Por Roberto Almeida
Nunca assisti o Big Brother e
não tinha muita noção de como era (é) Juliette Freire, que venceu a última
edição do programa da TV Globo e virou celebridade.
Neste domingo tive
oportunidade de assistir cinco ou dez minutos do programa de Luciano Huck, que
dá para “engolir”, ao contrário de Faustão, um sujeito realmente intragável.
A moça, natural de Campina
Grande, passa a ideia de uma pessoa simples. O dinheirão que ganhou depois da
fama, até o momento tudo indica não mudou sua essência.
Vivia numa casa muito simples,
apertada, sem forro de gesso ou PVC, muito menos uma laje.
Cortava cabelo, ajudando a
mãe num salão de beleza e sobrevivia desta atividade.
Os pais, os irmãos, todos
pobres. Quando chegou perto dos 20 anos perdeu uma irmã, vítima de AVC. Uma
história triste.
Juliette virou a queridinha do
Brasil por conta do BBB, embolsou R$ 1,5 milhão só da Globo, encaixou na sequência
contratos comerciais que vão aumentar sua conta bancária e em pouco tempo saiu
da condição de menina pobre para milionária.
Ainda revelou ao Brasil
talento como cantora. Ontem no programa do Huck fez um dueto com Sandy. Apesar
de toda experiência da irmã do Júnior, que tem anos de estrada como artista, a paraibana me
pareceu muito melhor que a estrela. Minha mulher concordou comigo.
Juliette Freire não chega a
ser linda. É “bonitinha”, de jeito simpático. O corpo sim, chama a atenção.
Com relação ao programa do
Luciano, que sonhava em ser presidente da República e desistiu da candidatura
depois que a Globo lhe ofereceu o lugar de Faustão, tenho um reparo à edição
deste domingo.
O apresentador falou da casa
de Juliette como se todas no Nordeste fossem daquele jeito.
Luciano precisa se informar
melhor. Campina Grande é uma cidade de 400 mil habitantes, uma das maiores do
interior do Nordeste.
Como Caruaru, Arapiraca ou
Garanhuns, tem pessoas muito ricas, classe média e maioria de pobres.
Assim, por lá, como aqui, existem residências precárias, outras só modestas, mas também grandes mansões,
pois numa cidade do porte de Campina alguns são muito ricos.
Generalizar, portanto, passar
a ideia de que todo nordestino vive numa casa apertada com o telhado aparecendo, é desconhecer a realidade da região e do próprio país.
A desigualdade social é
grande no Brasil. A pobreza está aumentando em todo lugar, porém é preciso
saber que ainda temos uma classe média significativa e uma minoria de ricos com
dinheiro sobrando, seja em Garanhuns, Recife, Salvador, Feira de Santana ou
Campina Grande.
Juliette saiu da pobreza ao
participar de um programa idiota que a Globo promove há 20 anos. O ideal é que
mais gente melhore de vida não num lance de sorte, mas porque o país oferece
oportunidade de vida para todos.
Infelizmente não temos isso. Não vai ser o Domingão da Globo e o BBB que vão alterar essa realidade. Bom pra Juliette que agora pode ter as coisas, no entanto é preciso lembrar que existem milhares - milhões - de Marias, Clarices, Pedros, e Josés esperando a sua vez, pois todos merecem viver com dignidade.
Pior do que a desinformação de Luciano foi ver Juliete concordando com todas as afirmações dele sobre as casas do Nordeste, confirmando inclusive que na maioria não há nem portas nos quartos, mas apenas cortinas...!
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