINHA...


Por Roberto Almeida


Recebi hoje um vídeo com uma antiga canção de Ataulfo Alves, "Meus Tempos de Criança", coberta por imagens dos anos 60 e 70.

Sabonetes que deixaram de fabricar, cigarros que não existem mais, edifícios que desapareceram, chaveiros, brinquedos, balas doce, chicletes ping pong,  jogos, pomadas, revista de há muito fora de circulação, cremes de cabelo, sapatos vulcabrás, tênis fora de moda e até uma capa do jornal O Pasquim com a deusa Leila Diniz, eternizada....

A música é muito bonita, juntamente com as fotografias provocam um saudosismo danado. Entra pela alma.

Algumas imagens do Recife me fizeram lembrar que um dia fui jovem, atravessei aquelas pontes, assisti filmes no Moderno, São Luiz e Art Palácio.

Ataulfo Alves, notável compositor carioca, revela  desejos, em seu clássico do cancioneiro popular:

Eu daria tudo que eu tivesse

Pra voltar aos dias de criança

Eu não sei pra que que a gente cresce

Se não sai da gente essa lembrança


Aos domingos, missa na matriz

Da cidadezinha onde eu nasci

Ai, meu Deus, eu era tão feliz

No meu pequenino Miraí


Que saudade da professorinha

Que me ensinou o beabá

Onde andará Mariazinha

Meu primeiro amor, onde andará?


Eu igual a toda meninada

Quanta travessura que eu fazia

Jogo de botões sobre a calçada

Eu era feliz e não sabia.

Esta letra e música devem mexer com o coração de muita gente.

Quem não lembra da primeira ou das primeiras professoras? Quem não jogou futebol de botão? Não fez travessuras de crianças? Não teve o primeiro amor, por volta dos 12 anos?

Os versos de Ataulfo me levaram de volta ao Recife dos anos 70, mas também à infância em Capoeiras, quando jogava futebol na chuva, na maior felicidade do mundo.

E me transportaram a Garanhuns,  no final da década de 60, quando jogava futebol de botão na Rua XV; foi quando tive o meu primeiro contato com Antônio Edson, que no futuro seria vereador, professor, advogado, cronista esportivo e uma das melhores figuras humanas que tive o prazer de conhecer.

Quando a gente chega a 65 anos fica emotivo. Certo, admito que sempre fui chorão. Mas na idade em que estou nos emocionamos mais facilmente.

Outro dia fiz um elogio a um grande amigo que mora em Olinda, simplesmente disse o que penso dele, fui sincero.

Não é que ele começou a chorar, me pegando de surpresa. Tentou justificar, explicou já ter feito 70 anos e nessa idade, admitiu, as lágrimas vêm ao rosto às vezes de forma inesperada.

Acho bonito um homem chorar. Eu vou às lágrimas até com esses filmes inocentes de natal, que passam muito no final do ano.

Eu me emociono toda vez que escuto "Aquela Casa Simples", "Meu Pequeno Cachoeiro" ou "Meu Tempo de Criança", três canções que evocam a infância e a terra natal.

Chorei nos últimos dias,  já por mais de uma vez,  pela perda do amigo Ivo Amaral.

Quando eu precisava de uma informação sobre Garanhuns, quando necessitava me aconselhar, uma opinião política sensata, lá estava ele, na sua casa, na Avenida Rotary e pelo telefone mesmo me passava pílulas de sabedoria.

Cachoeiro, Miraí, Capoeiras, Tabira de Drummond,  são de certa maneira as mesmas cidades.

E, ao contrário do que escreveu o poeta, não são apenas fotografias na parede, são pedaços de cada um de nós, estão dentro da gente e nunca vão sair.

Que saudades do Cine São Luiz, da professorinha, de Rosa e seus lábios carmim!

Bons os tempos de criança.

Mas também é saudável chegar a esta idade, poder lembrar da meninice, quando éramos felizes sem saber, segundo Ataulfo.

Hoje - quem sabe? - continuamos felizes,  agora conscientes; pelo passado que se confunde com o presente e pelo futuro que nos leva cada vez mais pra perto de Deus.

*Foto - O prédio é da Academia de Letras de Garanhuns. Lá já funcionou uma escola, onde tive uma das minhas primeiras professoras.

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